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Achamos que não é conosco.

Algumas bocas sinceras dizem que um dos motivos pelos quais Estados Unidos não ratificou o Protocolo de Quioto (que prescreve metas de redução de gases que prejudicam o meio ambiente) é o receio de entravar alguns setores de sua economia. Talvez se refiram às indústrias estadunidenses que poluem o ar, a água e o solo. Por analogia, é possível deduzir que o Brasil só não acaba com o desmatamento de uma vez por causa da expansão descontrolada da agricultura e da pecuária no interior.

“É justo não pagar uma dívida ilegítima e imoral?’, pergunta Nobel da Paz.

“Mais que uma dívida externa, já é uma dívida eterna, matematicamente impagável, por mais que se tenta com um alto custo em vidas humanas e sacrificando o desenvolvimento do país. Nunca pode ser justo que se privilegie o capital financeiro em detrimento da vida dos povos”, escreve Adolfo Pérez Esquivel, em carta dirigida ao juiz Thomas Griesa. A carta do Prêmio Nobel da Paz argentino está publicada no sítio América Latina en Movimiento – ALAI, 27-06-2014. A tradução é de André Langer.

A desigualdade está na moda.

As muito contemporâneas novelas medievais do galês Ken Follett transportam a um tempo em que os ricos tinham tudo e os pobres não tinham nem a si mesmos. Essas histórias ambientadas nos séculos 12, 13 e 14 reconfortam de certo modo o leitor contemporâneo, rodeado de comodidades, liberdades e garantias. A marca daquela época era a pobreza. Com diz o próprio Follett, “o príncipe mais rico vivia pior do que, digamos, um recluso em uma prisão moderna”.

O capitalismo selvagem está de volta e não irá se domesticar.

"O que aconteceu na Europa ocidental e na América do Norte entre aproximadamente 1917 e 1975 – quando o capitalismo criou, de fato, um crescimento alto e uma desigualdade menor – foi algo como uma anomalia histórica. Há uma percepção crescente entre os historiadores da economia de que este foi, de fato, o caso", escreve David Graeber, antropólogo, em artigo publicado pelo jornal The Guardian, 30-05- 2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O porquê das desigualdades: uma crítica do livro de Thomas Piketty.

"O problema do livro é que parece não perceber que não é possível entender o mundo do capital sem entender o mundo do trabalho, nem tampouco como os dois se relacionam entre si. Aí está o ponto fraco do livro", afirma Vicenç Navarro, catedrático de Ciência Política e Políticas Públicas na Universidade Pompeu Fabra, e Professor de Public Policy na The Johns Hopkins University, em artigo publicado por Carta Maior, 17-05-2014.