Graças a esforços de conservação, bisões, castores e ursos voltam à Europa, destaca relatório.

Várias espécies animais que estiveram perto da extinção pela mão do homem se recuperaram de forma espetacular nos últimos 50 anos, graças a esforços de conservação, revelou um relatório [Wildlife Comeback in Europe] publicado esta quinta-feira. Matéria da AFP, no UOL Notícias, com informações complementares do EcoDebate.

 

 

http://www.ecodebate.com.br/2013/09/27/gracas-a-esforcos-de-conservacao-bisoes-castores-e-ursos-voltam-a-europa-destaca-relatorio/

 

 

 

Wildlife Comeback in Europe

Este documento foi elaborado pela Zoological Society de Londres, a organização BirdLife International e o Conselho do Censo de Pássaros da Europa, com contribuições de cientistas europeus.

 

O relatório aponta a uma multiplicação por 30 no número de bisões europeus, castores euro-asiáticos, patos de cabeça branca e algumas populações de gansos de pés rosados.

 

Outras 17 das 18 espécies de mamíferos estudadas aumentaram: no caso dos ursos pardos, o dobro, no caso dos lobos cinzentos, o quádruplo.

 

O lince ibérico foi o único dos mamíferos estudados que teve uma redução. O resto, ao contrário, aumentou no total 30% desde meados do século XX.

 

As 19 espécies de aves estudadas também mostraram recuperação.

 

“A vida selvagem se recupera se o permitirmos, mostra este informe”, disse Frans Schepers, diretor-executivo da organização conservacionista Rewilding Europe, que encomendou a análise.

 

“Com proteção legal e contínua, impulso ativo às populações selvagens e à reintrodução de espécies perdidas (…), muitas mais espécies serão recuperadas”, acrescentou.

 

A Europa tem no total 219 espécies de mamíferos terrestres e 530 tipos de aves.

 

O bisão europeu alcançou os 3.000 exemplares após estar praticamente extinto como espécie selvagem no começo do século passado.

 

Dizimados por caçadores e pela perda de seu habitat, os bisões se recuperaram graças a um amplo programa de reprodução com os últimos sobreviventes em cativeiro, cuja prole foi partilhada em zonas agrestes do centro e do leste da Europa.

 

A águia de cauda branca também mudou seu destino, explicou o documento: se nos anos 1970 existiam 2.500 casais, em 2010 eram 9.600.

 

Muitas das espécies europeias caíram a números mínimos nos anos 1950 e 1960 após uma longa história de caça indiscriminada e ilegal, envenenamentos e perda de seus habitats pela , a pecuária, a contaminação e o desmatamento.

 

As cifras conhecidas esta quinta-feira avisam que a biodiversidade no conjunto mantém sua tendência para baixa.

 

“Há que tomar com cautela o ressurgimento da vida selvagem”, diz o documento. “Embora voltem algumas espécies, muitas estão abaixo de níveis de abundância e não alcançaram o nível necessário para garantir a viabilidade de populações a longo prazo”.

 

Segundo o informe, assim, a população de peixes, mamíferos e pássaros caiu no mundo 30% desde 1970.

 

No mesmo período, o número de seres humanos dobrou até alcançar 7 bilhões no mundo em 2011.

 

Relatório: Wildlife Comeback in Europe.