Colorir os alimentos a fim de atrair os consumidores é uma uma estratégia muito utilizada pela indústria – principalmente para atrair o público infantil. Mas será que o uso desses corantes artificiais é seguro? Por definição, os corantes são substâncias que, ao serem adicionadas aos alimentos, provocam alteração em sua cor, não apresentando nenhum valor nutricional.
Por Ada Bento, Camila Araújo e Camila Leão.
Colorir os alimentos a fim de atrair os consumidores é uma uma estratégia muito utilizada pela indústria – principalmente para atrair o público infantil. Mas será que o uso desses corantes artificiais é seguro?
Por definição, os corantes são substâncias que, ao serem adicionadas aos alimentos, provocam alteração em sua cor, não apresentando nenhum valor nutricional.
Segundo a Resolução – CNNPA nº 44, de 1977, a legislação brasileira sobre o assunto, a classificação dos corantes empregados em bebidas e alimentos ocorre da seguinte forma:
O uso dos corantes artificiais pela indústria pode ser explicado, por essas subtâncias serem mais baratas, estaveis e mais brilhantes do que a maioria dos corantes naturais, porém deve-se ter atenção aos efeitos na saúde que podem acarretar. Nos últimos anos, foram encontrados mais riscos no consumo de corantes artificiais do que em qualquer outro aditivo.
Segundo a ANVISA, estudos toxicológicos mostram que corantes não fazem mal à saúde se usados nos limites definidos pela legislação. Por outro lado, ainda existem controvérsias quanto aos seus malefícios – ainda mais se pensarmos no exagerado consumo de produtos industrializados que ocorre atualmente, em especial, por crianças.
Vale ressaltar que as crianças apresentam maior suscetibilidade às reações adversas provocadas pelos aditivos alimentares (como os corantes e conservantes), uma vez que ainda apresentam imaturidade fisiológica, que prejudica o metabolismo e a excreção dessas substâncias. Além disso, a criança não tem capacidade cognitiva para controlar o consumo desse tipo de substância, como um adulto faria (ou deveria fazer).
Estudos recentes mostram que os corantes artificiais podem estar relacionados com o desenvolvimento de câncer, alergias e déficit de atenção/hiperatividade em crianças. Desta forma, existem motivos de sobra para que a presença de corantes seja destacada no rótulo dos alimentos e medicamentos, especialmente os voltados ao público infantil.
A indústria vem reconhecendo essa nova demanda da população por produtos menos artificiais e, por isso, cada vez mais está se voltando para o uso de corantes de origem natural – que podem ser obtidos de plantas, animais ou insetos.
No que diz respeito à legislação de corantes alimentícios no Brasil, esta se apresenta de forma mais permissiva que a dos Estados Unidos, Áustria e Noruega – tanto, que muitas substâncias aqui usadas são proibidas nesses países. Na Europa, já existe uma legislação que obrigada os produtos com corantes artificiais, a colocar um aviso sobre os mesmos no rótulo.
Por isso, fique de olho na embalagem do produto! Entre alguns dos principais efeitos associados a cada tipo de corante estão:
Amarelo crepúsculo – Reações anafilactoides, angioedema, choque anafilático, vasculite e púrpura. Reação cruzada com paracetamol, ácido acetilsalicílico, benzoato de sódio (conservante) e outros corantes azoicos como a tartrazina. Pode provocar hiperatividade em crianças quando associado ao benzoato de sódio. Banido na Finlândia e Noruega.
Amarelo quinolina – Suspeito de causar hiperatividade em crianças quando associado ao benzoato de sódio.
Amarelo tartrazina – Reações alérgicas como asma, bronquite, rinite, náusea, broncoespasmo, urticária, eczema, dor de cabeça, eosinofilia e inibição da agregação plaquetária à semelhança dos salicilatos. Insônia em crianças associada à falta de concentração e impulsividade. Reação alérgica cruzada com salicilatos (ácido acetilsalisílico), hipercinesia em pacientes hiperativos. Pode provocar hiperatividade em crianças quando associado ao benzoato de sódio. No Brasil, nos EUA e na Inglaterra seu uso deve ser indicado nos rótulos.
Azul brilhante – Irritações cutâneas e constrição brônquica, quando associado a outros corantes. Banido na Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Noruega, Suécia e Suíça.
Vermelho 40 – Pode provocar hiperatividade em crianças quando associado ao benzoato de sódio. Banido na Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Dinamarca, Suécia e Suíça.
Vermelho ponceau 4R – Relacionado a anemia e doenças renais, associado a falta de concentração e impulsividade e pode provocar hiperatividade em crianças quando associado ao benzoato de sódio. Banido nos EUA e na Finlândia.
Vermelho eritrosina – Suspeito de causar câncer de tireoide em ratos. Banido nos EUA e na Noruega.
Vermelho bordeaux (mistura de amaranto e azul brilhante) – Crises asmáticas e eczemas. Banido nos EUA, na Áustria, Noruega e Rússia.
Fonte: Idec.
Nesse sentido, para tentar oferecer opções de preparo/consumo de alimentos coloridinhos, mas sem uso de corantes artificiais, encontramos esse vídeo do Dulce Delight que ensina a preparar corantes naturais em casa, com uso de frutas e vegetais!
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Portanto prefira corantes naturais, pois além de deixar os alimentos mais coloridos, essas substâncias apresentam um amplo espectro de propriedades farmacológicas, como antioxidante e antipirético (previnir ou reduzir a febre), enquanto os artificiais não apresentam nenhum valor nutritivo e podem causar diversos malefícios à saúde.
Fontes:
Cuidados com os corantes dos alimentos
US panel rejects calls for warning labels on link between food dyes and hyperactivity
Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafios para a saúde pública brasileira