Fogo no Pantanal de Mato Grosso do Sul. — Foto: CPA-CBMMS / Mairinco de Pauda
Júlia Carvalho, g1
26/06/2024
[NOTA WEBSITE: Um país que era harmônico antes da estupidez do ‘agronecrócio’. Hoje vive um ambiente totalmente desregrado e catastrófico em seus regimes de chuvas, de equilíbrio climático e de cheias ‘benéficas’. Vale a pena ver o que a ganância do supremacismo branco eurocêntrico que veio do sul pela mão da ditadura militar, fez com o regime das águas. Antes, considerado um país ‘abençoado por deus e pela natureza’ quanto a ser um dos mais equilibrados e ricos em água doce, agora vive a tragédia da loucura das águas no Rio Grande do Sul e a miséria das águas no berçário das chuvas e das benesses hídricas do Amazonas e do Pantanal. Cegos pela violência do capitalismo indigno e do dinheiro das ‘commodities’, os supremacistas optaram pela doutrina da colonialidade. Agora a grande icógnita é: como será o futuro de nosso país continente com esses desaranjos gerados pela voracidade dos ruralistas, pecuaristas e outros ‘istas’ que dominam a política, a mídia e o mercado financeiro brasileiro? E onde estamos nós, a população que à margem do banquete dos magnatas da destruição, neste embate ideológico, político e civilizatório?].
Levantamento analisou área coberta por água em todo o país. Nacionalmente, rios e reservatórios de água tiveram uma queda de 1,5% em relação à média histórica.
Pela segunda vez em três anos, o Brasil teve redução na superfície de água em 2023 em comparação à média histórica, segundo o MapBiomas. O Pantanal foi o bioma que mais secou ao longo da série histórica, com a superfície úmida ficando 61% abaixo da média em 2023. (entenda mais abaixo)
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo MapBiomas Água, a extensão coberta por água em todo o país teve queda de 1,5% em relação à média histórica no ano passado.
A superfície de água engloba os corpos hídricos naturais – isto é, as bacias hidrográficas, que correspondem a 77% da superfície total – e também os corpos hídricos antrópicos – água armazenada em reservatórios, hidrelétricas e mineração, que compõem os outros 23%.
A última vez que foi registrada uma diminuição na superfície hídrica foi em 2021, quando houve redução de 7%.
O relatório aponta que o país enfrentou perda de água em todos os meses de 2023 em relação a 2022, incluindo nos meses da estação chuvosa.
Dez estados brasileiros tiveram queda na superfície de água em relação à média histórica. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram os que registraram as diminuições mais expressivas, com redução de 33% e 30%, respectivamente.
Situação em cada bioma
O levantamento, que reuniu dados de 1985 a 2023, também apontou como está a situação nos diferentes biomas brasileiros.
De acordo com Juliano Schirmbeck, coordenador Técnico do MapBiomas Água, as mudanças climáticas e a ação humana são fatores relevantes que contribuem, para as tendências de seca.
“Enquanto o Cerrado e a Caatinga estão experimentando aumento na superfície da água devida à criação de hidrelétricas e reservatórios, outros como a Amazônia e o Pantanal enfrentam uma grave redução hídrica”, comenta Schirmbeck.
Veja abaixo os destaques do relatório.
Amazônia
- A região concentra mais da metade da superfície de água de todo o país, com 62%;
- Em 2023, o bioma apresentou uma redução de 3,3 milhões de hectares em relação à média histórica.
Pantanal
- O Pantanal foi o bioma que mais secou ao longo da série histórica;
- Em 2023, a superfície de água anual foi de 382 mil hectares, 61% abaixo da série histórica. Houve redução na área alagada e também no tempo da permanência da água;
- Apenas 2,6% do bioma estava coberto por água.
“Em 2024, nós não tivemos o pico de cheia. O ano registra um pico de seca, que deve se estender até setembro. O Pantanal em extrema seca já enfrenta incêndios de difícil controle”, alerta Eduardo Rosa, do MapBiomas.
Cerrado
- Em 2023, o Cerrado teve a maior superfície de água desde 1985: 1,6 milhão de hectares ou 9% do total nacional. Esse total é 11% acima da média histórica no bioma;
- O ganho de superfície de água aconteceu em áreas antrópicas, que tiveram um aumento de 363 mil hectares – uma variação positiva de 56,4%. Os corpos de água naturais, por sua vez, perderam 696 mil hectares – queda de 53,4%.
Caatinga
- Após um longo período de seca, que se estendeu por sete anos, houve uma tendência de acréscimo na superfície de água na Caatinga: em 2023, a superfície de água foi de quase 975 mil hectares – 6% acima da média histórica;
- A partir dos dados de 2023, os especialistas concluem que está se consolidando um ciclo mais chuvoso no bioma, o que garante maior disponibilidade hídrica nas regiões mais secas do território brasileiro.
Pampa
- A superfície de água dos reservatórios do Pampa apresentou área 40% inferior à média da série histórica em 2023;
- Segundo os dados do MapBiomas, o bioma teve primeiro quadrimestre mais seco da série histórica. Os quatro primeiros meses de 2023 estiveram entre os cinco meses mais secos da série.
Mata Atlântica
- A superfície de água na Mata Atlântica em 2023 ficou 3% acima da média histórica, superando os 2,2 milhões de hectares. A água responde por 2% da superfície do bioma;
- A Mata Atlântica é o bioma com maior superfície de água antrópica, onde a área de superfície de água em hidrelétricas e em reservatórios é maior do que a área de superfície de água natural.