Um grupo de especialistas convocado pelo Ministério da Indústria do Japão começou a analisar como tratar adequadamente a água radioativa que se acumula na usina nuclear de Fukushima, informou nesta quinta-feira o canal ‘NHK’. O painel se centrará principalmente em analisar os desafios que implica administrar milhares de toneladas de líquido contaminado com trítio, o único isótopo radioativo que até agora não está sendo eliminado durante o tratamento da água.
http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2013/12/27/101273-especialistas-estudam-como-tratar-agua-contaminada-em-fukushima.html
Para limpar a água que se usa como refrigerador dos reatores, que se contamina ao entrar em contato com os núcleos parcialmente fundidos, a operadora da central emprega um mecanismo chamado Sistema Avançado de Processamento de Líquidos (ALPS), desenvolvido pela Toshiba.
O ALPS pode retirar 62 tipos de materiais radioativos, com exceção do trítio.
O grupo analisará o risco que representa armazenar água contaminada com este material e também o que implicaria despejá-la de maneira controlada ao mar, uma opção contemplada pela autoridade reguladora japonesa e pela própria Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Também estudará as dificuldades técnicas do desenvolvimento de tecnologias que permitam desprezar o trítio.
O painel, composto por nove especialistas em materiais radioativos, espera determinar quais são as opções mais viáveis em um relatório que espera ter compilado para o final de março.
Nas instalações na cidade de Fukushima existem mil tanques que armazenam água, alguns dos quais sofreram vazamentos graves, como o que aconteceu no ano passado, quando vazaram 300 toneladas de líquido muito radioativo, parte do qual foi parar no mar.
O governo estima que o volume de água contaminada armazenada em depósitos alcançará no futuro as 800 mil toneladas.
Controlar os vazamentos nessas cisternas e também do líquido contaminado que se acumula nos porões dos reatores representa o principal desafio para os 3.500 técnicos que trabalham na usina.
As emissões poluentes da central, afetada pelo terremoto e tsunami que devastou o nordeste do Japão em 11 de março de 2011, mantêm evacuadas mais de 52 mil pessoas que viviam perto da usina e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local.
(Fonte: G1)