A extraordinária visita de indígenas isolados a uma aldeia remota no Acre.
[NOTA DO WEBSITE: Por que se exige que haja respeito pelas devastações dos supremacistas brancos eurocêntricos e não se julga como criminosos os invasores de sempre que não conseguem ter ÉTICA mínima em relação aos povos que cuidam da vida do Planeta? Onde estão o Ministério dos Direitos Humanos e a Justiça brasileira?].
Os direitos dos povos indígenas isolados precisam ser respeitados para que a sobrevivência deles nas terras em que vivem seja garantida. E essa luta vai ser cantada mais alto do que nunca. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi), em parceria com Brô MCs e Lídia Guajajara, vão levar a mensagem desses povos para o mundo todo com o rap “O Chamado dos Isolados”. Saiba mais: https://isa.to/3OVe4uI A música faz parte da campanha “Isolados ou Dizimados”, uma iniciativa de organizações da sociedade civil brasileira que busca conscientizar a opinião pública e pressionar as autoridades a proteger os povos indígenas isolados no Brasil. Saiba mais em isoladosoudizimados.org Em memória de Bruno Pereira e Dom Phillips.
Homens sobrevoam aldeia, xingam indígenas isolados em RR e postam no TikTok.
Carlos Madeiro – Colunista do UOL
13/11/2023
Invasores do território Yanomami, em Roraima, fizeram um vídeo durante um sobrevoo ilegal a uma região habitada por indígenas Moxihatëtëa, que são isolados.
A publicação no TikTok teve como título “índios canibais em Roraima”. O vídeo, publicado pela manhã, não estava mais no ar na noite desta segunda-feira.
Nas imagens, ao menos dois homens falam sobre os indígenas, que estariam lançando flechas contra a aeronave. Um deles diz: “bando de viado (…) olha lá os canibal [sic] para quem nunca viu”.
A Urihi Associação Yanomami cobrou proteção ao povo em ofício enviado hoje à Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), aos ministérios dos Direitos Humanos e dos Povos Indígenas, à Polícia Federal, ao MPF (Ministério Público Federal) e ao Exército.
Segundo Junior Yanomami, presidente da Urihi, o povo Moxihatëtëa não mantém contato com não indígenas, nem sequer com outros indígenas yanomamis.
Um eventual contato deles com não indígenas poderia resultar em uma tragédia.
O garimpo na Terra Yanomami ganha contornos ainda mais sensíveis, tendo em vista o risco de dizimação ou genocídio do grupo isolado, sendo imprescindível que as agências federais, conjuntamente com a atuação de coordenação, articulação e cooperação da União Federal, mobilize forças de comando e controle de diferentes ministérios para apoio ao exercício de poder de polícia ambiental e socioambiental requerido.
Trecho do ofício da Urihi
Associação Yanomami
No documento, eles reconhecem que o governo Lula deu inicio à operação, mas cobram mais ações para retirada dos invasores da Terra Indígena (TI) Yanomami.
Ocorre que, não obstante o êxito da operação em impedir a expansão das atividades de mineração, conforme demonstra a redução de alertas, a morosidade da expulsão de garimpeiros nas regiões mais isoladas do território tem sujeitado suas comunidades à violência de criminosos, inclusive, com indígenas isolados, como o grupo Moxihatëtëa.
Urihi Associação Yanomami.
A lei brasileira protege de forma especial os indígenas que nunca tiveram contato ou recente contato com não indígenas. Segundo a Funai, existem ao menos 114 grupos isolados no Brasil, a grande maioria na Amazônia.