rESUMO DA HistÓria
- Os pesquisadores mostram que o aspartame piora nossa sensibilidade em um maior grau do que o açúcar;
- Os adoçantes artificiais promovem o aumento de peso ao confundirem nosso organismo, fazendo-o crer que está consumindo açúcar (calorias); mas ao seu corpo não identificar o açúcar, isso poderia provocar nele fome de carboidratos;
- Estes adoçantes provavelmente também causam aumento de peso ao danificarem nossa microflora intestinal, aumentando assim o risco tanto de obesidade como de diabetes.
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2014/12/23/artificial-sweeteners-confuse-body.aspx
By Dr. Mercola
Na atualidade existem cinco adoçantes artificiais diferentes no mercado. O aspartame é um dos mais comuns, o qual também tende a ser o pior deles.
O aspartame e outros adoçantes artificiais são promovidos principalmente para as pessoas com diabetes e aquelas que cuidam de seu peso. Apesar do fato de que eles vêm demostrando, em repetidas ocasiões, que produzem exatamente os efeitos opostos:
- A pesquisa mostra que o aspartame piora a nossa sensibilidade (aspartame worsens insulin sensitivity) à insulina em um maior grau do que o açúcar;
- Também se observou ter se detectado que eles promovem o aumento de peso, em mais de uma maneira.
Com o tempo, eles também vêm sendo incluídos em ampla variedade de produtos que não são dirigidos diretamente às pessoas com diabetes e que cuidam de seu peso.
Os adoçantes artificiais são agregados a cerca de 6.000 bebidas diferentes, petiscos e produtos alimentícios. Por isso, ler os rótulos é uma necessidade cada vez maior. Inquietantemente, as indústrias de alimentos agora estão procurando esconder a presença deles em certos alimentos…
Da mesma forma como é com os Transgênicos, a Indústria Quer Ocultar os adoçantes Artificiais nos Alimentos
No ano passado, a Associação Internacional de Produtos Lácteos (International Dairy Foods Association/IDFA) apresentou numa petição à FDA, solicitação de que a agência alterasse a lei de identidade do leite e outros 17 produtos lácteos, afim de permitir agregar adoçantes artificiais sem ter que indicar seu uso no rótulo.A IDFA afirma que as modificações propostas “promoverão hábitos alimentares mais saudáveis e reduzirão a obesidade infantil ao proverem os produtos lácteos com baixas calorias e com sabor”, já que muitas crianças são mais propensos a beberem produtos lácteos com sabor de que leite convencional.
A IDFA não só está fazendo pressão para incluir o aspartame no leite como também é uma das quatro organizações comerciais que estão acionando o estado de Vermont (suing Vermont1) em seu esforço para revogar a lei sobre rotulagem de transgênicos no estado que foi aprovada em maio do ano passado (nt.: 2014).
Pareceria que, longe de estar preocupada em proporcionar aos consumidores produtos lácteos de alta qualidade, a IDFA está totalmente dedicada a enganar a opinião pública nos Estados Unidos em beneficio da indústria da tecnologia química. Que outra coisa a motivaria em ocultar ingredientes que geram efeitos nocivos suspeitos?
os adoçantes Artificiais Causam Confusão Metabólica
Uma das razões porque os adoçantes artificiais não ajudam a baixar o peso se relaciona com o fato de que seu corpo não se deixa enganar pelo sabor doce sem a companhia das calorias.2, 3
Quando comemos algo doce, nosso cérebro libera dopamina, que ativa o centro de recompensa do cérebro. O hormônio leptina que regula o apetite também é liberado, o que eventualmente indica ao nosso cérebro que está “saciado” uma vez que tenhamos ingerido uma certa quantidade de calorias.
Sem dúvida, quando se consome algo que se sabe doce, mas sem a presença de quaisquer calorias, a via do prazer de seu cérebro se ativa pelo sabor doce, mas não há nada que o desative, já que as calorias nunca chegam.
Os adoçantes artificiais basicamente enganam nosso corpo fazendo-o crer que vá receber açúcar (calorias), mas quando o açúcar nunca chega, nosso corpo indica que necessita mais, ocasionando fome de carboidratos.
Além de piorar a sensibilidade à insulina e promover o aumento de peso, o aspartame e outros adoçantes artificiais promovem outros problemas de saúde associados com o consumo excessivo de açúcar, incluindo:
- Enfermidades cardiovasculares e derrames cerebrais (stroke) 4, 5, 6
- Doença de Alzheimer (Alzheimer’s disease). Enquanto a má alimentação é um importante fator da doença de Alzheimer em geral (os principais culpados são o açúcar/frutose – sugar/fructose – e os grãos, especialmente o gluten), o mecanismo chave de dano aqui parece ser uma toxicidade pelo metanol—um problema muito negligenciado, relacionado com o aspartame em particular.
Em uma entrevista anterior, o especialista em toxicologia, Dr. Woodrow Monte – Woodrow Monte – (autor do livro While Science Sleeps: A Sweetener Kills7), explica a relação existente entre o aspartame, a toxicidade por metanol e a formação de formaldeído tóxico.
a pesquisa Refuta veemente as Afirmações de “Dietéticos” aos adoçantes Artificiais
Contrário às afirmações da indústria (industry claims), a pesquisa durante os últimos 30 anos– incluindo vários estudos de coorte prospectivos—demonstrou que os adoçantes artificiais estimulam o apetite, aumentam as carências de carboidratos e produzem uma variedade de disfunções metabólicas que promovem o armazenamento de gorduras e aumento de peso– muitas vezes para surpresa dos pesquisadores.
A seguir mostrarei alguns dos estudos publicados ao longo dos anos, que refutam claramente as afirmações da indústria de que os refrigerantes dietéticos ajudam a baixar o peso. A revisão de 2010 no Yale Journal of Biology and Medicine8 é particularmente notável.
Proporciona um resumo histórico dos adoçantes artificiais em geral, junto com a evidência epidemiológica e experimental que mostra que os adoçantes artificiais tendem a promover o aumento de peso. Também ilustra que a medida que aumentou o uso deles, também aumentaram as taxas de obesidade.
Fonte: Yale Journal of Biology and Medicine June 8 2010: v83(2)
Preventive Medicine 19869 Este estudo examinou quase 78.700 mulheres de 50-69 anos de idade durante um ano. O uso de adoçantes artificiais aumentou com o peso relativo e as usuárias foram significativamente mais propensas a aumentarem de peso, em comparação com aquelas que não utilizaram – independentemente de seu peso inicial. Segundo os pesquisadores, os resultados “não são explicáveis pelas diferenças nos padrões de consumo de alimentos. Os dados não apoiam a hipótese de que o uso de adoçantes artificiais a longo prazo, ajudem logo a baixar de peso ou evite o seu aumento”. Physiology and Behavior, 198810 Neste estudo, determinou-se que os adoçantes intensos (sem ou baixos em calorias) podem produzir alterações significativas no apetite. De três adoçantes provados, o aspartame produziu os efeitos mais pronunciados. Physiology and Behavior, 199011 Aqui, detectaram que o aspartame teve um efeito dependendo do tempo sobre o apetite “produzindo uma diminuição transitória seguida por um aumento sustentado nas qualificações da fome.” Journal of the American Dietetic Association, 199112 Um estudo sobre os adoçantes artificiais realizado por estudantes universitários, tampouco detectou evidências de que o seu uso estivera relacionado com uma diminuição de seu consumo total de açúcar. International Journal of Food Sciences and Nutrition, 200313 Este trabalho que estudou 3.111 crianças, encontrou que refrigerantes dietéticos especificamente associando-se com um maior índice de massa corporal. International Journal of Obesity and Metabolic Disorders, 200414 Esta pesquisa a Universidade de Purdue, constatou de que as ratas alimentadas com líquidos adoçados artificialmente comiam mais alimentos de alto conteúdo calórico do que as ratas alimentadas com líquidos adoçados com alto conteúdo calórico. Os pesquisadores creem que a experiência de beber líquidos adoçados artificialmente interrompeu a capacidade natural dos animais para compensarem as calorias do alimento. San Antonio Heart Study, 200515 Os dados coletados no San Antonio Heart Study, com 25 anos de duração, também mostraram que as bebidas dietéticas aumentaram a probabilidade de aumento de peso. Muito mais do que um refrigerante convencional.16 Na média, por cada bebida dietética que os participantes ingeriam por dia, foram 65% mais propensos a terem sobrepeso durante os sete ou oito anos seguintes e 41% deles foram mais propensos a serem obesos. Journal of the American College of Nutrition, 200517 Neste estudo de dois anos de duração que envolveu 166 crianças de idade escolar, descobriu que o consumo elevado de refrigerantes dietéticos se relacionou com um alto índice de massa corporal ao final das provas. The Journal of Pediatrics, 200618 O National Heart, Lung, and Blood Institute Growth and Health Study incluiu 2.371 meninas de idades de 9 a 19 por 10 anos. O consumo de refrigerantes em geral tanto de dietéticos como convencionais relacionou-se com maior consumo de energia diária. Journal of Biology and Medicine, 201019 Este trabalho aprofunda em relação à neurobiologia dos desejos por açúcar e resume a evidência epidemiológica e experimental sobre o efeito dos adoçantes artificiais no peso. Segundo os autores: “as descobertas sugerem que as calorias contidas nos adoçantes naturais podem desencadear uma resposta para manter o consumo geral de energia constante… A evidência crescente sugere que os adoçantes artificiais não ativam as vias de recompensa de alimentos da mesma maneira que os adoçantes naturais, particularmente os artificiais, porque são doces, estimulam os desejos por açúcares e sua dependência”. Yale Journal of Biology and Medicine, 201020 Esta revisão oferece um resumo da evidência epidemiológica e experimental sobre os efeitos dos adoçantes artificiais no peso e explica esses efeitos à luz da neurobiologia da recompensa de comida. Também mostra a correlação entre o aumento do uso de adoçantes artificiais nos alimentos e bebidas, além do correspondente aumento na obesidade. Appetite, 201221 Aqui, os investigadores mostraram que a sacarina e o aspartame causam maior aumento de peso que o açúcar, mesmo quando o consumo calórico total permanece similar. Trends in Endocrinology & Metabolism, 201322 Este informe destaca o fato de que as pessoas que bebem refrigerantes dietéticos sofrem exatamente os mesmos problemas de saúde que os que optam por um convencional, tais como aumento excessivo de peso, diabetes tipo 2, enfermidades cardiovascular e derrame cerebral.23, 24 Os pesquisadores especulam que o consumo frequente de adoçantes artificiais pode induzir alterações metabólicas. Nature, 201425 Esta pesquisa foi capaz de demonstrar claramente a causalidade, que revela que há uma relação causa-efeito direta entre o consumo de adoçantes artificiais e o desenvolvimento dos níveis elevados de açúcar no sangue. Detectou-se que as pessoas que consomem altas quantidades de adoçantes artificiais tinham níveis mais elevados de HbA1C–uma medida a longo prazo do açúcar no sangue em comparação com os não usuários ou usuários ocasionais de adoçantes artificiais. Sete voluntários que não utilizaram adoçantes artificiais foram recrutados e solicitou-se que consumisse o equivalente de 10 a 12 pacotes de uma só dose de adoçantes artificiais todos os dias durante uma semana. Segundo os pesquisadores, quatro das sete pessoas desenvolveram “perturbações significativas em seus níveis de glicose no sangue”. Alguns se converteram em pré-diabéticos em poucos dias. A razão desta alteração dramática foi devida às alterações na vida bacteriana intestinal. Algumas bactérias foram eliminadas, enquanto outras proliferaram. PLOS One, 201426 Este estudo, que foi realizado em ratos com o uso de aspartame, também encontrou um risco maior de intolerância à glicose. Os animais que consumem adoçantes artificiais terminaram com níveis elevados de propionato—os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) envolvidos na produção de açúcar. O consumo de adoçantes artificiais fez com que as bactérias intestinais produzissem propionato, que foi o que gerou os altos níveis de açúcar no sangue.
a Recente Investigação Revela um Novo Mecanismo de Dano
A pesquisa publicada na revista Nature 27 em setembro do ano que passou (ver na lista acima o penúltimo estudo) revela outro mecanismo, até agora desconhecido, através do qual os adoçantes artificiais fazem subir o peso e altera sua função metabólica. O mais importante, é que este estudo prova a causalidade. Nos últimos anos, temos aprendido que os microrganismos intestinais desempenham um papel significativo na saúde humana. Por exemplo, alguns deles relacionaram-se com a obesidade e, como resultado, os adoçantes artificiais interrompem sua microflora intestinal 28, 29, 30, 31—aumentando assim seu risco de obesidade e diabetes.
Especificamente, os pesquisadores encontraram de que os adoçantes artificiais alteram as vias metabólicas associadas à enfermidade metabólica. Por exemplo, observou-se uma diminuição da função nas vias associadas com o transporte de açúcar no corpo. Também detectou-se que os adoçantes artificiais induzem à disbioses intestinal e à intolerância da glucose nas pessoas sãs. Dos adoçantes artificiais que foram avaliados, a sacarina (Sweet’N Low) teve o impacto mais forte, seguido pela sucralose e pelo aspartame. A intolerância à glicose é um conhecido precursor da diabetes tipo 2, mas que também desempenha um papel na obesidade, devido ao excesso de açúcar no sangue e termina sendo armazenada nas células de gordura. Segundo os autores deste estudo amplamente difundido:32
“Nós demostramos que o consumo das formulações de adoçantes artificiais não calóricos, comumente utilizados, provocam o desenvolvimento de intolerância à glicose através do estímulo a alterações nas composições e nas funcionalidades na microbiota intestinal… No conjunto, nossos resultados vinculam o consumo de adoçantes artificiais não calóricos à disbioses e alterações metabólicas; o que sugere uma reavaliação do uso massivo deste tipo de adoçantes”.
A seguir, outro estudo obteve resultados muito similares. Este estudo publicado no PLoS One, observou que, quando as ratas foram alimentadas com aspartame, alterou-se sua microbiota intestinal, provocando a produção de propionato – ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) envolvidos na produção de açúcar—o que causou elevações de açúcar no sangue.
Recupere sua Saúde ao Eliminar os Alimentos “Dietéticos” Artificialmente adoçados
Quando soma as distintas vias de danos—desde confundir seu corpo com sabor doce sem calorias, até piorar suas bactérias intestinais–torna-se fácil ver como os adoçantes artificiais provavelmente desempenham um papel no agravamento da epidemia de obesidade e diabetes desde sua aparição em nossa provisão alimentícia. Recomendo encarecidamente evitar-se todos os adoçantes artificiais e ler os rótulos e etiquetas dos alimentos para se assegurar de que não os está consumindo inadvertidamente. São adicionados a umas 6.000 bebidas, aperitivos e produtos alimentícios diferentes, por isso não se sabe onde poderiam estar escondidos.
E quanto a opções seguras aos adoçantes, poder-se-ia utilizar a stevia ou Lo Han, ambos dos quais são adoçantes naturais seguros. Sem dúvida, tenha em conta que se tem pressão arterial alta, colesterol alto, diabetes ou excesso de peso, então quer dizer que tem problemas de sensibilidade à insulina e provavelmente se beneficiaria ao evitar todos os adoçantes artificiais.
Infelizmente, da mesma forma que o açúcar, os adoçantes artificiais também podem gerar adicção. Observe que se tiver dificuldades para deixar refrigerantes dietéticos ou outros produtos adoçados artificialmente, sugiro tentar a terapia Turbo Tapping. Esta é uma versão da Técnica de Liberação Emocional (EFT) que foi projetada especificamente para combater os desejos de ingerir açúcar.
Se mesmo assim tem desejos depois de tentar a EFT ou o Turbo Tapping, pode ser que tenha que fazer mais alterações em sua alimentação. Meu plano de nutrição pode ajudar-lo a fazer isso de uma maneira detalhada. Por último, mas não menos importante, se você experimenta efeitos secundários por aspartame ou qualquer outro adoçante artificial, por favor reporte sem demora à FDA (se vive nos Estados Unidos). É fácil fazer este relatório – só tem que ir à página do Coordenador de Queixas do Consumidor da FDA, buscar o número telefônico de seu estado e fazer uma chamada para relatar sua reação.
Fontes e Referências
- 1 Reuters June 13, 2014
- 2 The Journal of Physiology September 23, 2013 [Epub ahead of print]
- 3 Scientific American September 5, 2013
- 4 Trends in Endocrinology & Metabolism 2013
- 5 CNN.com July 10, 2013
- 6 Drugs.com July 10, 2013
- 7 Whilesciencesleeps.com
- 8 Yale Journal of Biology and Medicine June 8 2010: v83(2)
- 9 Prev Med. 1986 Mar;15(2):195-202
- 10 Physiology & Behavior 1988; 43(5): 547-552
- 11 Physiology & Behavior March 1990; 47(3):555-9
- 12 J Am Diet Assoc. 1991 Jun;91(6):686-90
- 13 Int J Food Sci Nutr. 2003 Jul; 54(4):297-307
- 14 Int J Obes Relat Metab Disord. 2004 Jul;28(7):933-5
- 15 San Antonio Heart Study June 14, 2005
- 16 “New analysis suggests ‘diet soda paradox’ – less sugar, more weight”, June 14, 2005 • Volume: XXXVIII • Issue: 24
- 17 J Am Coll Nutr. 2005 Apr; 24(2):93-8.
- 18 J Pediatr. 2006 Feb; 148(2):183-7
- 19 Yale Journal of Biology and Medicine 2010 June; 83(2): 101–108
- 20 See Yale Journal of Biology and Medicine June 8 2010: v83(2)
- 21 Appetite January 1, 2012, Volume 60, Pages 203-207
- 22 Trends in Endocrinology & Metabolism 2013
- 23 CNN.com July 10, 2013
- 24 Drugs.com July 10, 2013
- 25 Nature September 17, 2014 [Epub ahead of print]
- 26 PLOS One October 14, 2014 [Epub ahead of print]
- 27 See Nature September 17, 2014
- 28 EmpowHER
- 29 Scientific American November 26, 2014
- 30 PBS News Hour September 17, 2014
- 31 The Verge September 17, 2014
- 32 See Nature September 17, 2014
- 33 See PLOS One October 14, 2014
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, março de 2015.