Biodiversidade? A Natureza está mais periclitante agora como nunca esteve antes na história da humanidade.

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https://www.huffpostbrasil.com/entry/biodiversity-report-ipbes-nature-crisis_n_5ccee4e1e4b0e4d757341215

https://www.bbc.com/news/science-environment-48169783

https://www.theguardian.com/environment/2019/may/03/climate-crisis-is-about-to-put-humanity-at-risk-un-scientists-warn

https://www.huffingtonpost.ca/2019/05/06/un-biodiversity-report_a_23722118/

Por Natasha Romanzoti, em 6.05.2019

De acordo com o maior inventário da já feito, um milhão de espécies animais e vegetais estão agora ameaçadas de extinção por causa dos seres humanos.

Ecossistemas e populações selvagens estão diminuindo a uma velocidade nunca antes vista no mundo todo, e a ganância humana é o principal impulsionador dessa destruição.

Obviamente, é um tiro no próprio pé que pode levar à destruição da própria civilização.

E, de acordo com a compreensiva avaliação global feita pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), um painel de especialistas da , essas tendências extremamente prejudiciais só podem ser interrompidas com uma “mudança transformadora” em TODOS os aspectos de como os seres humanos interagem com a natureza.

O relatório

O estudo levou três anos e foi compilado por quase 500 cientistas. Suas 1.800 páginas analisam cerca de 15.000 estudos acadêmicos que se debruçaram sobre tudo, de plâncton e peixes a abelhas, corais, , sapos e insetos, além de aproveitar o conhecimento indígena.

O relatório será publicado na íntegra até o final deste ano. Por enquanto, apenas um breve resumo de 40 páginas sobre suas conclusões foi divulgado.

(Nota do site: pode-se acompanhar a repercussão deste tema nos links da mídia estrangeira acima incorporados com o link autor desta matéria).

“A teia essencial e interconectada da vida na Terra está ficando menor e cada vez mais desgastada. Essa perda é um resultado direto da atividade humana e constitui uma ameaça direta ao bem-estar humano em todas as regiões do mundo”, disse o professor Josef Settele, ecologista e um dos autores do relatório.

Essa avaliação global do IPBES foi acordada por 132 países, o que significa que pode servir de base para a reunião sobre o em 2020 na China, onde as nações decidirão ações e novas metas a serem adotadas. Infelizmente, quase nenhuma das 20 metas previamente estabelecidas para 2020 será alcançada, de acordo com um resumo preliminar do relatório obtido pela agência AFP.

O que a avaliação global descobriu?

Entre algumas das descobertas e conclusões do relatório, estão:

  • As áreas urbanas mais do que dobraram de tamanho desde 1992 e 100 milhões de hectares de floresta tropical foram perdidos de 1980 a 2000, principalmente devido à na América do Sul e plantações de óleo de palma no sudeste da Ásia;
  • Cerca de 25% das espécies de animais e plantas estão ameaçadas, e cerca de 1 milhão de espécies já estão em processo de extinção, muitas delas em décadas, se nenhuma ação for tomada;
  • A taxa atual de extinção de espécies é pelo menos dezenas a centenas de vezes maior do que a média dos últimos 10 milhões de anos;
  • Quase metade da cobertura de corais vivos nos recifes foi perdida desde a década de 1870, com perdas nas últimas décadas acelerando devido à mudança climática;
  • Dois terços dos estão sob estresse e mais de 85% da área de zonas úmidas foi perdida;
  • A frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos aumentaram nos últimos 50 anos, enquanto a média global do nível do mar aumentou entre 15 e 20 centímetros desde 1900;
  • A mudança climática se tornará cada vez mais importante como um impulsionador direto de mudanças na natureza;
  • Os solos estão sendo degradados como nunca antes. Isso reduziu a produtividade de 23% da superfície terrestre do planeta;
  • A plástica aumentou dez vezes desde 1980;
  • Todos os anos despejamos de 300 a 400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lodo tóxico e outros resíduos nas águas do mundo;
  • Existem cerca de 2.500 conflitos sobre combustíveis fósseis, água, alimentos e terras atualmente ocorrendo em todo o mundo.

Sem precedentes

A escala e a velocidade rápida do declínio da natureza são sem precedentes na história da humanidade e devem continuar por pelo menos 50 anos.

Nós, bem como a vida selvagem e as gerações futuras, estamos todos em risco, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para reverter a perda de plantas, insetos e outras criaturas das quais a humanidade depende para alimentos, polinização, água limpa e um clima estável.

Para isso, governos, empresas e indivíduos precisam trabalhar juntos e com urgência. O objetivo dos cientistas é persuadir um público maior para além das habituais ONGs e departamentos governamentais.

“Precisamos apelar não apenas aos ministros do meio ambiente, mas também aos responsáveis ​​pela , transporte e , porque eles são os responsáveis ​​pelos impulsionadores da perda da biodiversidade”, disse Robert Watson, presidente da IPBES. “Há um reconhecimento agora que a biodiversidade é uma questão ambiental, mas também é sobre e desenvolvimento. Temos que reformar o sistema econômico”, esclarece.

A sociedade de consumo vai acabar matando tudo que é vivo

Enquanto a proteção de espécies e áreas individuais é importante, observar os impulsionadores sistêmicos da mudança, incluindo o consumo e o comércio, é igualmente essencial. Isso exigirá um esforço mundial conjunto para mudar a maneira como vivemos.

Entre os fatores indiretos mais polêmicos que influenciam na perda da biodiversidade estão o aumento da população mundial, que dobrou desde 1970 (de 3,7 bilhões para 7,6 bilhões de pessoas), o aumento de dez vezes no comércio global nas últimas cinco décadas, a quantidade de bens que as pessoas compram nos países ricos e a busca incessante do crescimento econômico, que gera subsídios prejudiciais e o crescimento acentuado de novas tecnologias que demandam muitos recursos naturais.

Um dos principais autores do novo relatório, o professor da Universidade de British Columbia (Canadá) Kai Chan, defende que o sistema atual de proteção ambiental não funciona bem o suficiente e que os governos precisam rever a ideia de deixar o mercado se regular – precisamos na verdade controlar esse mercado que pode acabar nos destruindo.

“Também devemos nos concentrar nas cadeias de suprimentos. Atualmente, a natureza é prejudicada toda vez que compramos algo através das matérias-primas utilizadas ou da maneira como os bens são produzidos”, argumentou. [TheGuardianBBCHuffPost]

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