Maravilhosa oportunidade que temos de reconhecer que a história de nossos povos originários pode ser conhecida por outros meios que não sejam as grandes estruturas que outras tradições legaram. Podemos ampliar nossa humanidade saindo dos indícios mais explícitos e fáceis como pirâmides e monumentos pétreos.
O reconhecimento da nossa maior riqueza do Brasil se assenta no entendimento da diversidade humana e étnica que ainda temos. Felicidade por estarmos num tempo de acolher e nos integrarmos à sabedoria e humanidade dos povos originários.
Parece mentira quem realmente defende o Brasil não são os chamados 'brasileiros'. Ou seja, os que sempre 'fazem o pau brasil', mas sim os povos originários que vêm sendo atacados desde a chegada dos ibéricos nas Américas. Hoje os invasores são eurodescendentes, narcisistas, autofágicos e supremacistas brancos,
Infelizmente o supremacismo branco agiu, de maneira explícita e cruel até o final do século XIX principalmente com os povos das Américas e da África. O mais trágico é que hoje a Europa se retrata por isso, mas essas doutrina e ideologia hoje contaminam os eurodescendentes que vivem principalmente nas Américas praticando os mesmos genocídios com os povos originários e afrodescendentes, além de devastarem todos os ecossistemas que invadem. Incrível, mas é a triste realidade.
Incrível! Fica-se em dúvida se isso aí chega às raias da ingenuidade ou do cinismo. Que tal pedir-se fundamentos científicos e antropológicos para se 'saber' que ROMA É DOS ROMANOS! Será que se duvidaria que PARIS É DOS PARISIENSES? Mas dos povos originários das Américas, sempre se precisa 'dados científicos/antropológicos' para se saber que sempre estiveram aqui antes dos Supremacistas Brancos. Por que será?
Há um consenso de que só teremos alternativa às extinções em massa que a ideologia ocidental do supremacismo branco eurocêntrico gera, se começarmos a integrar em nossa civilização global, todos os princípios éticos de convivência com o Planeta, vividos por todos os povos originários da Terra. Ou aqueles que como eles, reconhecem o sagrado de todos os seres e todos os ambientes planetários.
Parece ironia, mas são os povos originários que terão condições de honrar e prestigiar a integridade de todos os ambientes como a Vida foi nos legando. As transformações sempre são evolutivas e crescentes e nunca degradantes e exterminadoras como o agronegócio='agronecrócio' vem fazendo com todo o território nacional. Onde ele toca, extermina.
Cada vez fica mais claro o quanto os povos originários tem condições e competência para refundar um país mais harmônico, mais integrado e como uma visão de mundo que dará outra dimensão vital e humana que se contrapõe ao famigerado capitalismo em todas as suas facetas doentias, de origem eurocêntrico. Já perdemos, como humanidade, mais de 500 anos!
Mais uma contribuição para ampliarmos nossa humanidade ao podermos reconhecer e acolher, como um grande legado da história dos povos originários do Brasil, essas percepções das subjetividades amazônicas.
Importante pesquisa sobre a correlação de uma visão de mundo que moveu os participantes da ditadura militar de 64, mas que muitos dos brasileiros só foram 'ver' verdadeiramente essa visão através da tosca gestão onde se imiscuíram os novos militares do século XXI. Ou seja, quase 60 anos depois, a ideologia da maioria dos integrantes das Forças, permanece a mesma.
Anversos da crença
Não vislumbro um futuro humano plástico, mas muito plástico no futuro desumano. E não falo de monturos, falo de montanhas de plástico impuro. Falo de futuro suástico, inseguro, iconoclástico. Plásticos grandes e pequenos, moles e duros, que se amontoam. Nanoplástico que se respira, que se bebe e se come, se adoece, se morre e se consome. Presente fantástico de futuro hiperplástico, plástico para sempre, para sempre espúrio, infértil e inseguro. Acuro todos os sentidos e arrepio em presságios. Agouros de agora, tempos adentro, mundo afora. Improvável um futuro fúlguro! Provavelmente escuro e obscuro. Assim, esconjuro e abjuro!
João Marino
