Cerca de 3 mil pessoas participaram da passeata e ato político em Brasília – Adenauer Cunha
Adenauer Cunha
10 de Agosto de 2022
Manifestantes fizeram passeata no Eixo Monumental e realizaram ato político em frente ao Congresso Nacional.
Membros de comunidades quilombolas de 22 estados e do Distrito Federal participaram nesta quarta-feira (10) de um ato político-cultural em Brasília (DF) pelos direitos e causas quilombolas que tramitam no Congresso Nacional, ou que carecem de atenção por parte dos parlamentares. O movimento, batizado de Aquilombar, foi realizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
Durante a tarde, mais de 3,5 mil quilombolas participaram de uma caminhada pelo Eixo Monumental de Brasília, até o Congresso onde foi realizado um ato político.
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“Estamos reivindicando políticas públicas para nossa gente e ao mesmo tempo protestando contra as violações de direitos e o desmonte da política pública quilombola. Queremos a atenção dos governos”, disse Arilson Ventura, um dos coordenadores da Conaq.
Ato político
Em frente ao Congresso, os manifestantes entoaram canções tradicionais das comunidades e bradaram palavras de ordem na esperança de serem percebidos e atendidos pelos políticos acomodados em seus gabinetes.
Apenas os parlamentares petistas Milton Tatto e Vicentinho subiram ao trio elétrico para apoiar o movimento.
O gramado em frente ao Congresso foi tomado de manifestantes de toda parte do Brasil. Eles carregavam bandeiras representando suas comunidades.
“Nossa comunidade sofre das mesmas carências que a maioria. Temos um grave problema de infraestrutura. Vivemos isolados e não temos saneamento básico”. Este é o relato de representantes do quilombo Mundo Novo, localizado no município de Buíque (PE), a cerca de 300 km de Recife.
Programação
Além da passeata com ato político, os manifestantes também realizaram uma plenária geral com quilombolas de todo o país e participaram de uma audiência pública no Congresso para debater temas como, educação, regularização fundiária, previdência social e trabalho, racismo, saúde e censo quilombola.
“O racismo estrutural tem sido muito grande e dificultado o avanço das comunidades. Então, nossa ação hoje é protestar contra tudo isso”, reforçou Arilson.
A programação se encerra a noite com a exibição do filme “Do quilombo à favela – alimento para resistência negra”.
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino