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“A concentração dos recursos destrói a natureza e coloca vidas humanas em risco”, afirma Vandana Shiva.

Para a filósofa, física e ‘ecofeminista’ indiana Vandana Shiva, a concentração de riqueza do 1% da população não é apenas injusta. “É a receita para um genocídio e um ‘ecocídio’ mundial”, disse a ativista antiglobalização em sua visita à Espanha, neste mês de março, por ocasião da primeira edição do Parabere Fórum, em Bilbao. A filósofa voltou a disparar contra os dois inimigos sobre os quais articulou sua luta: o controle dos recursos naturais, por meio de patentes conferidas para grandes multinacionais, e os organismos geneticamente modificados (OGM) destas corporações.

Lista global das dez maiores áreas de desmatamento inclui Amazônia e Cerrado.

Um relatório que vai ser publicado este mês pela organização não governamental WWF coloca duas regiões brasileiras no mapa das dez maiores frentes de desmatamento no mundo. A versão preliminar do documento, à qual o Valor teve acesso, aponta que a Amazônia e o Cerrado poderão perder 59 milhões de hectares de mata até 2030, caso não sejam reforçadas as políticas de controle do desmatamento. O volume representa 40% de todas as áreas verdes que poderão desaparecer do planeta nos próximos 15 anos.

A grama da Amazônia e a poeira do deserto.

Passar os olhos pelos jornais é exercício rico e nem sempre ameno. Ao mesmo tempo que nos dá o privilégio de saber o que acontece em toda parte – notícias surpreendentes e alentadoras -, essa cobertura ampla traz implícito o risco de preocupações, aflições, sofrimentos até. A semana passada não foi diferente.

Desmatamento da Amazônia nos países andinos é alarmante, mostra WWF.

Nos últimos dez anos, o Brasil tem se esforçado para evitar o desmatamento na Amazônia, por meio de políticas públicas, mecanismos e sistemas de proteção da floresta tropical, mas permanecem alarmantes o desmatamento e a degradação florestal em países vizinhos que compartilham o bioma, como Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, diz relatório da organização não governamental WWF Brasil.

Adaptação às mudanças climáticas pode ser feita com base no equilíbrio dos ecossistemas

De um lado tempestades nos centros urbanos, de outro secas prolongadas nas regiões dos reservatórios de água. Alguns dos principais efeitos das mudanças climáticas estão sendo cada vez mais sentidos pelas populações do mundo inteiro, inclusive no Brasil, da mesma forma que esses eventos extremos do clima têm causado enormes estragos e perdas. E preparar a sociedade para esses efeitos exige grandes investimentos.

Os alertas aumentam e o desmatamento não para.

O balanço de alertas de desmatamento (corte raso da floresta) e degradação florestal do período de novembro de 2014 à janeiro de 2015 na Amazônia, divulgado na segunda-feira (dia 2) pelo Inpe traz mais más notícias aos brasileiros. Os dados – do Deter, Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real do Inpe – mostram que o mês de janeiro de 2015, em especial, apresentou alertas de desmatamento e degradação florestal em uma área de 129,36 km², um número que sozinho é quase igual à soma dos dados dos meses de janeiro dos últimos cinco anos: 147,64 km².

GLOBALIZAÇÃO-Florestas em perigo na África.

Imagens de satélite obtidas em uma investigação do Greenpeace África (em inglês) mostraram que mais de 3 mil hectares de floresta tropical já foram destruídos nas bordas de uma importante reserva natural africana, a Reserva de Fauna Dja, que é patrimônio mundial da Unesco e lar de grandes primatas. A área destruída faz parte de uma concessão da empresa chinesa Havea Sud, que produz óleo de palma no sul do Camarões.

GLOBALIZAÇÃO-Moçambique: a nova fronteira agrícola controlada por empresas de fachada. Entrevista especial com Devlin Kuyek.

A compra de terras em Moçambique, no continente africano, por empresas estrangeiras, é uma tentativa de “transformar a área numa nova fronteira para a produção barata de exportação, seguindo o modelo do Cerrado brasileiro”, informa Devlin Kuyek à IHU On-Line. Ele explica que o governo africano, com apoio dos governos japonês, americano, brasileiro e do Banco Mundial, “está desenvolvendo uma infraestrutura na região, ligando importantes e novas minas de carvão no leste (desenvolvidas pela Vale) com o porto de águas profundas de Nacala”.

Desmatamento aumenta 169% na Amazônia Legal.

Em janeiro de 2015, foram desmatados 288 km² na Amazônia Legal – aumento de 169% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando a devastação se estendeu por 107 km². O monitoramento, não oficial, foi realizado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém, no Pará.