Uma longa e esclarecedora entrevista feita com a Dra. Natasha Campbell-McBride, pelo Dr. Joseph Mercola, este um médico que tem seu website extremamente ativo e que sempre traz os temas mais ousados, transformadores e alteradores de paradigmas dentro do mundo da medicina nos EUA com reflexos em todo o mundo. Entre estes temas está a ação profissional da Dra. Natasha que já havia sido citada dentre vários textos este que está no site: http://nossofuturoroubado.com.br/aditivos-plastificantes/flora-intestinal-pode-oferecer-pistas-para-o-autismo. Sugerimos que se leia para se entender todo o embasamento das pesquisas que esta médica e mãe vem fazendo em prol da saúde de nossas crianças e dos adultos também. Boa leitura. O texto é longo, mas transformador!
http://mercola.fileburst.com/PDF/ExpertInterviewTranscripts/InterviewNatashaCampbell-McBrideGAPS.pdf
DM: Dr. Joseph Mercola
DC: Dr. Natasha Campbell-McBride
Introdução:
DM: Sejam bem-vindos. Sou o Dr. Mercola. Hoje estou aqui com a Dra. Natasha Campbell-McBride que irá nos esclarecer sobre um interessante tópico que é intestino e síndrome psicológica. É realmente um tratamento relacionado com o autismo, TDAH, dislexia, dispraxia, depressão e esquizofrenia. Bem-vinda Dra. Campbell.
DC: Grata pelo convite. Estou encantada por estar aqui.
DM: Da mesma forma, nós também de tê-la aqui conosco. Poderia nos dar uma pequena ideia sobre sua formação universitária e sua prática profissional e como adquiriu experiência nesta área?
DC: Tenho formação em medicina. Fiz minha primeira pós-graduação quando era uma jovem médica e foi em neurologia. Trabalhe nesta área, como neurologista e neurocirurgiã, por longos anos. Foi então que resolvi constituir a minha família. Meu filho primogênito foi diagnosticado quando tinha três anos de idade o que levou a viver um imenso aprendizado porque eu precisava encontrar uma solução para este problema em razão de que a minha profissão não tinha nada a oferecer o que me deu um grande choque. Tendo encontrado todas estas soluções, resolvi retornar à universidade. Assim completei a minha segunda pós-graduação em nutrição humana e aprendi muitas e muitas outras coisas. Como resultado, meu filho ficou completamente curado. Não era mais autista. Começou a viver uma vida totalmente normal. Tenho uma clínica em Cambridge na Inglaterra, que é muito movimentada com crianças e adultos com déficits de aprendizado, desordens neurológicas, desordens psiquiátricas e ainda com desordens imunológicas e problemas digestivos.
DM: Qual foi o país que recebeu seu aprendizado médico?
DC: Sou russa. E fui profissional da medicina na própria Rússia. Pratiquei como médica, neurologista, na Rússia. Mas quando iniciei minha vida familiar, mudei-me para o Reino Unido. Então todo o desastre com meu primeiro filho aconteceu no Reino Unido.
DM: Seu filho então nasceu no Reino Unido?
DC: Sim. Ele nasceu no Reino Unido. Agora tenho vivido há mais de 20 anos no Reino Unido e tenho exercido minha profissão por aqui mesmo.
DM: Quanto tempo demandou para que a senhora adquirisse a experiência e o conhecimento para ser capaz de usar a nutrição para seu filho ultrapassar o desfio do autismo e que pudesse retroceder a ser um criança com funcionamento normal?
DC: Bem, muitos pais entendem e eu também a mesma coisa, de que as crianças nos dão oportunidades de aprendizados. A curva do aprendizado é usualmente muito rápida e muito sinuosa, particularmente com uma criança com autismo porque quanto mais novo é o filho a começar com o tratamento, melhor serão os resultados. Quanto mais se deixa a criança entregue ao autismo, mais difícil é tirá-lo fora dele e menos impressionante serão os resultados. Quando começamos o tratamento, que denominei – GAPS treatment – (nt.: Gut and Psychology Sydrome – Intestino e Síndrome Psicológica), com a idade de 2, 3, 4 e até 5 anos, daremos a nosso filho uma oportunidade real para se recuperar completamente do autismo, do TDAH, da ADD, da dislexia e da dispraxia e desse grande grupo de crianças que não se encaixam em nenhuma caixinha de diagnósticos convencionais.
Elas podem estar com níveis muito tênues tanto de autismo como de TDAH, dislexia e dispraxia e mesmo de alguma outra destas síndromes, mas não o suficiente para se ter uma conclusão precisa para enquadrá-la em algum destes diagnósticos claros. Existem crianças com as quais os médicos sempre estão procrastinando. Pedem que os pais as tragam a cada seis meses para observá-las no sentido de dar-lhes um diagnóstico mais exatos. Por isso, valioso tempo acaba se perdendo enquanto a criança poderia ser auxiliada já desde o início.
DM: Quando a senhora se graduou em medicina? Qual o ano?
DC: Formei-me em 1984.
DM: Somos então contemporâneos. Lembra-se qual era a incidência de autismo naquela época? Era em torno de uma criança para cada 10 mil ou algo assim? Qual é a sua estimativa atual de incidência de autismo nos dias atuais no Reino Unido?
DC: Era sim, uma em cada 10 mil quando me graduei. Era uma disfunção muito rara. Mesmo como médica graduada, nunca me deparei com um paciente autista. Durante o tempo da minha graduação como médica nunca tive um paciente autista. Defrontei-me com outras condições psiquiátricas durante o meu curso em psiquiatria, mas nunca com uma criança com estas condições. Para ser honesta, a primeira criança autista com quem me defrontei foi com o meu próprio filho. Como disse, 20 anos atrás, a sociedade ocidental e provavelmente em todo o mundo de fala inglesa, nós diagnosticávamos uma criança em cada 10 mil.
Quinze anos depois, foi que começamos a diagnosticar crianças autistas e, há cinco anos atrás, já era uma em cada 150 o que representa mais ou menos 40 vezes o aumento de sua incidência. Agora na Grã-Bretanha e em alguns países, estamos diagnosticando uma criança em cada 66. Como entendo, os números são similares em alguns estados nos EUA e em algumas áreas em países da América. O mesmo se dá na Austrália e na Nova Zelândia. Recém estive na Hungria e a incidência não está tão alta, mas está chegando perto de uma criança para cada 150.
DM: É um dramático aumento. Basicamente 50 vezes desde o tempo em que começamos a atuar como médicos. Chegou a senhora a alguma conclusão dentro de sua compreensão em suas crenças de qual poderia ser a contribuição primária para este dramático aumento?
DC: Com certeza, não tenho nenhuma dúvida de que estas crianças nascem com seus cérebros perfeitamente normais bem como seus órgãos sensoriais e indubitavelmente têm todas as suas funções normais. O que acontece a elas e esta é a minha absoluta crença é uma anormalidade. É isto que esta Síndrome do Intestino e Psicologia (nt.: em inglês a sigla é GAPS/Gut and Psychology Syndrome) descreve. O próprio nome desta síndrome já estabelece uma conexão direta entre o funcionamento do sistema digestivo e o funcionamento cerebral. O que acontece nestas crianças? Elas não desenvolvem uma flora intestinal normal no próprio nascimento, desde o início de suas vidas. A flora intestinal é uma parte extremamente importante para nossa fisiologia humana.
Pesquisas recentes na Escandinávia mostraram que 90% de todas as células e todo o material genético no corpo humano é nossa própria flora intestinal. Nós somos como uma concha. Somos somente 10% de nossa totalidade. Somos um ecossistema, um habitat, para esta massa de microrganismos dentro de nós. Ignorá-los nos coloca em grande perigo. O que acontece com estas crianças é que desenvolvem uma flora intestinal completamente anormal desde o começo de suas vidas. Como resultado, seu sistema digestivo em vez de ser uma fonte de nutrição torna-se a maior fonte de toxicidade. Os microrganismos patogênicos dentro de seus tratos digestivos danificam a integridade de suas paredes intestinais. Assim toda a sorte de toxinas e micróbios inundam a corrente sanguínea da criança e acabam alcançando o seu cérebro. Isso normalmente ocorre no segundo ano de vida das crianças que foram amamentada pelo leite materno que providencia uma proteção contra esta flora intestinal anormal.
Nas crianças que não tiveram o leite materno, vejo estes sintomas de autismo se desenvolverem já no primeiro ano de vida. Por isso o aleitamento materno é crucial para proteger estas crianças. Então elas nascem com seus cérebros normais, seus olhos, ouvidos, tato e papilas gustativas, todos normais. Todos os órgãos sensoriais fornecem-nos as informações coletadas no ambiente. Se observarmos as criancinhas, elas estão atentas a tudo. Elas ouvem tudo e tocam em todas as coisas. O que estão fazendo? Coletando informações do ambiente onde estão e estas informações vindas de seus órgãos sensoriais são passadas para o cérebro para serem processadas. Assim que o cérebro processa estas informações, a criança aprende. Esta é a mãe e este é o pai. Isto é um brinquedo. Vou brincar com este brinquedo desta maneira. Não faço nada com este brinquedo. Não vou destrui-lo. Não o jogo fora. Esta é uma colher. Eu como com ela. Estas pessoas em meu entorno, eu me comunico com elas desta maneira. No entanto, o que acontece com as crianças que tem esta síndrome (GAPS)? Em razão deste rio de toxicidade vindo de seu intestino, indo em direção ao cérebro da criança, o mesmo é entupido com estes tóxicos e assim ele não consegue processar a informação sensorial.
Esta informação se transforma numa massa sem sentido como um ruído no cérebro da criança e deste ruído ela não consegue aprender nada. Ela não consegue decifrar em nada útil. É por isso que elas não aprendem como se comunicar. Elas não aprendem como entender a linguagem, como empregá-la, como desenvolver todos os comportamentos instintivos naturais e perceberem os comportamentos que as crianças normais desenvolvem. O segundo ano de vida é crucial na maturação do cérebro do bebê. É quando as habilidades de comunicação, os comportamentos instintivos, as habilidades para brincar e os comportamentos de enfrentamento se desenvolvem. Se o cérebro da criança pleno de toxicidade, falha nesta janela de oportunidade de aprendizado, começa a se desenvolver o autismo dependendo tanto da mistura das toxinas, de quão severa é toda sua condição, quanto severamente sua flora intestinal está anormal.
A criança pode apresentar esta condição com um leque de sintomas que podem se adequar a um diagnóstico de autismo ou de outra gama de sintomas que podem ser percebidos como um típico déficit de atenção e hiperatividade (nt.: em inglês ‘attention deficit hyperactivity disorder/ADHD’ ou ‘attention deficit disorder/ADD’) ou só défict de atenção sem hiperatividade e até mesmo dislexia, dispraxia e desordem obsessiva compulsória ou algo mais. Mas acredito que a maioria dos casos, em torno de 80% destas crianças, tem mais uma mistura de sintomas, não se enquadrando em nenhum tipo específico de diagnóstico. Estas são as crianças que perdem anos muito importantes no início de sua vida quando poderiam ser, na verdade, auxiliados.
DM: Esta é uma observação interessante. Estou seguro que isso aporta uma oportunidade fenomenal para haver uma intervenção terapêutica que poderá fazer a diferença. A questão central que tenho é que estou um pouco confuso porque sendo a flora intestinal que provoca isso, deve haver alguma coisa que causou esta mudança nos últimos 30 anos, a menos que tenha ocorrido uma alteração espontânea para uma flora diferente. No entanto algo está levando a que organismos diferentes contribuam para esta patologia. Qual é a sua suposição quanto às variáveis e aos fatores que estão contribuindo para esta mudança que leva os pacientes a esta síndrome (nt.: GAP syndrome)?
DC: Claro! É uma ótima questão. A epidemia de autismo e do TDAH, além da dislexia e dispraxia – estamos empregando a expressão ‘epidemia’ aqui apesar do fato de que classicamente ela é empregada para doenças infecciosas – tem uma origem. Assim estamos usando epidemia de autismo em razão de, sem dúvida, estarmos vivendo uma situação epidêmica com esta síndrome. A epidemia oculta que gera todas estas condições e mesmo de outras síndromes é uma epidemia de anormalidades na flora intestinal. Vou explicar como isso ocorre. Desde de todo o sempre, o conhecimento científico reconhece que o bebê dentro do útero materno, durante os nove meses, é estéril. Ou seja, o intestino do bebê por isso também é estéril.
Então, quando o bebê obtém sua flora intestinal? No momento do nascimento quando ele vai através do canal vaginal de sua mãe. Assim, tudo o que é vivo no canal vaginal da mãe, na vagina materna, torna-se a flora intestinal do bebê. Então o que vive na vagina materna? Esta é a área mais rica em vida do corpo da mulher. Sua flora vaginal vem de seu aparelho digestivo. Assim, se a mãe tem uma flora intestinal anormal, terá consequentemente uma flora anormal em seu canal vaginal de nascimento. Sua flora vaginal vem de seus intestinos. Então, se a mãe tem uma flora intestinal anormal, consequentemente o mesmo ocorrerá em seu canal de nascimento. Os pais não são exceção em razão de que ele também têm sua flora intestinal e ela povoa suas virilhas. Compartilham esta flora com a mãe de forma corriqueira. Na minha clínica, o que eu antes busco antes de tudo, é falar sobre a criança. Sempre coleto a história da mãe, do pai e mesmo pergunto sobre os avós da criança. O que tenho detectado é que viemos tendo uma epidemia crescente e aprofundada de anormalidades na flora intestinal que iniciou a partir da Segunda Guerra Mundial quando os antibióticos foram descobertos. Cada uso dos antibióticos de amplo espectro elimina as espécies de micróbios no intestino que deixa neste local os patógenos incontrolados.
Num sistema digestivo normal saudável com uma flora intestinal normal e saudável, as espécies de micróbios benéficos predominam e são chamados de probióticos. Temos então bactérias probióticas bem como vírus e fermentos além de vermes benéficos, como também protozoários benéficos. No entanto, os antibióticos de largo espectro eliminam as bactérias benéficas. Paralelamente com os microrganismos benéficos num intestino saudável, os cientistas detectaram agora milhares de diferentes espécies de doença muito patogênica causada por microrganismos; bactéria, vírus, fungos e outros microrganismos. Mas contanto que os bons predominem no intestino, eles controlam todos os patógenos e não permitem que eles causem qualquer problema. Eles os deixam em pequenas colônias e não permitem que se proliferem. Cada uso destes antibióticos elimina as bactérias benéficas e dão um espaço de oportunidade para os patogênicos se proliferarem, a crescerem incontrolavelmente e a ocuparem novos nichos no intestino. A flora benéfica se recupera no intestino, mas espécies diferentes dela precisam entre duas semanas a dois meses para se recuperarem. E esta é a janela de oportunidade para vários patógenos se expandirem.
O que eu vejo nas famílias de crianças autistas em particular é que a mãe tem sua flora intestinal 100% anormal e tem problemas de saúde relacionados a isso. E quando olho para as avós maternas, detecto que também elas têm sua flora intestinal anormal mas de forma mais suave devido ao pouco uso de antibióticos que ela recebeu antes de ter tido sua filha, agora mãe de uma criança autista. Então ao ter sua filha já lhe passou alguma desta flora anormal no parto. Mulheres que estão tendo seus filhos agora, nasceram nos anos 50, 60 e 70, e mesmo foram crianças neste tempo – época em que amamentar ficou fora de moda. E este foi o tempo quando os leites formulados surgem no mercado (nt.: lembrar a corporação Nestlé com a grande manipuladora deste tempo, até na criação das maternidades com a separação mãe e filho e o uso do leite Nan) e que foi dito às mulheres que não era moda amamentar e que não havia necessidade disso nunca mais. Agora a gente sabe melhor destas consequências disso tudo. Agora sabemos que bebês amamentados desenvolveram flora intestinal completamente diferente das crianças que mamaram mamadeiras. Ambas acabaram desenvolvendo floras intestinais anormais que mais tarde as predispuseram a alergias, eczemas e dificuldades de aprendizado e várias outras desordens. Agora muitas mulheres tentam amamentar (nt.: lembrar das campanhas da ONU sobre a necessidade do aleitamento materno).
O que eu descobri é que as mães das crianças autistas que nasceram neste tempo quando estas fórmula infantis recém chegaram, uma grande percentagem delas não foram amamentadas. Assim estas mulheres adquiriram uma flora intestinal levemente anormal de sua mães no nascimento e então não foram amamentadas e assim a anormalidade em sua flora intestinal aprofundou-se através de seus filhos que receberam muitos antibióticos. Desde então, os antibióticos foram prescritos particularmente nos anos 50 e 60, eles foram prescritos como coisa natural para qualquer tosse ou espirro. Eles realmente foram super-prescritos. E em cada uma destas super-prescrições de antibióticos, as anormalidades na flora intestinal foram se aprofundando, se aprofundando nestas jovens mulheres. E então nas idades de 15, 16 anos foram-lhes administradas as pílulas anticoncepcionais. Elas tiveram um efeito devastador sobre a flora intestinal.
Hoje em dia, as mulheres estão ingerindo estas pílulas por um bom espaço de anos antes de se tornarem aptas para começarem suas famílias. A isso podemos acrescentar o aparecimento da ‘junk food’ (nt.: ver o texto do artigo de fevereiro de 2013 do New York Times – http://nossofuturoroubado.com.br/corporacoes/a-extraordinaria-ciencia-de-viciar-em-junk-food) e todos os carboidratos processados que as pessoas estão consumindo hoje em dia. Estes tipos de comida são praticamente o alimento fundamental para os patógenos no sistema digestivo permitindo-os proliferarem. Muitos destes fatores modernos criaram toda uma profusão de jovens mulheres no mundo moderno que dispõem de uma flora intestinal profundamente anormal no tempo em que estão prontas para terem seus primeiros filhos. É esta flora intestinal anormal que elas estão passando através de si para seus filhos. Assim estes bebês adquirem sua flora intestinal anormal desde o começo. E enquanto o bebê tem fatores imunológicos em seu sangue, desenvolvem condições contra suas próprias floras intestinais para protegê-los. Estes fatores imunológicos estarão no leite de suas mães. Enquanto o bebê é amamentado, apesar do fato de já ter adquirido a flora intestinal anormal de sua mãe, terão alguma proteção.
No entanto, assim que o aleitamento é interrompido esta proteção também se interrompe. Este é o tempo quando as anormalidades na flora intestinal realmente florescem. É quando a criança começa a deslizar em direção ao autismo, ao TDAH ou ao TDA ou à alguma outra desordem de aprendizado ou problema físico como diabetes tipo 1, por exemplo. Da mesma forma, pode ser a doença celíaca, uma condição autoimune ou à outra situação como asma, eczema e outros problemas físicos. É daí que esta epidemia surge. Infelizmente, a predição é, olhando para o que está acontecendo no nosso mundo moderno, de que todos os fatores que tornam a flora intestinal anormal na população, estão se tornando cada vez mais fortes. Eles não estão apresentando nenhuma fraqueza. Assim, as novas gerações de jovens mulheres que se dirigem a terem filhos, estão tendo pior flora intestinal. Assim, a proporção de crianças com a síndrome GAPS que estão nascendo destas mães, está crescente em nossa população. Nossas autoridades necessitam entender isso e precisam estar aptos para enfrentar este fato.
DM: Isso é fascinante. Imagino que a introdução do xarope de milho, rico em frutose, na metade dos anos 70 pelos cientistas japoneses, vem permitindo que a indústria de alimentos produza frutose a taxas muito menos dispendiosas. Assim essencialmente é um açúcar mais barato e aumenta radicalmente a quantidade de frutose no fornecimento deste açúcar que não traz nada de bom para beneficiar a flora intestinal e provavelmente contribui para seu aumento.
DC: Com certeza.
DM: Também estou querendo saber se os que estudaram esta epidemia do autismo, mesmo que seja uma área controversa, descobriram a existência de alguma associação entre o uso de vacinas no aumento da epidemia. Estou também querendo saber como a senhora pode ligar as duas situações.
DC: Os bebês estão nascendo não só com os intestinos estéreis, mas também com seu sistema imunológico imaturo. Estão chegando a este mundo como uns alienígenas. Seus sistemas imunológicos necessitando serem educados. O estabelecimento de uma flora intestinal normal se dá nos primeiros 20 e poucos dias de vida, desempenhando um papel crucial na maturação apropriada do sistema imunológico do bebê. Aqueles que desenvolvem uma flora intestinal anormal, acabam tendo sua imunidade comprometida. As vacinações foram desenvolvidas para crianças com o sistema imunológico perfeitamente saudável. As crianças com a síndrome GAPS não estão adequadas para serem vacinadas com o procedimento padrão de vacinação. Em meu livro Gut and Psychology Syndrome, escrevi todo um capítulo em que defendo uma proposta de que as autoridades deveriam ter feito uma estratégia de vacinação mostrando o que este procedimento padrão está causando de danos a estas crianças. Elas não estão adequadas para serem vacinados desta forma.
Vendo que a proporção de crianças com GAPS na população está crescendo, ninguém calculou quantas delas hoje estão nascendo com esta síndrome. Adoraria muito que alguém fizesse este estudo para, na verdade, verificarmos quantas são e qual a proporção da população é de crianças com esta síndrome. No entanto, percebo que esta proporção está crescendo, crescendo, crescendo. Outro problema é que as vacinações são produtos comerciais e o número delas está aumentando e aumentando em razão de serem altamente lucrativas para a indústria farmacêutica, para os governos no ocidente e para aqueles que administram as vacinas, além é claro da indústria médica. Isso está se tornando uma indústria de fazer dinheiro (vacinação).
Vejo que a cada ano temos novas vacinas chegando às crianças que há dez anos recebiam de 14 a 15, todas juntas, pela idade de cinco anos. Agora estão recebendo de 20 a 22. Onde tudo isso vai parar? O que também precisamos entender é que a indústria farmacêutica não podendo patentear vírus, bactérias e outros microrganismos naturais que foram criados pela natureza, têm que alterá-los geneticamente antes de patenteá-los. Assim estas vacinas contêm vírus geneticamente modificados, microrganismos geneticamente modificados. Ainda não temos dados suficientes para saber o que exatamente elas estão fazendo ao corpo humano e o que exatamente estes genes alterados estão ocasionando à nossa flora intestinal e a destas crianças. Tenho visto muitas delas em minha clínica que estão sendo danificadas pelas vacinações. Não precisa ser a MMR (measles/mumps/rubella) (nt.: sarampo/caxumba/rubéola, conhecida como vacina tríplice). Algumas crianças são danificadas p por ela, outras pela DPT (diphetheria/pertussis/tetanus), (nt.: difteria/coqueluche/tétano, conhecida como tríplice bacteriana).
Já outras foram danificadas pelas primeiras vacinas que elas receberam tão logo nasceram. No bloco leste, eles ainda estão vacinando para tuberculose. Existem outras para catapora, e vejo crianças danificadas. Tudo depende de quão pobre é o seu sistema imunológico. Elas já estão com sua imunologia comprometida porque têm a flora intestinal anormal. Cada aplicação de antibióticos danifica a flora posteriormente. Cada um deles tem um efeito danoso direto sobre a imunologia em razão de danificarem os vários fatores das células imunológicas, várias partes da imunologia. Assim, as crianças tornam-se imunologicamente cada vez mais comprometidas com cada dose de antibióticos. Isso é como se fosse a última gota para o vaso transbordar. Assim, se a criança já está danificada o suficiente, a vacina pode ser a gota final. Mas se ela não causar isso numa criança específica, pode colocá-la perto do ponto de ruptura. Pode ser que não seja danificada pela vacinação, mas um ano depois pode desenvolver diabetes tipo 1. Quem vai dizer que uma coisa tem a ver com a outra?
DM: Sem dúvida. Tem um número de pesquisadores que comentam sobre isso. Existem um que conseguiu uma evidência epidemiológica muito boa para mostrar esta associação. Agradeço sua explicação. Ela realmente traz à consideração que eu nunca havia ouvido de que existe, na verdade, este grupo, um subgrupo da população normal, que está em sério risco quanto ao desenvolvimento de lesões originários da vacina e que podemos identificá-lo baseados em sua flora intestinal. Existe algum teste simples ou mesmo um ensaio que possa ser usado ou se saber e que pode identificar este grupo para efetivamente exclui-lo do calendário de vacinação?
DC: Com certeza. Tenho um capítulo completo em meu livro com a descrição de toda esta situação. A primeira coisa que se deve fazer, é não utilizar nada invasivo. Inicialmente precisamos conhecer a história de saúde de seus pais. Se os pais têm uma flora intestinal normal é o que estão transmitindo para seu filho. Então as fezes da criança podem ser examinadas quanto à sua flora intestinal nos seus primeiros dias de vida. Outra forma de se saber sobre o sistema imunológico, pose-se utilizar a urina da criança. Ela pode ser analisada, novamente um teste não invasivo para os metabólitos da flora intestinal. Temos agora excelentes testes que detectam as substâncias químicas que são produzidas pelas várias espécies de microrganismos no intestino. Estas substâncias químicas então atravessam a parede intestinal e vão para a corrente sanguínea, circulando por todo o organismo e deixam o corpo através da urina.
Assim analisando sua urina, podemos indiretamente dizer que tipo de espécies de microrganismos estão alojadas no seu intestino e que tipo de substâncias químicas eles estão produzindo. Em razão do perfil destes químicos de uma urina saudável mostrar-se de uma determinada forma, constata-se que, quando for uma criança com a síndrome GAPS, este perfil é muito, muito diferente. Então veremos certos químicos naquela situação que não estarão presentes nesta última. Assim fazendo estes simples processos não invasivos, podemos muito mais dizer se esta criança tem ou não uma flora intestinal normal. Se ela tiver anormal podemos então saber que ela terá sua imunidade comprometida e que não poderão ser vacinadas dentro do procedimentos padrões de vacinação. Elas simplesmente serão danificadas com ela. Elas não podem ser, por isso, vacinadas.
Outro grupo de pacientes são os irmãos destas crianças. Os irmãos das crianças autistas, das com hiperatividade severa, obesidade compulsiva, diabetes tipo 1 e de outras com condições mental e física severas. Apesar do fato destes irmãos sanguíneos, meninos e meninas, poderem não ser autistas e talvez tenham tido um desenvolvimento perfeitamente normal, detectei neles, eventualmente, eczemas, asma e problemas digestivos. Talvez um pouco de hiperatividade, um pouco de dislexia e mesmo algo desastrado com sua dispraxia, instabilidade emocional e até alguma outra coisa mais. Estas crianças não são autistas, mas têm a mesma herança na sua flora intestinal por serem da mesma mãe. Devido ao fato de que há diferenças genéticas, sempre há as gravidezes são diferente.
Isso precisa ficar claro, gravidez menos tóxica, gravidez menos estressante, então a criança pode apresentar uma constituição mais forte e sua flora intestinal anormal não fazer dela autista, mas não deixa de ser ainda vulnerável. Também elas reagem às vacinações. Irmãos mais moços de crianças autistas e daquelas com todas estas desordens e todos estes problemas não devem ser vacinadas dentro destes procedimentos padrões de vacinação. Os testes imunológicos que eu falei podem ser repetidos a cada seis meses ou a cada ano para elas ou quando ela já estiver sendo considerada perfeitamente saudável e seu sistema imunológico mostrar por si próprio estar perfeitamente bem e funcionando normalmente. Somente então a vacinação pode ser considerada para estas crianças porque simplesmente não podemos colocá-las em risco.
DM: Considero isso tudo fascinante. Realmente um descrição elegante e numa abordagem de como contornar esta epidemia de autismo que está sendo um quebra-cabeça estonteante para a maioria de nós. Estes testes e ensaios que foram descritos antes e que estão em seu livro, estão facilmente disponíveis? A maior parte dos clínicos tem acesso a eles ou só em laboratórios especiais? Quanto está seu custo?
DC: Estão disponíveis na maioria dos laboratório em todo o mundo. O teste foi desenvolvido primeiramente pelo Great Plains Laboratory nos EUA. Isso foi há 25 anos atrás. Agora estão disponíveis na Europa Ocidental, na Europa Oriental, em todo os EUA e na Ásia. Tanto quanto eu sei, está disponível em Hong Kong e na Austrália. Muitos laboratórios absorveram este método e o estão fazendo. Estes testes são completamente não invasivos. Assim não precisa de nenhuma agulha para aplicá-los para se verificar sua flora intestinal. Teste as fezes, a urina e terá a própria história de saúde da criança e de seus pais.
DM: Qual o custo básico para se fazer estes testes?
DC: O teste de ácido orgânico que estou falando, o teste de urina está em torno de $100 dólares. A análise de fezes está em torno de 80 a 90 dólares.
DM: Muito razoáveis se considerarmos as dezenas ou centenas de milhares de dólares despendidos em alguns casos, além de se ter um filho com um desses transtornos.
DC: É verdade. Quando as autoridades, o Estado, assumem a responsabilidade para cuidar destes indivíduos, a população autista vive uma expectativa de vida normal. Podem viver até os seus 70 anos. São pessoas que apresentam deficiências severas que precisam ser cuidadas por toda sua vida. Isto exige milhões, centenas de milhões, um custo para cuidar uma pessoa até seus 70 anos. Seguramente fazer um par de testes quando o bebê nasce, prevenindo a lesão, vale muito a pena.
DM: Preciso afirmar de que esta é realmente uma recomendação extraordinária e relativamente simples e barata. Certamente acessíveis á grande maioria da população que está tendo filhos. E há um gasto para se ter filhos, mas isto é muito menor até como um ato de segurança, se estivermos decidindo a implantação de uma agenda de vacinas. Parece quase uma imperícia não se fazer este processo para os filhos.
DC: Nossas crianças estão sendo usadas como mercadoria para a venda de vacinas. Elas são vacinadas no ocidente e estou com receio que seja não pelo amor de salvar uma criança, mas pelo amor de fazer dinheiro. Infelizmente a situação está se encaminhando para isso. Isso me deixa extremamente triste e a situação é preocupante.
DM: Tenho sempre este princípio e a maioria das pessoas poderá concordar que esta é a melhor estratégia, o princípio da prevenção. É melhor prevenir do que remediar. Este é um velho ditado padrão, mas provavelmente é um ou dois graus de magnitude maior do que isso. Agora que nós identificamos como prevenir esta situação, e esta é realmente a chave central. A maioria das pessoas que ouviram isso não vão cair nesta situação. Elas estão escutando porque sabem ou conhecem alguém que sofre este tipo de desordem. Como foi dito antes, quanto mais cedo se implementar este processo, melhor, pelo simples fato de que possivelmente isso será mais efetivo. Quero saber se é possível delinear as estratégias e o processo de restabelecimento da saúde de alguém que sofre este dano, por estar sob o risco do desenvolvimento desta deficiência em razão de sua disfunção imunológica que acabou desenvolvendo pelo desequilíbrio de sua flora intestinal e ainda têm as vacinas.
DC: Existe um tratamento muito efetivo para esta condição que é chamado de Processo Nutricional GAPS. Está descrito com muitos detalhes no meu livro chamado Gut and Psychology Syndrome. É um livro com a capa amarela. Milhares de pessoas, provavelmente dezenas de milhares neste momento ao redor do mundo estão salvando suas crianças que estão com este problema. O livro é um material de autoajuda. A maioria destas pessoas efetivamente compraram o livro e o leram e agora seguem o seu programa e estão tendo resultados fantásticos. Realmente eu amo todas estas pessoas. Elas me enviam mensagens de todo o mundo com suas histórias e seus maravilhosos resultados e nunca me pedem nenhuma consulta, nem nenhuma orientação de como proceder.
Tenho um website de informações (nt.: http://www.doctor-natasha.com/). Não é um site comercial. Está cheio de informações e se chama www.gaps.me como foi mencionado. Existem muitos outros sites sobre GAPS na internet e há muitos grupos de discussão onde os pais e os pacientes estão tentando auxiliar-se mutuamente, trocando receitas e auxiliando um ao outro a terem seus procedimentos posteriores e como eles funcionam. Este procedimento consiste em três elementos. O primeiro e o mais importante é a dieta. Isso essencialmente está ligado a desordens digestivas. O autismo é essencialmente uma desordem digestiva. O TDAH é essencialmente um transtorno digestivo. As dislexia, a dispraxia e outras incapacidades de aprendizado e problemas psicológicos em crianças e adultos, também são desordens digestivas. Eu ainda amplio em direção às desordens psicológicas como aquelas ligadas ao alimentar-se. Anorexia nervosa e a bulimia além de outras semelhantes são desordens digestivas. Da mesma forma, a questão bipolar. E digo mais, depressão, compulsão obsessiva, esquizofrenia e epilepsia na maioria dos casos também são condições GAPS. O trato digestivo é um longo tubo. O que colocamos neste tubo tem um efeito direto sobre seu bem estar. É por isso que a dieta é o tratamento mais importante. A dieta GAPS está baseada em um carboidrato específico, mas eu fiz uma leve modificação e expandi a dieta no sentido de adaptá-la para meus pacientes na minha clínica. Foram meus pacientes que deram este nome.
Mas o que esta dieta faz? Dela se remove todos os alimentos que são de difícil digestão. São disponibilizados alimentos que são fáceis de serem digeridos e que são muito densos em termos nutricionais. Isto porque os pacientes não são capazes de digerir e absorver propriamente os alimentos por terem múltiplas deficiências nutricionais. Seus cérebros estão famintos, bem como seus sistemas imunológicos e o restante de seus organismos. Devemos dar-lhes alimentos que sejam muito ricos em nutrição e que sejam facilmente digeridos já que tiveram seus sistemas digestivos danificados. Todos os alimentos que são de difícil digestão, são removidos da dietas. A beleza dela é que não se precisa aderir pelo resto de nossas vidas. Na média, as pessoas aderem a ela por um certo número de anos. Leva-se dois anos para se eliminar a flora patogênica e restabelecer a flora normal no intestino, para curar e recuperar a parede intestinal lesada e para os intestinos retornarem a ser a maior fonte de sustentação de um pessoa em vez da fonte de toxicidade. Uma vez que isso acontece, pode-se começar a introduzir alimentos que não podiam comer antes. Gradualmente vão retornando a uma grande variedade de alimentos.
No entanto, jamais retornar à terrível dieta ‘junk food’ ocidental porque esta forma de alimentação é extremamente nefasta. O que as pessoas estão ingerindo diariamente é algo aterrador. Tendo vindo da dieta GAPS, elas deverão continuar se alimentando de forma muito mais saudável. Continuarão a fazer sua própria comida integral que irá nutri-las e sustentá-las para o resto de suas vidas. A dieta é a maior parte dos procedimentos nutricionais GAPS. A segunda parte está relacionada a alguns suplementos, muito bem escolhidos. Na verdade, eles não são suplementos, são alimentos. Um deles são os probióticos. Estes pacientes precisam de probióticos efetivos em razão de que necessitamos introduzir bactérias benéficas em seus intestinos e assim poderão eliminar os parasitas, descartando-os e preenche-os com flora benéfica. Os probióticos são uma importante parte do tratamento. Tenho um capítulo completo em meu livro explanando o conceito completo dos probióticos. Que tipo de probióticos escolher e qual dosagem usar para diferentes pacientes. O segundo suplemento importante para estas pessoas são as vitaminas A e D na forma de casca de nozes. Recomendo também o óleo de fígado de bacalhau. A maior fonte de vitamina A nesta dieta está nela mesma. Ela também é rica em vitamina D porque a recomendação é de alimentos que sejam ricos nestas vitaminas. Luz solar é uma importante parte no fornecimento de vitamina D para elas. É por isso que recomendo banho de sol tanto quanto possível sem usar nenhum tipo de protetor ou outro creme tóxico sobre a pele.
O óleo de fígado de bacalhau é um importante ingrediente do tratamento. Tem uma intervenção temporária em razão de que a dieta é implementadora para o paciente tenha toda as vitaminas A e D necessárias da própria dieta. Para uma boa percentagem dos pacientes, óleo de peixe e óleos com ômega-6 de plantas são auxiliares por um período de tempo também. Para um grupo de pacientes suplemento com enzimas digestivas particularmente com ácido estomacal que pode auxiliá-lo da mesma forma. Não para todos, particularmente em crianças. Nós usualmente não necessitamos enzimas digestivas, só nos níveis que poderão auxiliar o processo. Estes são os suplementos. Não recomendo nenhum outro suplemento especialmente no início do programa porque não se quer colocar um grande esforço na dieta e então minar todo o processo com uma simples pílula. Como todos os suplementos industriais têm adjuvantes e complementos além de outros ingredientes que podem danificar a parede intestinal em foco e que se está tentando curar nestas pessoas. A parede já está irritada e ferida. A terceira parte deste procedimento nutricional GAPS é a desintoxicação. Todos nós temos um sistema assim chamado de desintoxicação em nossos organismos com sede no fígado e departamentos em cada célula. Este é um sistema de limpeza de nossos organismos. É um sistema altamente sofisticado. É o que nos deixa limpos. Isso porque o processo digestivo produz uma série de substâncias tóxicas que são absorvidas. Nosso metabolismo produz muitas substâncias que precisam ser recicladas e que podem ser tóxicas se elas não forem recicladas apropriadamente.
Assim, é isso que o sistema de desintoxicação faz. Nestes pacientes, em razão que haver um rio de toxicidades chegando do intestino para o fígado, o sistema de desintoxicação torna-se entupido. Há um acúmulo aqui, o tráfego se avoluma e ele só não pode lidar com isso. Como resultado, estes pacientes acumulam toxinas. Eles não as processam nem as eliminam propriamente. Eles acabam as acumulando em vários tecidos de seus corpos. É por isso que quando testamos estas crianças para mercúrio, encontramos mercúrio. Quando se faz com chumbo, detectamos chumbo. O mesmo ocorre com arsênico, fenóis, formaldeído e centenas de outros químicos tóxicos aos quais somos todos expostos no ambiente – tanto no ar, como água, alimentos e na própria pele. Contanto que o sistema de desintoxicação funcione propriamente, ele processa estas coisas e não estamos conscientes deles. Mas nestas crianças a desintoxicação não funciona. Assim, acumulam estas coisas. O procedimento nutricional GAPS irá naturalmente limpar estas coisas excluindo-as para fora. Serão descarregadas ao ligar o sistema de desintoxicação ao restaurá-lo, permitindo-o funcionar novamente. Processa logo estas coisas, removendo-as normalmente. Não utilizo nenhuma droga ou qualquer químico para remover as toxinas para fora dos organismos. Não acredito nestas intervenções. Penso que isso é muito drástico e muito grave e ainda produz uma série de efeitos colaterais prejudiciais. Recomendo sucos que é um meio muito antigo e efetivo, além de suave para remover toda sorte de toxinas para fora. Esta solução sempre esteve ai, mas agora tem sido empregado por milhões de pessoas ao redor do mundo. Recomendo também banhos com sal de Epson (nt.: conhecido como sal amargo) e sal marinho além de algas marinhas, vinagre de sidra e bicarbonato de sódio.
Estas são intervenções muito suaves, que podem ser incrivelmente eficazes na desintoxicação do paciente e na sua suplementação com certos elementos necessários para sua desintoxicação. Recomendo alimentos fermentados, provendo-o com uma grande quantidade de bactérias probióticas. Eles são os maiores limpadores no corpo em razão de seus componentes solúveis. Tanto os fermentados como os probióticos quelatizam os metais pesados e retêm toda sorte de químicos causadores de câncer, além de outros químicos. Se eles não podem neutralizá-los, os fixarão até que eles os levam para fora do corpo em razão de ser a maioria das nossas fezes, bactérias. Assim eles os expurgam do organismo através das nossas fezes. Providenciando uma boa quantidade de probióticos na forma de alimentos fermentados e de forma suplementar são uma das maneiras mais poderosas de removermos toda a sorte de toxinas de nosso corpo.
Assim a desintoxicação é a terceira parte do procedimento nutricional GAPS. A inteireza do programa passa pela mudança de estilo de vida. Não só para a criança ou para o adulto, já que existem vários tipos de GAPS, mas sim o programa é dirigido a toda a família. Recomendo usualmente que todos continuem com a dieta e com os procedimentos em razão de terem a mãe com a flora intestinal anormal. Mais do que 50% dos casos dos pais também têm flora intestinal anormal e os irmãos adquirem o mesmo tipo de flora por serem originários da mesma mãe. Eles podem não ser autistas, mas têm outros sintomas que estão relacionados a anormalidades da flora intestinal. Por isso é uma boa ideia colocar-se toda a família dentro do programa, na mesma dieta. Como resultado há a recuperação dos pais e normalmente eles não têm apresentado vigor ou energia para cuidarem de seus filhos com estes sintomas. E esta recuperação dos irmãos já que eles muitas vezes têm sintomas de úlcera, são irritadiços, desagradáveis e isto tudo é desafiador para os pais. No entanto, a família recupera-se como um todo e por completo.
DM: Existem alguns alimentos fermentados que seriam mais adequados com respeito às recomendações quanto aos probióticos? Existem algumas cepas que pensa serem mais apropriadas? Acredito que as bifidobacteria poderiam ser mais apropriadas para uma criança em oposição aos lactobacilos.
DC: Todos são adequados. Eles são muito importantes. É fundamental introduzir leveduras benéficas tanto quanto bactérias e, com sorte,vírus benéficos também. Não dispomos de quase nenhuma pesquisa sobre vírus probióticos ainda, mas temos alguma coisa surgindo por agora.
DM: Põe como um suplemento e qual o tipo de levedura, como os saccharomyces?
DC: Como alimento fermentado. Os fermentados podem ser de dois grupos; alimentos lácteos, vegetais e frutas fermentados. Percebo que para a maioria dos casos em minha clínica os produtos lácteos fermentados são perfeitamente tolerados pelas crianças. Vejo que os pais ficam bastante chocados quando eu falo sobre laticínios, particularmente aqueles que tentaram dietas livre de glúten e de caseína. A maioria das crianças particularmente se elas passam pela introdução da dieta GAPS – ela é estruturada em três estágios, a parte introdutória, a sua totalidade e a parte de saída da dieta. Especialmente se alguém está na parte introdutória, os produtos lácteos fermentados podem ser introduzidos desde o início e usualmente colocamos iogurte. Ele é fermentado com lactobacilos. É muito mais suave do que as leveduras. Produz uma reação de alteração muito mais suave (nt.: esta alteração das condições do paciente é conhecida como reação de Herxheimer como será explicado adiante. É uma reação em que o paciente ‘piora’ pelas reações que ocorrem pela morte e extinção da flora negativa que estava até então alojada). Falarei sobre isso num minuto. Uma vez que o iogurte é bem tolerado tanto pela criança como pelo adulto, então começo a introduzir o kéfir. Ele é um grupo de leveduras e bactérias além de alguns vírus que estão presentes nele como descobrimos há pouco tempo. Estamos introduzindo um grupo de microrganismos fortemente agressivos probióticos no trato digestivo.
É por isso que o kéfir produz uma reação mais severa de extinção (nt.: ou de Herxheimer), uma reação muito maior. Esta é a razão porque usamos para iniciar esta reação, por primeiro, o iogurte para então introduzirmos o kéfir. Se não houver nenhum problema com os lácteos, podemos introduzir os vegetais fermentados com as mesmas culturas. Podemos fermentá-los adicionando iogurte ou a cultura do kéfir para os vegetais. A base para a fermentação de todos os vegetais é o repolho. Pode se acrescentar cebola e cenoura como beterraba e alho, além de outros vegetais. Todos podem fermentar juntos. Existem ótimas receitas disponíveis para esta fermentação na internet e em meu livro. Nele tem uma seção com grande variedade de receitas onde descrevo todas elas e como fazê-las em casa. Assim isso pode ser introduzido com repolho fermentado, o ‘sauerkaut’ em alemão (nt.: no Brasil chamamos este processo de chucrute, palavra de origem francesa). Esta é uma receita tradicional onde nenhuma cultura de microrganismos é introduzida porque os vegetais, especialmente orgânicos, tem bactérias naturais que vivem neles e produzem este processo, naturalmente. É feito simplesmente picando o repolho, amassando-o até que um líquido seja liberado. É somente repolho e sal grosso. Pode-se agregar cenoura ou bagas de junípero. Estes são os alimentos produzidos e introduzidos pelos povos tradicionais. O que se precisa entender é que os probióticos não são algo opcional porque a humanidade vem consumindo os mesmos há milênios, desde os tempos imemoriais.
Por que? Em função de que, por milênios, não havia refrigeração. Não tínhamos congeladores e nem refrigeradores. Como então os alimentos foram preservados, por milhares, provavelmente, milhões de anos? A população fermentava os alimentos. Quando o repolho amadurece (nt.: situação do hemisfério norte) no outono, se não fizermos nada, apodrecerão. Assim ficaremos sem repolho para o resto do ano. Por isso as pessoas fazem ‘sauerkraut’. Fermentavam o repolho. Ele se conserva por cinco anos sem se estragar. E pelo resto do ano as pessoas ingeriam repolho fermentado e em cada mordida deste fermentado, consumiam milhões e milhões, possivelmente bilhões de bactérias probióticas indo diretamente para seus sistemas digestivos. Quando matavam um animal e não conseguiam comer toda a carne ao mesmo tempo, e se não fizessem algo com ela, poderia estragar, dai começaram a fazer presuntos, os ‘prosciutto’, da Itália, da Croácia, além de outros tipos de embutidos. Todos apreciavam carnes fermentadas. Os povos ao redor do mundo, quando se observa as dietas tradicionais, fermentavam tudo, carne, peixe, vegetais, produtos lácteos, frutas e grãos. Tudo pode ser fermentado. Na maior parte do ano as pessoas consumiam seus alimentos no estado fermentado. Assim, eles consumiam grandes quantidades de bactérias probióticas.
Nas últimas décadas quando nossa indústria de alimentos se desenvolveu, estas práticas foram esquecidas. As pessoas pararam de fermentar seus alimentos em razão de que a indústria de alimentos alterou todas nossas receitas, obviamente com sua própria agenda da vida na prateleira e o lucro e coisas deste tipo. As pessoas pararam de fermentar seus alimentos. Assim, nós privamos nossos organismos desta importante parte de nossa fisiologia – o consumo diário de bactérias probióticas. As pessoas que querem restaurar sua flora intestinal, seu sistema imunológico saudável e um corpo sadio, devem recuperar esta prática novamente. Ou elas começam a consumir alimentos fermentados ou devem consumir as bactérias probióticas na forma de suplementos. Quando falamos sobre probióticos, devemos esclarecer sobre a ‘extinção’ ou reação Herxheimer mencionada acima. Mas o que é isso? Como disse, o nome científico para ela é reação Herxheimer que foi o primeiro cientista a descobri-la com os antibióticos. Isto é, quando eles são introduzidos no nosso organismo, principiam a eliminar os patógenos e quando eles morrem, eliminam toxinas. Assim temporariamente, a pessoa pode ter uma piora em razão da grande quantidade de toxinas que podem ser injetadas no sistema corpóreo. O mesmo acontece com os probióticos. Se subitamente consumimos grandes quantidades de alimento fermentado, e se nunca tivermos consumido antes, momentaneamente comemos um pratão de ‘sauerkraut’ ou outro alimento fermentado, a quantidade de bactérias probióticas que colocamos em nosso sistema digestivo pode causar, fortemente, este tipo de reação. Podem atacar patógenos em nosso intestino. Estes microrganismos começarão a morrer e liberarão toxinas. E estas são as toxinas que nos fazem autista, dispráxic0, emotivo, depressivo, diabético ou termos artrite reumatoide ou a doença cilíaca e mesmo alguma coisa mais. Assim os sintomas temporariamente serão piores.
No sentido de controlar esta reação, recomendo que as pessoas comecem com uma pequena quantidade de probióticos comerciais ou alimentos fermentados. Atravessar com uma pequena reação que poderá produzir, favorece depois aumentar a dose para novamente atravessar de forma menos intensa e assim continuar desta forma ir aumentando a dose. O aumento desta dose é um processo extremamente individual. Isso dependerá da severidade da condição de cada um. Depende quão severa a anormalidade na flora intestinal é na pessoa. Em uma pessoa moderada pode transitar por todo o processo e levar para uma dose terapêutica do probiótico por algumas semanas. Outras pessoas têm que ir totalmente para os passos de bebê. Elas devem começar com uma pitada de um probiótico por duas ou três semanas e então ir para duas pitadas e assim por diante até tomando por meses antes de retornar ao nível terapêutico dos probióticos. Algumas reações têm que ser suportadas, mas você tem que mantê-las controladas em um nível que seja gerenciável de maneira que se possa viver com elas. E isso é o mesmo tanto para crianças como para adultos. Os probióticos vem em duas formas, na forma complementar e na de alimentos fermentados. Esta é uma parte muito importante do procedimento nutricional GAPS.
DM: Isso faz sentido. Muitas vezes o desastre está nos detalhes. Pergunto se poderia comentar sobre o uso dos probióticos na forma de produtos lácteos. Eu diria que as formas comerciais de produtos lácteos fermentados que se pode obter em uma mercearia típica não seriam adequadas porque em primeiro o leite é pasteurizado. Se você pode comentar sobre o leite cru versus o pasteurizado e todos os outros aditivos que eles colocam neste produtos.Suponho que se obtêm em qualquer mercearia, mas que não seriam apropriados por serem todos de leite pasteurizado. E se pudesse comentar sobre o leite cru versus o pasteurizado e todos os outros aditivos que eles colocam nestes produtos. Poderia também orientar as pessoas para fazerem seus próprios alimentos lácteos fermentados com leite cru e orgânico e como poderia relacionar a potência dos produtos lácteos fermentados com relação à forma suplementar? É muito mais potente? Ou só mais potente? E se você está realmente comprometida e se tem acesso e disponibilidade a estes alimentos fermentados de alta qualidade, mesmo assim se precisaria de probióticos suplementar?
DC: Com certeza, os produtos lácteos fermentados têm de ser feitos em casa. Não se deve comprar no mercado convencional porque eles não são fermentados no tempo apropriado e suficiente para que toda a lactose seja consumida pelas bactérias fermentadoras. O leite da vaca contém um açúcar, um duplo açúcar chamado lactose que é um alimento perfeito para microrganismos patogênicos no intestino. Se bebermos leite, em seguida esses patógenos consumirão a lactose e proliferarão, produzindo grande quantidade de gases e de muito desconforto. Quando colocamos as bactérias da fermentação com o leite, eles consomem toda a lactose. Isso é o que as bactérias gostam de se fartar. Elas gostam de comer açúcares. Bem fermentado, o leite fica livre da lactose. Precisa ser fermentado pelo menos por 24 horas num lugar morno e precisa ser feito em casa. Ao mesmo tempo, como a lactose está sendo consumida no leite, toda a estrutura dele está sendo pré-digerida. Estas bactérias farão a pré-digestão das proteína por nós. Elas as quebrarão para nós. Quebrarão todas suas partes. E liberarão vitaminas. Elas farão muitas coisas ao leite assim ele se torna muito facilmente manuseável por nosso próprio sistema digestivo. Mesmo para as pessoas que são intolerantes à lactose ou ao produtos lácteos. Elas detectam de que podem ser tolerantes a um leite bem fermentado, perfeitamente bem. É melhor achar produtos lácteos integrais orgânicos de vacas criadas em pastagens.
Está havendo um crescimento do números de fazendas efetivamente nos EUA e no RU onde vivo e que dispõem deste leite. É um leite de muita qualidade. É maravilhoso. Mas muitas pessoas não têm tido acesso a um leite de qualidade. Mas, se não se encontrar leite e creme de leite crus para fermentar não tem problema, procure leite pasteurizado orgânico e fermente. Sim, o leite cru é melhor, mas a fermentação fará retornar alguma vida de volta no leite pasteurizado, pré-digerido e fazendo-o mais adequado para o intestino humano. Tenho muitas e muitas famílias na minha clínica que não podem obter leite cru e que fermentam o leite orgânico pasteurizado e têm melhores resultados para suas crianças e para os adultos também. Normalmente, como eu digo, fazemos iogurte porque ele produz uma reação de Herxheimer mais suave para então nos movermos em direção ao kéfir. Ao mesmo tempo recomendo o creme de leite fermentado. Quando estamos introduzindo o iogurte, fermentamos o creme de leite em paralelo com a cultura do iogurte em jarra diferente já que o creme azedo tem um belo perfil de ácidos graxos nele. Perfeito para o cérebro. Pode-se catalogá-los. Uma vez fermentados, estes produtos ficam no refrigerador por meses e meses. Podem ser introduzidos muito gradualmente no procedimento do paciente.
DM: Grato por ter nos feito esta ampla explanação. Quero saber se você pode comentar sobre o uso de suplementos de probióticos em sua eficácia relativa dos produtos lácteos cultivados em casa versus os comprimidos que se pode ter como suplemento probiótico.
DC: O que precisamos entender é que o mercado está cheio de probióticos suplementares. Existem centenas de marcas comerciais se se vai a qualquer loja de produtos naturais. A maioria delas são profiláticos. Elas não são fortes o suficiente para fazer uma diferença. Foram desenvolvidas para pessoas saudáveis permanecerem saudáveis e os usarem. Os pacientes GAPS necessitam um probiótico terapêutico potente. Existem probióticos potentes que contêm espécies agressivas de bactérias probióticas preferencialmente, com algumas de solo neles também. Este tipo de probióticos terapêuticos produzirão a reação de Herxheimer. O que eu recomendo para as pessoas que começam com a dieta introdutória, onde primeiro é introduzir alimentos fermentados e e assim toda esta reação será através de alimentos fermentados.
Quando elas se adaptam perfeitamente com um boa quantidade de kefir, iogurte e chucrute e não há mais a reação de Hersxheimer, então elas podem começar a introduzir probióticos comerciais, aquele terapêutico potente. Elas precisam começar com uma pequena dose e irem crescendo gradativamente até o nível terapêutico. As pessoas que começam com a dieta GAPS completa e há uma parte dos pacientes que fazem isso que não vão pela dieta introdutória. Existem normalmente adultos que não têm problemas digestivos severos. Eles podem começar com o probiótico terapêutico direto mesmo do começo e em paralelo podem introduzir os alimentos fermentados. Em alguns pacientes especialmente em bebês e em crianças muito novinhas muitas vezes eu detecto que alimentos fermentados é suficiente. Elas nunca precisam de probióticos comerciais. Mas isso depende da severidade das condições e dos sintomas digestivos do paciente. Para os adultos percebo que precisam de ambos. Eles precisam alimentos fermentados e probióticos terapêuticos potentes. As crianças normalmente se recuperam mais rápido e fácil do que os adultos. Isso tudo depende da …
DM: Que tipo de dose poderia-se qualificar como terapêutico potente? Que tipo de concentrações ou ‘CFUs’ (nt.: Colony-forming unit=unidade de formação de colônias de microrganismos) ?
DC: Tenho minhas próprias fórmulas. Tenho muitas fórmulas que são usadas como probióticos terapêuticos. Deliberadamente, coloco dois bilhões por cápsula ou mais. Assim isso pode ser dosificado para uma criança. Dependendo da idade da criança nós começamos com uma pitada, a cápsula deve ser aberta e o pó ser usado somente como iniciador da pitada ou um terço da cápsula ou metade dela e então ir gradualmente aumentando. Em meu livro, no capítulo sobre probióticos, tenho uma tabela completa sobre as doses para as várias idades das crianças. Que tipo de nível terapêutico deve ter para se chegar onde se quer. Para um adulto, recomendo oito cápsulas. Alguns pacientes ingerem de 12 a 15 cápsulas por dia. Isso significa 30 bilhões por dia. Isso é normalmente suficiente. Se tivermos espécies de bactérias humanas suficientemente fortes nelas e mais algumas bactérias de solo na fórmula. Isso já é muito e suficiente para estes pacientes junto com a dieta em curso.
DM: Acredita que algumas pessoas são incapazes de tolerar organismos do solo? Eles parecem ser particularmente úteis quando estou empregando-os, mas eu tenho observado que há um certo número de pessoas que não os toleram bem ou pode ser que eu esteja confundindo com a reação de Herxheimer?
DC: Sim, uma série de gente pode se confundir com esta reação, a de Herxheimer, mas os probióticos, como eu disse, o número um do tratamento é a dieta. Não se pode continuar comendo os cheseeburgers e bebendo refrigerantes e introduzir os probióticos e ficar aguardando milagres. Se continuar-se trabalhando contra a corrente, não se vai alcançar o êxito. 80 a 90% do sucesso é a dieta. Essa é a coisa mais importante. Os probióticos são só uma pequena ajuda que auxilia a dieta.
DM: Poderia destacar alguns dos alimentos que lhe parecem mostrar ser os mais notórios por causar espasmos e agravamentos. Pareceu ser relativo à habilidade do organismo de digeri-los. Imagino que os açúcares estão no topo da lista de agentes agressivos. Que outros alimentos ou grupo deles considera particularmente problemáticos.
DC: O que temos que remover completamente em 100 por cento são todos os amidos e açúcares para fora da dieta. Isto significa que todos os grãos devem ser removidos se eles forem ou não livres de glúten, isso não importa. Trigo, centeio, arroz, aveia, painço, quinoa, cuscuz, amaranto, trigo sarraceno e o milho devem estar fora. Todas as leguminosas com amido que são a maioria dos feijões secos também devem estar fora da dieta. Lentilha e feijões que são permitidos devem ser introduzidos muito mais tarde na dieta porque eles são muito fibrosos e muito difíceis de serem digeridos e cozidos num modo muito especial. Todos os dissacarídios (nt.: por exemplo: lactose, maltose, sacarose = ligação de dois monossacarídeos) têm de estar fora da dieta significando sacarose, o açúcar mais usado. A lactose, pela fermentação nós removemos a lactose da dieta e também todos os adoçantes sintéticos. Obviamente que o xarope de milho (nt.: em inglês corn syrup, muito usado nos EUA) também está nesta lista. Os únicos adoçantes naturais que são permitidos na dieta são o mel, preferencialmente o mais natural possível, e frutas secas. Recomendo que as pessoas utilizem frutas secas torradas.
A dieta consiste de alimentos denso em nutrientes que possam ser facilmente digeridos pela fisiologia humana. Isto é, todas as carnes (fresca ou congelada), cozida em casa, todos os peixes e frutos do mar (fresco ou congelado), todos os vegetais de amido conhecidos, fruta madura, nozes e sementes oleaginosas como o girassol, as sementes de abóbora e gergelim. Apesar do fato de não haver grãos na dieta, não significa que o paciente deve viver sem pão, biscoitos, cookies, bolos, waffles, panquecas, desde que use nozes e aquelas sementes oleaginosas moídas na consistência de farinha para substituir a própria farinha de outros grãos como trigo, etc. Assim os ingredientes na panificação são muito simples. É ovo, nozes e sementes, como farinha, e alguma fonte de gordura. Com estes ingredientes podemos panificar acrescentando sal. Pode-se acrescentar tomates secos, ou especiarias. Se queremos adoçar, juntemos frutas secas na mistura, também tâmaras, damasco seco, passa de uva e coisas deste tipo. Se quisermos torná-lo um pouco mais úmido e suave as pessoas adoram colocar abóbora, abobrinha, cenoura ou banana madura na mistura. E desta mistura simples podemos fazer qualquer forma ou de qualquer tamanho.
DM: Pode-se cozinhar as leveduras quando estivermos preparando estas comidas?
DC: Não. Eles não aumentam. Nós não usamos fermentos, não em todos. A dieta introdutória GAPS é diferente. Esta é uma dieta que produz a cura e o processo de lacrar a membrana do intestino mais rápido do que seguindo toda a dieta GASPS. Removemos todo o alimento que pode irritar a membrana do intestino em razão de que nestas pessoas esta membrana está muito inflamada e danificada. Precisamos remover tudo o que pode irritá-la. Por isso removemos toda a fibra. Não há fruta, vegetais crus, nem nozes e não há nada assado neste estágio. Providenciamos alimentos que promovem a construção das estruturas para que a membrana intestinal possa se recuperar ela mesma, ou seja, se construa ela mesma. Tem um caldo de carne e sopa de carne com osso além de sopas, ensopados e carnes gelatinosas que produzem e fornecem colágeno e gelatina além de outras boas coisas nelas e vegetais bem cozidos.
Ao mesmo tempo, nós fornecemos alimentos fermentados e introduzimos bactérias benéficas ao trato digestivo porque não pode acontecer a cura no intestino sem o envolvimento dos microrganismos probióticos benéficos. Assim, para as pessoas que têm tanto intolerâncias alimentares, alergias alimentares como problemas digestivos graves, como colite ulcerativa e doença de Crohn. Ainda têm outras condições inflamatórias intestinais bem como têm as pessoas com refluxo e mesmo úlceras no aparelho digestivo. Para pessoas com sintomas severos particulares como epilepsia, tanto crianças como adultos, recomendo começar com a dieta introdutória. Curará a membrana do intestino mais rápido e permite que a pessoa se recupere mais rapidamente. A dieta é muito saudável, muito nutritiva. Mantenho toda minha família com esta dieta, apesar de não precisarmos mais. 80 a 90% do tempo comemos desta maneira e eu acho que em torno de 90% dos meus pacientes fazem a mesma coisa, mesmo que suas crianças ou os adultos já tenham se recuperado na família, eles continuam com a dieta em razão dela ser muito saudável, uma dieta muito benéfica. Ela previne as doenças do coração, diabetes. Previne toda a sorte de doenças modernas que as pessoas vêm desenvolvendo no decorrer de suas vidas.
DM: E esteticamente ela previne a obesidade.
DC: Sem dúvida, previne sim a obesidade. Mas, falando sobre obesidade, existe uma ideia simplista, curiosamente entre todos os médicos, autoridades bem como o público de que a gordura é gordura e está completamente errada. Isso está muito longe da verdade. As gorduras, particularmente as gorduras animais são parte muito importante do procedimento nutricional GAPS. A maior parte da gordura que a criança e o adulto consome, vem dos alimentos animais. Da gordura do porco, da ovelha, do gado vacum, do ganso, do pato, da galinha, da manteiga. Por que? Em razão da composição da gordura humana em nossos próprios organismos, as camadas saudáveis da gordura que nós temos, é muito similar à composição dos ácidos graxos destes animais, particularmente a da ovelha. Se observarmos a composição da gordura do leite humano é muito similar à composição dos ácidos graxos da gordura da ovelha, do gado e do pato.
Estas são fisiologicamente para nós as gorduras que deveríamos consumir. Os ácidos graxos poli-insaturados, ômega 6, ômega 3 e ômega 9, sim, elas são exigida e são chamadas de ácidos graxos essenciais . Mas são exigidas em pequenas quantidades para a fisiologia humana. Menos do que 1% por dia da gordura consumida deve ser ácidos graxos poli-insaturados. Eles podem vir de óleo de peixe ou de vegetais e frutas frescas. Nos estágios iniciais, recomendo suplementar com bons óleos vegetais prensados a frio, tais como misturas de óleo de linhaça, óleo de cânhamo, óleo de abacate, óleo de prímula por exemplo ou algo como um combinado com óleos de peixe para prover de ômega 3 para estas pessoas. Mas novamente estes produtos podem ser ingeridas como suplemento em pequenas quantidades. O que deve ser completamente excluídos da dieta, são todos os óleos vegetais para cozinhar que são vendidos em garrafões de plástico grandes nos nossos supermercados porque estes óleos são muito prejudiciais para a saúde para qualquer pessoa e não deve ser consumido por ninguém.
DM: E eles são empregados na maioria dos alimentos processados e preparados comercialmente ou mesmo em restaurantes. Assim, devemos ter muito cuidado quando vamos comer fora de casa.
DC: Realmente. Todos os alimentos processados contêm estes óleos vegetais feitos para se cozinhar. Eles são extraídos das plantas e estes óleos são largamente poli-insaturados que os fazem muito frágeis e vulneráveis. Tornam-se facilmente danificados pela luz, pelas altas temperaturas, pela pressão e por outras influências do ambiente. O que fazemos em nossas grandes fábricas quando se extrai estes óleos das plantas? Aplicamos altas temperaturas e alta pressão, além de solventes químicos e toda a sorte de processos industriais. Assim, quando estes ácidos graxos são extraídos desta maneira, quando eles se transformam definitivamente em óleo, eles já estão danificados e quimicamente mutilados. Tornam-se extremamente prejudiciais à fisiologia humana. E então as pessoas começam a cozinhar com eles e quanto mais aquecemos estes óleos mais ficam danificados. Assim ficamos cada vez mais danificando estes óleos. Mas acima de tudo, quando os consumimos nós anulamos o equilíbrio da composição de ácidos graxos nos nossos alimentos que chegam em nossos organismos. Nosso corpo requer mais do que 50% de todos os ácidos graxos no alimento devem ser saturados. De 30 a 40% devem ser monoinsaturados e somente uma pequena percentagem deve ser poli-insaturado. Mas o que está acontecendo aqui é que as pessoas estão super dosificando a si mesmas com poli-insaturados quimicamente alterados, com gorduras quimicamente danificadas destes óleos vegetais de cozinhar e como resultado anulando seu equilíbrio, o metabolismo de seus corpos de forma muito severa. Tão logo estes óleos foram descobertos pela primeira vez e foram disponibilizados no mercado, lá pelos anos 20 e 30, pesquisas um preocupantes começaram a surgir. Agora temos centenas de materiais testemunhando e mostrando que estes óleos causam diabetes, doenças do coração, câncer, infertilidade e até anormalidades fetais se a mulher grávida consumi-los, gerando anormalidades imunológicas. Qualquer enfermidade, qualquer doença degenerativa – cem por cento do que nossa população vem sofrendo neste tempo – é causada em certo grau pelo consumo de óleos vegetais para cozinhar. As pessoas substituíram a gordura animal por estes óleos. Cozinha-se no processo nutricional GAPS com gordura animal. Fritar ou assar é com gordura de ovelha, porco, gado, ganso, pato ou manteiga.
DM: E sobre a gordura de coco? Ela é tecnicamente uma planta mas parece ser aceitável pela maioria dos especialistas com que tenho proximidade.
DC: Sim, a gordura de coco é muito benéfica em razão de ser saturada. É uma das gorduras mais saturadas sobre o planeta, mas tem alguns problemas com o óleo de coco. Primeiro, ele vem dos países tropicais. Nós vivemos no hemisfério norte, assim temos que confiar em quem nos traz este óleo até nós. Temos que confiar de como ele é extraído, como é processado, como se faz com tudo isso. Assim esta é uma coisa. A outra é que ele é algo exótico para nós, para as pessoas do hemisfério norte tanto da Europa como da América do Norte. Não temos realmente necessidade dele. Mas, pode ser empregado como um suplemento e ser utilizado para fazer pão. É muito rico neste processo, mas é melhor consumi-lo na forma crua, particularmente se ele foi extraído virgem e não cozido. Tem aquele lindo paladar delicioso de coco, com seu sabor e cheiro. Mas o coco é melhor se misturado com um pouco de mel e colocado num frasco de vidro e carregado com a gente.
Especialmente para pessoas que têm anormalidades de açúcar no sangue, recomendo que faça esta mistura e ingerir de duas a três colheres de sopa a cada 20 minutos. Isso manterá seu nível de açúcar no sangue. Desta maneira evitará o desejo de açúcar e de carboidratos e estabilizará o nível de açúcar no sangue mais rapidamente. Depois de 20 dias levando este frasco consigo, não se vai mais precisar dele. Se seguiu a dieta, o açúcar no sangue irá normalizar ao longo do tempo. Esta é uma medida muito boa de tê-la como um remédio por um período de tempo, particularmente no início do programa. Outra boa gordura de se usar para esta mistura é manteiga crua. Se encontrar uma manteiga crua orgânica de boa qualidade, especialmente aquela amarela laranja. De novo, fazer a mistura com mel, colocá-la num frasco e levar consigo com uma colher e consumir de duas a três colheres de sopa a cada 20 minutos. Da mesma forma manterá os níveis de açúcar no sangue e paralisará todo este desequilíbrio de açúcar no sangue e como resultado também as emoções e os comportamentos além de outros sintomas.
DM: Este foi o tempo que tínhamos para hoje. Realmente agradeço todo seu trabalho e o tempo que compartilhou conosco como auxílio para entendermos alguns destes fatores fundamentais que contribuem para esta inacreditável epidemia que estamos experimentando ao longo das últimas décadas. Ela realmente está devastando vidas de muitas pessoas aqui no nosso meio. É realmente trágico porque é relativamente simples, barato e uma solução para prevenir toda esta tristeza, este trauma e esta dificuldade desnecessária que ocorre se não fizermos isso.
DC: É exatamente isso. Posso agregar mais uma coisa?
DM: Claro.
DC: Temos uma verdadeira epidemia de GAPS – Gut and Psychology Syndrome and Gut and Physiology Syndrome (nt.: Síndrome Psicológica Intestinal e Síndrome Fisiológica Intestinal) e o número dos sofredores está crescendo. Estou completamente inundada pelas demandas por consultas e pessoas de todo o mundo. Precisamos de praticantes do GAPS – pessoas que tenham treinamento nestas síndromes. Estou preparando um curso de treinamento para os médicos e profissionais da saúde. A primeira leva de treinamentos será em setembro/outubro deste ano de 2013, em Seattle, Chicago, New York e Dallas. Espero que também esteja lá. Nós cobriremos os estados dos EUA, com um bom número de praticantes treinados nas GAPS. Estas serão as pessoas que estarão aptas de levar as pessoas para a dieta. Com todo o procedimento a mão, levarão os grupos locais GAPS. Será onde todos os pacientes e outras pessoas ligadas ao protocolo estarão com condições de chegarem semanal ou quinzenalmente. Trocarão receitas, novidades, auxiliando um ao outro, dando suporte moral entre si e aprendendo mais sobre as GAPS. Depois dos EUA, estarei dando estes cursos na Europa. Já tenho planejado em fevereiro em países que falam francês e então irei para a Europa Oriental e depois para outras partes do mundo.
DM: Isso é maravilhoso. Realmente a chave é providenciar especialistas.
DC: Perfeito. Precisamos de especialistas porque para muitas pessoas …
DM: Talvez não especialistas, mas instrutores que estejam realmente capacitados nestes princípios e profissionais que possam realmente guiar as pessoas através das dificuldades. Porque mesmo que possa dar todos os detalhes e fornecer os manuais, os desafios e as receitas de como implementar isso, pela minha experiência, a maioria das pessoas que são desafiados por esta situação, realmente só encontra a tranquilidade com um profissional para orientá-los através dos detalhes. Como eles se sentem mais tranquilos, serão capazes de guiá-los através de complicações específicas que possam encontrar.
DC: As pessoas GAPS não se desesperam se a ajuda estiver a caminho. E será muito em breve.
DM: Temos certeza que podemos fazer um link para isso. Alguém também pode acessar suas informações através de seu site www.GAPS.me e, em seguida, você também tem um livro que vamos colocar o link para que as pessoas possam acessar informações dessa maneira.
DC: Tenho um blog que se chama www.Doctor-Natasha.com onde coloco todas as novidades também.
DM: Grato por tudo o que está fazendo e por realmente fazer uma enorme influência positiva nas vidas de tantas pessoas que estão feridas e danificadas pela industrialização do estilo de vida da sociedade ocidental que temos vivido ao longo dos últimos 50 a cem anos. Eu lhe agradeço por isso.
DC: Sou grata por seu trabalho também.
DM: Grato novamente. Nós provavelmente estaremos nos reencontrando. Vai estar na conferência de novembro em Dallas?
DC: Sim. Uhuh.
DM: Perfeito. Assim talvez tenha a chance de encontrá-la pessoalmente.
DC: Certo. Espero que possamos nos encontrar.
DM: Ok. Grato. Foi um prazer.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2013.