O vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert Wood, vota contra uma resolução que autoriza a adesão da Palestina às Nações Unidas como membro pleno, em Nova York, 18 de abril de 2024. ANGELA WEISS / AFP.
Le Monde avec AFP
19 de abril de 2024
[NOTA DO WEBSITE: Não há mais como despistar. Está explícito quem monta toda uma estratégia global para ‘ROUBAR NOSSO FUTURO’. De toda a humanidade! Esta forma de manter as ‘guerras vivas’ só pode ser de mentes doentias que não se importam nem com as decisões tomadas há mais de 75 anos como com os genocídios, em várias partes do planeta, de inocentes de hoje. Esse é mais um texto que faz parte da série que antes publicamos que tratam do grande tema: GLOBALIZAÇÃO. Agora vemos quem na verdade impede a criação do Estado da Palestina, Decisão, aliás, que deveria ser honrada pela própria ONU que assim determinou quando da criação do Estado de Israel. Para nosso site, novamente é a compreensão de que o supremacismo branco que contamina os corações e mentes do Ocidente, não consegue conviver com as diferenças e as riquezas das diversidades da humanidade. Tudo tem que ser homogêneo, monocultural, incontestável, autoritário, autofágico e medíocre. Esse é o lema do Supremacismo Branco Eurocêntrico. O resto ao extermínio!].
A adesão plena da Palestina às Nações Unidas (ONU) ainda terá de esperar. Os Estados Unidos, que tudo fizeram para atrasar a votação do Conselho de Segurança sobre esta questão, não hesitaram em usar o seu direito de veto na quinta-feira, 18 de abril, para bloquearem o pedido dos palestinos de integração na organização internacional.
Durante várias semanas, a Palestina – que tem, desde 2012, o estatuto inferior de “Estado observador não membro” – bem como os países árabes imploraram ao Conselho que aceitasse que um “Estado Palestino” assumisse o seu lugar “legítimo” dentro da ONU. Em vão. A posição de Washington foi imediatamente denunciada pela Autoridade Palestina. “Esta política agressiva dos EUA em relação à Palestina, ao seu povo e aos seus direitos legítimos representa um ataque flagrante ao direito internacional e um incentivo à continuação da guerra genocida contra o nosso povo (…) que empurra ainda mais a região [do Médio Oriente] à beira do abismo”, afirmou o gabinete do seu presidente, Mahmoud Abbas, num comunicado.
Esta rejeição “não irá quebrar a nossa vontade, não irá impedir a nossa determinação. Não vamos parar os nossos esforços. O Estado da Palestina é inevitável, é real”, disse aos prantos o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour. “Não se esqueçam que quando esta sessão for encerrada, pessoas inocentes na Palestina continuarão a pagar com as suas vidas e as vidas dos seus filhos o preço das ações israelitas (…), o preço de atrasar a justiça, a liberdade e a paz”, disse ele, ao lamentar durante seu discurso que provocou lágrimas na sala do Conselho.
“Hoje é um dia triste”, disse o novo embaixador chinês na ONU, Fu Cong, manifestando a sua “decepção” com o veto americano. “O sonho do povo palestino foi destruído”, acrescentou.
“Voltaremos, mais fortes e mais barulhentos”
A admissão de um Estado à ONU deve receber uma recomendação positiva do Conselho (pelo menos 9 votos em 15 a favor, sem veto de um membro permanente), depois ser aprovada pela Assembleia Geral, por maioria de dois-terços dos votos. O projeto de resolução, apresentado pela Argélia, que recomendava a adesão palestina recebeu doze votos a favor, um contra e duas abstenções (Reino Unido e Suíça).
Apesar do veto americano, o apoio “esmagador” dos membros do Conselho “envia uma mensagem muito clara: o Estado da Palestina merece o seu lugar” na ONU, lançou o embaixador argelino, Amar Bendjama, prometendo em nome do grupo árabe reapresentar esta solicitar posteriormente. “Sim, voltaremos, mais fortes e mais barulhentos”, disse ele.
Os Estados Unidos continuaram a repetir nas últimas semanas que a sua posição “não mudou” desde 2011, quando o pedido de adesão apresentado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deu em nada face à oposição americana, mesmo antes de chegar à fase do Conselho.
Washington quer negociações diretas entre as partes
“Esta votação não reflete oposição a um Estado Palestino, mas é um reconhecimento de que só pode surgir de negociações diretas entre as partes”, justificou o vice-embaixador norte-americano, Robert Wood, lamentando “ações prematuras aqui em Nova Iorque, mesmo com a melhores intenções.” (nt.: o cinismo à toda prova. Ora se os governos de Israel que seguem a mesma ideologia do supremacismo branco eurocêntrico irão ‘tratar’ com aqueles aos quais querem expurgar de toda a região? Basta acompanhar as afirmativas de Netanyahu de que “Israel deve ir do rio ao mar’. Ou seja, do rio Jordão ao Mar Mediterrâneo. Onde, esse vice-embaixador dos EUA ‘imagina’ que as ‘partes’ tratariam de algum espaço físico em que viveriam os palestinos?).
Os Estados Unidos também destacaram a legislação americana que exigiria que cortassem o seu financiamento à ONU no caso de adesão palestina fora de um acordo bilateral entre Israel e os palestinos (nt.: vejam a ameaça direta e sem rodeios de que é o dinheiro que move as ações dos EUA. Só não diz originário de quem ou de onde é esse dinheiro). O último veto à adesão de um Estado à ONU remonta a 1976, quando os americanos bloquearam a entrada do Vietname (nt.: deve ter sido porque na época os EUA pagavam o vexame de terem perdido a guerra contra o Vietnã e por terem praticado o genocídio dos povos do sudeste asiático, que mostram até hoje as sequelas, ao realizarem a guerra química com os Agentes Laranja e Roxo, destacadamente).
Os israelitas também denunciaram virulentamente a iniciativa palestina, criticando o simples fato de o Conselho a estar analisando (nt.: arrogância e prepotência? Ou não?). E a sua rejeição não os satisfez, tendo o seu embaixador na ONU, Gilad Erdan, denunciado os países que o apoiaram. “Falar com este Conselho é como falar com uma parede”, disse ele, acreditando que estas vozes favoráveis encorajariam os palestinos a não regressarem à mesa de negociações e “tornariam a paz quase impossível”.
O governo israelita opõe-se à solução de dois Estados (nt.: cinicamente desconhecem de que seu estado foi criado com essa determinação: a criação e a convivência de dois estados, estatuto firmado na ONU no ano de sua criação), defendida por uma grande maioria da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos. A maioria dos 193 Estados membros da ONU (137 de acordo com a contagem da Autoridade Palestina) reconhece unilateralmente um Estado Palestino.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2024.