ClimaInfo, 20 de fevereiro de 2024.
[NOTA DO WEBSITE: Impressionante como os imensos esquemas dos rentistas são ‘sensíveis’ às críticas que a direita e extrema-direita, para nós do website, dos supremacistas brancos eurocêntricos que seguem a doutrina do capitalismo de extermínio, fazem sobre as ações que poderão representar a sobrevivência de todos. A pergunta é: por que não são assim tão ‘sensíveis’ e ‘suscetíveis’ às pautas que representam uma estabilidade existêncial inclusive de seus capitais? Ou seja, de seus rentistas, porque se houver uma debacle global, são os ‘homens do dinheiro’ que irão sofrer a sua falta, já que os que não têm ou nunca tiveram, continuarão como sempre estiveram… despossuídos, depauperados e varridos!].
A coalizão Climate Action 100+, lançada em 2017 para impulsionar investimentos verdes, sofre debandada de gestores de ativos por conta de pressões políticas anti-ESG.
Mais um baque para o mercado de investimentos verdes. A JPMorgan Asset Management confirmou na semana passada sua saída da Climate Action 100+, uma coalizão internacional de gestoras de ativos financeiros que visa impulsionar investimentos com critérios de sustentabilidade e redução de risco associado à mudança do clima.
De acordo com a empresa, que administra US$ 3,1 trilhões em ativos, a decisão se deve à sua estratégia de internalizar a análise sobre risco climático atrelado ao seu portfólio. No entanto, a decisão também se deve à pressão política crescente, especialmente nos EUA, por grupos políticos de direita contrários à agenda ESG/Environmental Social Governance (nt.: Governança Ambiental e Social. Nova expressão para parecer que as corporações mudaram seus procedimentos agressivos, excludentes e autofágicos).
O Financial Times deu mais informações.
A ofensiva é liderada pelo Partido Republicano, que resiste como a principal força política negacionista nos EUA. Alguns estados governados por republicanos impuseram restrições e processos judiciais pesados contra gestoras de ativos que seguissem políticas ESG em suas decisões de investimento.
A justificativa dos grupos anti-ESG é de que os critérios verdes de investimento prejudicam setores econômicos com grande impacto ambiental e climático, como petróleo e gás, ignorando o retorno financeiro dessas aplicações. A pressão política anti-ESG tem esvaziado os fundos de investimentos sustentáveis, que registraram seu pior ano em 2023, com retirada recorde de US$ 13 bilhões.
“Eu não ficaria surpreso se víssemos mais saídas, especialmente considerando que agora há um custo, como possíveis litígios, que não existia quando as empresas aderiram [à coalizão]”, disse Lance Dial, sócio do escritório de advocacia K&L Gates, à Bloomberg.
Além da JPMorgan Asset Management, outra gestora de ativos, a State Street Global Advisors (SSGA), também confirmou sua saída da CA100+. Ao mesmo tempo, a maior empresa do setor, a BlackRock, reduziu o nível de sua participação na coalizão para seu braço internacional de investimentos, com a holding deixando de fazer parte do grupo.
O vai-e-vem no mercado ESG traz preocupação a analistas financeiros e ativistas climáticos. Como a Bloomberg assinalou, alguns observadores entendem que a decisão de sair da CA100+ seria uma solução política que permitiria a essas empresas manter suas políticas ESG sem se atrelar a iniciativas polêmicas aos olhos dos críticos. Outros são menos generosos e acusam as gestoras de investimento de greenwashing.
O NY Times também analisou o impacto dessa debandada de investidores em iniciativas verdes como CA100+.