Imagem com descrição do dramático desastre da região de Seveso, norte da Itália, quando em 1976, torna o tema DIOXINA, definitivamente conhecido no mundo.
[ Nota do website : esse material, denominado Conexão dioxina, foi realizado em 1995 por um grupo de jovens que, ao ouvirem sobre as informações sobre dixona, trazidas pelo entrevistado e hoje coordenador desse website, propuseram-se a construir algo que tornasse conhecidas essas informações. Contaram com a cooperação da empresa Vidicom, de Lilian Dreyer, para poderem, na época, juntarem os materiais e fazerem essa reportagem, em formato de vídeo. O tema dioxina, ainda hoje é contundente, mesmo estando nos porões da nossa vida cotidiana, escondido num canto bem escuro, empoirado e, dramaticamente, esquecido, tanto de nosso corpo como mente e coração. Mas face a reportagem desse link do The New York Times, de 16 de março último, ou seja, seis dias atrás, aquele canto do porão, úmido e cheirando a mofo, mostra que persiste porque existe. E vive, machucando não só a nós que estamos a milhares de quilômetros do sudeste asiático, mas de forma mais direta e dramática a centenas e milhares de pessoas que, 50 anos depois, ainda sofrem nos seus dia a dia o que foi a loucura da pretensa hegemonia planetária do supremacismo branco, sobre todos os povos dessa Terra. E buscando esse tema, dioxina, na internet, também me reaproximei dessa reportagem. E relembramos e honramos a iniciativa daqueles jovens estudantes da UFRGS, nas áreas de comunicação, que ficaram tocados por tudo o que compartilhamos em sala de aula sobre o que se sabia sobre a matéria, em países como a Alemanha. Ao mesmo tempo que ficaram sensibilizados com a existência de produtos de uso cotidiano alemão, que passaram a existir por pressão de uma sociedade informada. E, chocados porque, ao mesmo tempo, toda essa problemática era totalmente desconhecida, como até hoje, entre nós. Passaram-se 25 anos da publicização desse seu trabalho, quase que um trabalho curricular, e por isso perguntamos: o que esse movimento deles tocou o coração e a mente de nossos conterrâneos? Quais produtos, como esses alemães, são feitos e disponibilizados em nosso país para nossa sociedade? E o quanto um tema como esse ainda mobiliza a mídia norte americana, como o NYT, a ponto de invocarem dos poderes dos EUA, sua responsabilidade civil? A grande e poderosa publicação Yankee, não se omite ao invocar a humanidade dos poderes norte americanos, por terem lançado, irresponsavelmente como arma química sobre toda a população daquele canto, também esquecido no porão da sociedade globalizada, produtos impregnados com essa molécula. E mais ainda, invocamos a todos como habitantes desse planeta, que nos atentemos para o fato de que naqueles anos belicosos de 60 e 70, já existiam, desde a década de 20, mais de um acordo das nações para não haver o uso da guerra química. E os EUA e tantos outros países, haviam se comprometido a cumprir. Sim, o que se aplicou no sudeste asiático foi em quantidades e produtos com altos níveis de contaminantes, tudo de forma exorbiante, tendo então seus efeitos se mostrado de forma tão explícita. Mas hoje, há um outro conhecimento que se foi amealhando, inclusive indo-se muito além do DDT (que por ser organoclorado também tem dioxina), do livro de Rachel Carson, de 1962, Silent Spring – ‘Primavera Silenciosa’. Chega-se às conclusões trazidas tanto pelos trabalhos compilados como os executados por Theo Colborn, em seu livro de 1996, com o lítulo original de Our Stolen Future (no Brasil, foi lançado com o título ‘O Futuro Roubado’, pela LPM Editores, em 1997) de que os efeitos dessas moléculas são muito mais invasivos. E que conclusões são essas? De que como a dioxina, o DDT e tantas outras, agem como disruptores endócrinos. E o que significa essa expressão? De que imitam hormônios e desorganizam todo o sistema hormonal, endócrino, de todos os seres vivos. Mas o que quer dizer isso? De que não são quantidades nem altas doses que nos afetam, mas sim em quantidades e doses ‘hormonais’. Ou seja, em níveis mínimos se comparados com as doses convencionais da toxicologia padrão. Então, basta a presença da molécula para gerar efeitos hormonais nos organismos vivos. E esse website tem como compromisso primeiro tornar esse tema conhecido entre nós. Não podemos jamais esquecer que todas essas moléculas artificiais, estão permanentemente atuando, em mínimas doses, nos escaninhos, estejam nos porões, nos sótãos ou mesmo, e, principalmente, nas salas e nos quartos de nossos corpos e de todas as vidas dos seres planetários. Então agradecemos às pessoas que colocaram essa reportagem, que circulava antes em VHS, agora no youtube, dando a chance de se universalizar o clamor feito há mais de 25 anos atrás, por aqueles então jovens entusiastas, vibrantes e otimistas que queriam um mundo mais saudáveis para todos! ]