Entenda os sistemas de monitoramento da floresta amazônica.

O monitoramento das alterações na cobertura florestal da Legal é realizado por três diferentes sistemas: o Deter, o Prodes e o Degrad – este último, dedicado exclusivamente à degradação da floresta. Os três são operados pelo INPE, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e servem para orientar as políticas governamentais de enfrentamento às causas do desmatamento ilegal. Ao lado desse três sistemas oficiais, a florestas amazônica é monitorada pelo Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD). Operada pela organização não-governamental Imazon, sediada em Belém, essa ferramenta tem perfil semelhante ao do Deter e se destina a gerar alertas periódicos de desmatamento.

 

http://www.portaldomeioambiente.org.br/arvores/9579-entenda-os-sistemas-de-monitoramento-da-floresta-amazonica

 

 

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O Sistema Deter

O Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) foi desenvolvido por demanda do PPCDAm com o intuito de gerar alertas sobre desmatamento em intervalos curtos, de forma a reduzir o tempo de resposta das operações de fiscalização contra os degradadores.

Em operação desde em maio de 2004, mapeia tanto áreas de corte raso – isto é, em que a cobertura florestal é totalmente removida – quanto de degradação florestal – quando a cobertura florestal é parcialmente removida, mantendo parte de seu dossel. Como a degradação é, quase sempre, uma etapa anterior ao corte raso, o Deter indica as tendências espaciais do desmatamento em curso na região.

O sistema, que tem recebido aprimoramentos desde sua adoção, apresenta duas limitações. A primeira se refere à baixa resolução especial das imagens utilizadas – provenientes do sensor MODIS, do satélite Terra, da NASA –, que detectam apenas desmatamentos com área superior a 25 hectares (250 metros). A segunda se refere à impossibilidade de identificar desmatamentos encobertos por nuvens. No último ano, o Ministério do Meio Ambiente tem anunciado a incorporação de novas tecnologias a esse sistema visando superar essas limitações.

Em agosto de 2012, o INPE anunciou que a atualização dos dados do Deter passaria a ser feita a cada 15 dias, ao mesmo tempo em que alertas de desmatamento seriam diariamente repassados ao Ibama para orientar a fiscalização. Essas informações eram disponibilizadas ao público mensalmente, nos meses de menor cobertura de nuvens, ou bimestralmente, durante a estação chuvosa. Porém, desde março de 2014 a frequência de divulgação dos dados do Deter na Internet tem sido feita sem periodicidade fixa.

Principais sistemas de monitoramento da floresta amazônica

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O sistema Prodes

O Sistema Prodes fornece a estimativa anual e a taxa oficial consolidada da área desmatada na Amazônia considerando as alterações do tipo corte raso registradas entre 1o de agosto de um ano e 31 de julho do ano seguinte. Nesse cálculo, não é contabilizada a área de degradação florestal mapeada.

Até 2002, o processo entre a produção das análises e a confirmação da taxa de desmatamento consolidada, feito por métodos analógicos, consumia cerca de dois anos. No ano seguinte, o INPE implementou um sistema de interpretação e classificação digital, reduzindo o tempo entre a análise e a divulgação da taxa estimada e, posteriormente, do cálculo consolidado. O Prodes utiliza sensores de vários satélites, que possibilitam identificar áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares.

Desde 2005, a estimativa de desmatamento é divulgada no mesmo ano em que as análises são realizadas – em geral, antes das conferências anuais da Convenção do Clima, programadas para os meses de novembro ou dezembro. Para essa estimativa, o Prodes utiliza cerca de 90 das 229 imagens de satélite que recobrem toda a região. Neste ano, a COP será realizada em Lima (Peru), entre 1o e 2 de dezembro.

Já a divulgação da taxa consolidada – que vale para o cálculo oficial do desmatamento para fins, por exemplo, do cumprimento das metas fixadas na Política Nacional sobre Mudança do Clima – é obtida a partir da análise do maior número possível das 229 imagens de satélite. Sua divulgação vinha sendo feita até junho do ano seguinte, mas neste ano, entretanto, o governo protelou sua divulgação até setembro. A variação entre a taxa estimada e a taxa consolidada é, geralmente, de até10% para mais ou para menos.

O Sistema de Alerta de Desmatamento

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) é operado pelo Imazon, entidade não-governamental reconhecida internacionalmente pelo trabalho de pesquisa, especialmente na área de políticas públicas, que desenvolve na Amazônia. O sistema teve início em 2004 apenas no Mato Grosso e, a partir de 2006, passou a monitorar toda a Amazônia Legal.

Embora utilize imagens do mesmo sensor do Deter – o MODIS, do satélite Terra –, o processamento adotado permite identificar desmatamentos em áreas superiores a 10 ou 12 hectares e contornar a cobertura de nuvens. As análises realizadas pelo Imazon são divulgadas até o dia 20 de cada mês e distinguem as áreas de corte raso das áreas de degradação florestal, ao mesmo tempo em que indicam a localização e a condição fundiária de onde ocorreram – se em terras indígenas, unidades de conservação, assentamentos, outras terras públicas ou terras privadas.

​A publicação ​dos dados do ​SAD ​incomoda a atual gestão do Ministério do Meio Ambiente, que sempre que possível faz críticas desfavoráveis ao sistema. No entanto, ​é adotado por governos estaduais, prefeituras municipais, Ministério Público e organizações da sociedade civil​ para a realização de análises, formulação de políticas e de medidas de fiscaliza​cão em campo.

Mais informações sobre os sistemas Deter e Prodes em www.inpe.br. Informações sobre o SAD podem ser obtidas em http://www.imazon.org.br.
Fonte: Mídia e Dematamento da Amazônia,

 

Satélite europeu registra desmatamento em Rondônia

 

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Segundo dados do INPE, estado é o terceiro maior desmatador de Floresta Amazônica, atrás apenas de Pará e Mato Grosso

POR ANDRÉ JORGE DE OLIVEIRA

A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou uma imagem captada pelo satéliteProba-V que mostra claramente a dimensão do impacto humano em uma das maiores florestas tropicais do planeta. As áreas em marrom, que cobrem grandes porções da foto, indicam regiões desmatadas de Floresta Amazônica no estado de Rondônia, o terceiro no ranking brasileiro dos estados que mais destroem o bioma – atrás apenas de Pará e Mato Grosso.

A ESA chamou a atenção para o padrão de “espinha de peixe” que os desmatadores seguem em suas atividades: primeiramente cortam estradas maiores na mata, para depois irem abrindo caminhos secundários que facilitam a total retirada das árvores do local. Práticas como esta foram responsáveis por fazer do Brasil por muitos anos o campeão de desmatamento no mundo, título triste que recentemente foi transferido para a Indonésia.

O Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE) realiza anualmente um levantamento por meio de satélites do desmatamento na Amazônia. Os dados mais recentes são de 2013, ano no qual Rondônia pôs abaixo 932 quilômetros quadrados de floresta, o Pará 2.346 quilômetros quadrados e o Mato Grosso 1.139. Juntos, os três estados desmataram 4.417 do total de 5.891 quilômetros quadrados perdidos no ano passado.

Para conferir os dados completos do INPE de 1988 até 2013, clique aqui.

Fonte: Galileu.