ClimaInfo, 26 de junho de 2024.
[NOTA DO WEBSITE: Primeiro país que traz a realidade de que os ruminantes têm duas fontes de produção de gás metano, um dos fortes influenciadores das mudanças climáticas. Um é pelo gás, arroto, que os ruminantes expelem ao regurgitarem a primeira mastigação e a outra fonte é a flatulência, ou seja, o metano expelido pelo ânus. Aqui no Brasil, a bancada ruralista teve um frisson quando foi proposto como sendo a pecuária um dos campos que deveria ser controlado por esses motivos que a Dinamarca decidiu tomar uma ação. Isso que este país é alto produtor de laticínios e mesmo assim legislou sobre isso. É outro espírito de civilidade global do que os fantasmas famintos do supremacismo branco brasileiro que domina não só os agronegocistas, mas seus representantes no congresso nacional].
País aplicará imposto sobre emissões agrícolas, um dos primeiros do tipo no mundo, para ajudar a alcançar meta climática do país para 2030.
Após meses de negociações difíceis com órgãos comerciais e grupos ambientais, o governo da Dinamarca estabeleceu na 2ª feira (24/6) uma taxa efetiva de 16 euros por tonelada de dióxido de carbono equivalente emitida por animais de criação, incluindo vacas e porcos, a partir de 2030, com o valor mais que dobrando cinco anos depois. É o primeiro imposto de carbono a ser cobrado do setor agropecuário em todo o mundo.
A decisão dinamarquesa ocorre poucos meses após os agricultores protestarem em toda a Europa contra as medidas ambientais da União Europeia. Mette Frederiksen, primeira-ministra de centro-esquerda da Dinamarca, disse que espera que o imposto “abra o caminho regional e globalmente” para iniciativas semelhantes, destaca o Financial Times.
O plano da Dinamarca visa reduzir as emissões em 1,8 milhão de toneladas de CO2 em 2030, permitindo ao país alcançar sua meta de redução geral de 70% até esse ano, explica a Bloomberg. Mas o governo também vai fornecer subsídios de cerca de US$ 5,75 bilhões para apoiar a transição no setor.
Em todo o mundo há países avaliando como reduzir as emissões da produção de alimentos — que representam quase um quarto das emissões globais, incluindo mudanças no uso da terra — e garantir a segurança alimentar. Animais ruminantes, como vacas e ovelhas, produzem metano, enquanto os fertilizantes nitrogenados sintéticos na grama que eles comem também produzem gases de efeito estufa.
O gado representa 11% das emissões globais. E quase dois terços desse percentual é impulsionado por vacas.
POLITICO, Reuters e Business Standard também repercutiram a taxação.