Amazônia em perigo: o novo marco da mineração. Artigo de Telma Monteiro.

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“A principal mudança no Código de Mineração será o mais absoluto domínio direto do governo sobre as riquezas minerais. Ele vai leiloar o direito de exploração que, atualmente, é conferido por ordem de chegada. Aquilo que já era ruim vai ficar pior”, escreve Telma Monteiro, ativista socioambiental,  em texto publicado em seu blog, 18-06-2013.

 

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/521457-amazonia-em-perigo-o-novo-marco-da-mineracao-telma-monteiro-

 

Eis o artigo.   

Hoje, 18 de junho, a presidente Dilma Rousseff mandou o novo marco da mineração brasileira para apreciação no Congresso. Lógico que nesse pacote da mineração o governo aproveitou para criar o Conselho Nacional de Política Mineral e a Agência Nacional de Mineração (ANM). Novos órgãos, portanto novos cargos para negociar com os partidos políticos. Afinal, 2014 será ano eleitoral.

Foi em 2011 que o Ministério de Minas e (MME) resolveu lançar a discussão do novo marco da mineração brasileira em que apontou burocracia e “fraqueza” do poder concedente como as principais dificuldades que atingem o setor. Entre os objetivos propostos para o novo marco legal estariam o fortalecimento do Estado para ter soberania sobre os recursos minerais, propiciar o maior aproveitamento das jazidas e atrair investimentos para o setor mineral. Tudo indica que os investidores já estão a postos.

A principal mudança no Código de Mineração será o mais absoluto domínio direto do governo sobre as riquezas minerais. Ele vai leiloar o direito de exploração que, atualmente, é conferido por ordem de chegada. Aquilo que já era ruim vai ficar pior.

As alterações previstas no setor mineral no , no entanto, não vão mudar em nada as licenças para pesquisa e exploração de novas jazidas já concedidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).  O filão minerário no Brasil localizado principalmente na tem mais de 5 mil alvarás de pesquisa e 55 portarias de lavra que estão em processo de aprovação no DNPM.

Para o Ministério de Minas e Energia, tocado por Edison Lobão, sob a chefia do coronel José Sarney, a aprovação do Código da Mineração significa aumento de poder. Como na energia elétrica, o MME passa a ser o controlador direto dos leilões de concessões de exploração mineral. Essas concessões de exploração mineral, segundo o novo marco legal, passam a ser de 40 anos, prorrogáveis por mais 20.

Atualmente, grandes empresas internacionais estão “atacando” vorazmente as regiões onde estão as maiores riquezas minerais no Brasil. Uma delas é onde está sendo construída a hidrelétrica , na Volta Grande do Xingu; outra é a Província Mineral do Tapajós, justamente onde o governo planeja a construção do Complexo Hidrelétrico do Tapajós. Coincidência ou não, as empresas são canadenses e têm vários projetos para exploração de ouro nessas áreas.

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