Sede Chemours, Carolina do Norte/EUA.
Liz McLaughlin , Repórter de Mudanças Climáticas da WRAL
29.11.23
[NOTA DO WEBSITE: Incríveis são as jogadas que as corporações montam quando, de repente, percebem que criaram sem dúvida tanto soluções para determinadas condições da sociedade, como situações de contaminações que podem gerar doenças e anomalias em todos os seres e passarem mais de mil anos atuando nos corpos de todos os indivíduos do Planeta].
A Agência de Proteção Ambiental reverteu a sua decisão de permitir que a Chemours importasse mais de 2 mil toneladas de resíduos GenX das suas instalações na Holanda para Fayetteville/EUA.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA/EPA reverteu na quarta-feira sua aprovação para que a Chemours importasse resíduos estrangeiros contendo o produto químico GenX para suas instalações em Fayetteville, após reação de membros da comunidade e autoridades eleitas.
NOTA DO WEBSITE: Importante sabermos que corporação é essa: Chemours. A corporação E I DuPont de Nemours, foi fundada no início do século XIX, mas só no final desse século, é que ela se desenvolve com a indústria de guerra com os explosivos a partir da celulose. Por essa época surge o celuloide tanto usado em fotografia. E vai assim até os anos 30 do século XX quando começa a criar têxteis artificiais e assim nascem entre outras resinas sintéticas, o rayon, a fibra acrílica orlon, o nylon e depois o neoprene e o ‘teflon’. Só por essa listagem muitíssima sucinta, já se pode perceber o quanto essa corporação, seus CEOs, acionistas e cientistas corporativos, tem comprometido o presente e o futuro de todos os seres vivos do Planeta. É claro que tem o outro lado que tem sido como essas moléculas têm permitido uma mudança definitivamente radical em toda a Humanidade, exatamente pela ‘facilidade’ e ‘praticidade’ que elas têm trazido para as atividades humanas. E agora se vive esse dilema. Vivemos, os atuais habitantes, ainda dentro desse paradigma de ‘eficiência’, mas por poucos anos ou décadas, ou mudamos tudo para encontrarmos alguma forma dos seres vivos no Planeta terem uma perspectiva de existência por milênios como viemos até hoje, depois de 3,4 bilhões de anos que a primeira vida se formou na Terra? A DuPont, parece que se deu conta de que algo estava acontecendo com toda sua constelação química sintética em termos legais. E assim em 2015, ela cria uma nova corporação para quem transfere toda a parafernália dessa química sintética e fica como sua, somente a parte da corporação original que ainda pelo menos, não está lhe trazendo perspectivas de grandes embates na Justiça. E essas, de forma muitíssimo sucinta, são as razões da criação da CHEMOURS. Ou seja, a DuPont passa para outra corporação toda a carga, positiva e negativa, das moléculas sintéticas. E assim, a nova poderá dizer que não tinha o nível de informação que a antiga tinha sobre alguns malefícios que essa química tinha dentro de si. Desta forma, a Justiça fica ‘tonta’: uma não sabia de nada e a outra que sabia tudo, não tem mais nada a ver com o que a nova comprou! Que tentativa de criar confusão, hein!!?? Mas a Justiça não é cega para esses tipos de manipulações… ou pelo menos não deveria ser!].
GenX é um produto químico da classe das substâncias per e polifluoroalquil (PFAS) ou “químicos para sempre/forever chemicals”, que alguns estudos associaram a riscos adversos à saúde.
O governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, escreveu uma carta ao administrador da EPA, Michael Regan, em 3 de novembro, instando a agência a rescindir sua aprovação original.
“É bom que a EPA tenha revertido esta decisão e estou grato por sua resposta rápida”, disse Cooper em comunicado na quarta-feira. “Trabalhamos há anos na Carolina do Norte para forçar a limpeza de químicos para sempre para ajudar a garantir água limpa, e empresas como a Chemours tornaram esse esforço mais difícil.”
A controvérsia sobre a decisão começou quando uma carta de setembro da EPA se tornou pública no mês passado, documentando o consentimento da agência para que a Chemours importasse quase 2 mil toneladas de resíduos contendo GenX de uma instalação na Holanda para a instalação de Fayetteville Works.
A Chemours disse que a empresa pretendia reciclar o GenX.
Relatado originalmente pela Bloomberg News e posteriormente confirmado pela Chemours, apenas 45% das águas residuais são recuperadas na Fayetteville Works, enquanto outros 55% são incinerados.
“Estou feliz que a EPA reverteu sua decisão de permitir que águas residuais com GenX fossem enviadas para uma instalação em Fayetteville”, disse o senador americano Thom Tillis, R-NC, em um comunicado. “É vital que toda a Carolina do Norte tenha acesso à água segura, e continuarei meu trabalho para abordar os riscos representados pelos contaminantes emergentes de PFAS, assim como fizemos com o investimento histórico em água limpa na Lei Bipartidária de Infraestrutura.”
Tillis enviou anteriormente uma carta aos representantes dos EUA David Rouzer e Richard Hudson para Regan, presidente da EPA, descrevendo a preocupação com a remessa.
A reversão ocorre menos de uma semana depois de a ONU publicar cartas de alegação à Dupont, Chemours e Corteva, dizendo que as empresas violaram as leis internacionais de direitos humanos com danos causados pela poluição por PFAS.
Em 2017, os investigadores descobriram que a Chemours e a empresa-mãe Dupont tinham despejado químicos eternos, incluindo GenX, no rio Cape Fear, de onde sai o abastecimento de água potável para 1,5 milhões de pessoas. Dezenas de milhares de poços ao redor da fábrica também foram contaminados.
A Chemours divulgou um comunicado recentemente afirmando que reciclar os resíduos de PFAS era mais ecologicamente correto do que fabricar grandes quantidades de novos produtos químicos.
“Identificamos e reconhecemos um erro de cálculo na aplicação ao ILT/Inspectie Leefomgeving en Transport holandês que divulgamos proativamente aos reguladores dos EUA”, disse a empresa.
A sua declaração também destacou medidas de controle de poluição recentemente adicionadas ao site. A empresa investiu em tecnologia para interromper as emissões de PFAS no ar, no solo e na água depois de ser legalmente obrigada a fazê-lo por ordem judicial de 2019.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2023.