Estudo conecta químico detectado em plásticos e alimentos processados elevando a pressão arterial de crianças e adolescentes.

NEW YORK, May 22, 2013. de plásticos conhecidos como ftalatos são inodoros, descoloridos e presentes exatamente em todos os lugares: eles fazem parte de revestimentos como pisos e forros, copos plásticos, bolas de praia, filmes de embalagens, tubos intravenosos e—de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention/CDC (nt.: equivalente ao Ministério da Saúde)—no organismo da maioria dos norte-americanos. Uma vez que é tido como inócuo, os ftalatos está sob uma crescente avaliação científica. Um grande número de evidência sugere que uma exposição aos ftalatos por ingestão alimentar (já que pode lixiviar da embalagem e se misturar no alimento) pode gerar significativas anormalidades metabólicas e hormonais, especialmente durante o desenvolvimento nas primeiras fases da vida (nt.: ver notícia de nossos jornais de 2004, abaixo).

2004.Ftalato PVC e alimentos

(nt.: Para ver melhor é só ampliar com as teclas do computador)

 

http://www.eurekalert.org/pub_releases/2013-05/nlmc-slc052113.php

 

Agora, nova pesquisa pública nesta quarta feira (nt.: 01 de maio de 2013) no periódico Journal of Pediatrics sugere que certos tipos de ftalatos podem colocar outro risco às crianças: comprometendo a saúde cardíaca. Valendo-se de dados de uma representativa enquete nacional de quase 3 mil crianças e adolescentes, pesquisadores do Centro Clínico Langone da Universidade de Nova York, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Washington e da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado da Pennsilvania, documentaram pela primeira vez a conexão entre a exposição alimentar e o plastificante DEHP (di-2-etil exil ftalato), uma classe comum de ftalatos amplamente empregado na produção industrial de alimentos, com a elevação da pressão arterial sistólica, uma medida de pressão das artérias quando o coração contrai.

“Os ftalatos podem inibir a função das células cardíacas e causar estresse oxidativo que compromete a saúde das artérias. Mas ninguém tinha ainda explorado a relação entre a exposição ao ftalato e a saúde cardíaca em crianças” disse o autor líder do trabalho, Leonardo Trasande, MD, MPP, professor associado de pediatria, medicina ambiental e saúde da população do Centro Médico Langone da Universidade de Nova York.  “Nós queríamos examinar a ligação entre os ftalatos e a pressão arterial infantil em particular, dado o aumento na elevação da pressão em crianças e o aumento da evidência implicando a contaminação ambiental no desenvolvimento precoce da doença”.

Hipertensão é clinicamente definido como a leitura da pressão sanguínea sistólica acima de 140 mm Hg. É mais comum em pessoas acima de 50 anos, embora a condição está se tornando altamente prevalente entre crianças devido à epidemia global de obesidade. Enquetes recentes nacionais indicam que 14% dos adolescentes norte-americanos agora estão pré hipertensos ou hipertensos. “A obesidade está dirigindo a tendência, mas nossas descobertas sugerem que fatores ambientais podem também ser uma parte do problema”, diz o Dr. Trasande. “Isso é importante porque a exposição ao ftalato pode ser controlada através de regulamentação e intervenção comportamental”.

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de New York, da Universidade de Washington e da Escola de Medicina da Penn State University,  examinaram seis anos de dados de enquete nacionalmente representativa da população dos EUA, administrada pelos National Centers for Health Statistics do Centers for Disease Control and Prevention. Os ftalatos foram medidos em amostras de urina empregando técnicas de análise padrão. Controlando-se numerosos dados que poderiam confundir os resultados,  incluindo raça, status socioeconômico, índice de massa corporal, ingestão calórica e níveis de atividade, os pesquisadores descobriram que a cada aumento em três vezes no nível de metabólicos do DEHP na urina, correlacionou-se com um aumento de cerca de um milímetro de mercúrio na pressão de sangue de uma criança. “Este incremento pode parecer muito modesto a nível individual, mas quando relacionado com a população essas mudanças na pressão arterial pode aumentar substancialmente o número de crianças com pressão arterial elevada”, diz o Dr. Trasande. “Nosso estudo ressalta a necessidade de iniciativas políticas que limitem a exposição a substâncias químicas ambientais disruptoras, em combinação com intervenções tanto das dietas como comportamentais voltadas para a defesa da saúde cardiovascular”.

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Esta pesquisa foi possível de ser feita através do generoso apoio financeiro do KiDs do NYU Langone, uma organização de pais, médicos e amigos que financiam os serviços de do New York University Langone Medical Center através da filantropia, serviços comunitários e de advocacia.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, junho de 2013.