Cresce ‘geração canguru’, que não sai de casa.

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O consultor de relacionamento Victor Cardoso, de 30 anos, sempre morou com os pais, Rosemary e Renato Cardoso, em São Caetano. Ele diz que morar na casa dos pais é muito bom por reduzir a responsabilidade e os custos. “Você não tem aquela preocupação de pagar a parcela de um apartamento todo mês. O dinheiro que eu ganho com meu trabalho fica para gastar com o que eu quero.”

 

 

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/526220-cresce-geracao-canguru-que-nao-sai-de-casa

 

 

A reportagem é publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 30-11-2013.

Uma combinação de fatores financeiros e emocionais tem levado jovens adultos a adiar a saída de casa. Isso fez crescer, na última década, a proporção de pessoas de 25 a 34 anos de idade que continuam a morar com os pais e formam a chamada “geração canguru”. Em 2012, um quarto (24,3%) das pessoas nesta faixa etária vivia com os pais. Em 2002, a proporção era de 20,5% – um em cada cinco.

O fenômeno é mais comum nas famílias de alta renda da Região Sudeste. Os homens (60% do total) são os mais resistentes a deixar a casa dos pais. Em geral, trabalham e têm alta escolaridade. “A geração canguru é um fenômeno mundial, não necessariamente por falta de condição de os filhos saírem de casa, mas por escolha. Preferem fazer graduação, mestrado ou doutorado na casa dos pais, retardam a formação de uma nova família e também buscam comodidade”, diz a presidente do IBGE, Wasmália Bivar. “Quanto mais ricos os pais, mais os filhos querem ficar na casa deles”, destaca.

Enquanto apenas 6,6% das famílias de renda per capita de até meio salário mínimo têm filhos de 25 a 34 anos vivendo com os pais, essa proporção sobe para 15,3% nas famílias com renda de 2 a 5 salários mínimos per capita e 14,7% naquelas com renda per capita de mais de 5 salários mínimos. O fato de que as faixas de baixa renda constituem famílias mais cedo explica, em parte, essa diferença. A Síntese dos Indicadores Sociais mostra que as mulheres estão adiando a decisão de terem o primeiro filho, especialmente nos Estados das regiões mais ricas: Sudeste e Sul.

No Sudeste, 28% das mulheres de 30 a 34 anos não têm filhos, proporção que cai para 15,9% no Norte. Nessas duas regiões também estão as maiores diferenças sobre a presença da “geração canguru”: no Sudeste, 26,7% dos jovens adultos de 25 a 34 anos ainda vivem com os pais, enquanto no Norte são 18,5%.

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