Agência da ONU alerta que mais de 849 milhões de hectares de terras naturais serão degradados até 2050 se práticas mais sustentáveis não forem adotadas na agricultura. América Latina é uma das regiões sob maior risco.
http://www.ecodebate.com.br/2014/01/29/expansao-agricola-mundial-pode-destruir-849-milhoes-de-hectares-de-terras-naturais/
“O mundo nunca havia experimentado uma redução tão acentuada dos serviços e funções dos ecossistemas terrestres como nos últimos 50 anos. As florestas e zonas úmidas estão sendo convertidas em terrenos agrícolas para alimentar a crescente população”, afirma Achim Steiner, diretor executivo do Pnuma.
A expansão das fronteiras agrícolas é causada, por um lado, pelo aumento na demanda por alimentos e bicombustíveis, devido ao crescimento populacional, e, por outro lado, pela degradação do solo, ocasionado pela má gestão do campo. A perda de biodiversidade e a destruição ambiental generalizada já afetam 23% do solo mundial.
Sem uma mudança nas práticas agrícolas, mais de 849 milhões de hectares de terrenos naturais serão degradados até 2050, aponta o relatório do Pnuma divulgado na última sexta-feira (24/01).
“Ao reconhecer que a terra é um recurso finito, precisamos aumentar a nossa forma de produzir, oferecer e consumir os produtos obtidos a partir dela. Nós devemos ser capazes de definir e respeitar os limites dos quais o mundo pode funcionar com segurança para salvar milhões de hectares até 2050″, diz Steiner.
Tendência é a expansão
Atualmente a agricultura consome mais de 30% da superfície continental do planeta, e as terras cultivadas abrangem em torno de 10% do terreno mundial. Entre 1961 e 2007, a região de cultivo se expandiu em 11%. O relatório aponta a continuidade em ritmo acelerado dessa tendência de expansão.
Nos últimos 50 anos, a ampliação da fronteira agrícola ocorreu à custa de florestas tropicais. Enquanto houve um declínio da área plantada na União Europeia, especialmente em Itália e Espanha, Leste da Europa e América do Norte, ocorreu um aumento das terras cultivadas na América do Sul, principalmente em Brasil, Argentina e Paraguai, na África e na Ásia.
Desde a década de 1990, essas fronteiras estão sendo ampliadas para compensar as terras que estão se tornado improdutivas devido a práticas agrícolas não sustentáveis. A agência alerta que se o padrão de expansão desta década continuar, vai atingir principalmente as florestas da América Latina, da Ásia e da África Subsaariana.
Alternativas sustentáveis
O relatório aponta que a área cultivada global para suprir a demanda poderia aumentar com segurança até no máximo 1,640 milhão de hectares. Mas adverte que se as condições atuais permanecerem, em 2050 a demanda vai ultrapassar esse espaço.
A agência sugere como medidas para aumentar a produtividade nas atuais regiões agrícolas melhorias na gestão do solo, o incentivo a práticas ecológicas e sociais de produção, o monitoramento do uso da terra, investimentos na recuperação de terras degradadas e a integração conhecimentos locais e científicos – além da redução nos subsídios de culturas destinadas à fabricação de combustíveis.
Além dos fatores agrícolas, a agência aponta o consumo excessivo como um dos aspectos que levou a essa expansão. O relatório reforça que políticas para reduzir esses níveis e fomentar o consumo sustentável são essenciais para reverter a situação.
Se o mundo incentivar a agricultura sustentável, além de reduzir o consumo e a expansão agrícola, cerca de 319 milhões de hectares podem ser salvos até 2050.
Matéria de Clarissa Neher, na Agência Deutsche Welle, DW.
Voltando aos 3R’s:
Há 20 anos atrás, quando eu estudava justamente resíduos na Escola Técnica, já aprendera que dos famosos 3R da Reciclagem, o mais em voga sempre é erroneamente o reciclar, enquanto deveria ser o REDUZIR, nem o Reaproveitar. Sim o Reduzir que é sinônimo de outro R, de RECUSAR. Antes deles outro também importante é o REPENSAR nossa forma de consumo.
Mas nada disso inviabiliza o Reciclar. Se o produto já foi comprado e já virou problema, o pensamento de permacultor sempre é: Transformar problemas em oportunidades. Neste caso aproveitar o PET é muito bem vindo, mas definitivamente deveria ter sido pensado e reduzido o consumo antes de ser comprado e se tornado problema.
Claro que de boas intenções o inferno está cheio. Então devemos realmente deixar de ser inocentes, e este artigo é muito bom para isto.
Também não tenho orgulho de postar os aproveitamentos que faço de PET. Mas não há de negar que parte do problema já foi causado e temos que remediá-lo. Agora quanto ao próximo consumo, sim, paremos e façamos campanhas contra o uso de derivados de petróleo.