As Três Fontes de Contaminação Tóxica:Tráfego, Produtos de Cuidado Pessoal e Plásticos.

Personal Care Products

Resumo da história.

  • Três pesquisas recentes confirmaram que a poluição do trágefo aumenta o risco de doenças do coração, aterosclerose e ataque do coração;
  • As substâncias químicas presentes nos produtos de cuidado pessoal como desodorantes, loções e condicionadores, estão sendo detectadas em níveis “alarmantes”, na atmosfera em Chicago. As substâncias em questão, siloxanos cíclicos, são conhecidos como tóxicos para a vida aquática;
  • Análise recente detectou nove metais tóxicos em 32 batons e lip glosses (nt.: ou a expressão gloss em português) testados, incluindo: chumbo, cadmio, cromo e alumínio. De acordo com os pesquisadores, alguns metais foram detectados em níveis suficiente altos para “aumentar as preocupações potenciais sobre a saúde” e apesar de nenhuma marca ser identificada, advertiram o público de que “a ameaça destes resultados são aplicáveis a todos os batons”;
  • Grupos ligados à saúde e ao ambiente estão lançando uma campanha nacional destinada a 10 grandes varejistas, instando-os a interromper a venda de produtos que contenham substâncias potencialmente tóxicos e a desenvolverem um plano para eliminarem o uso destes produtos químicos listados, nos próximos 12 meses (nt.: maio de 2014);
  • Um norte-americano típico entra em contato regular com 6 mil substâncias químicas e um número incontável de substâncias tóxicas com menos frequência. Muitas delas nunca foram efetivamente testadas quanto à sua segurança. Para protegermos nossa saúde, é importante tomarmos algumas atitudes em direção ao decréscimo de nossa exposição química.

 

http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2013/05/15/toxic-chemical-exposure.aspx?e_cid=20130515IRG_DNL_art_1&utm_source=dnl&utm_medium=email&utm_content=art1&utm_campaign=20130515IRGpolui

 

By Dr. Mercola

Poluição atmosférica e química detectada em bens residenciais e de cuidado pessoal são as maiores fontes de exposição que podem levar a uma acumulação de tóxicos em nossos corpos.

Artigos recentes da imprensa têm destacado numerosas fontes de tais fontes de exposição tóxica como também novas pesquisas conectam a poluição do tráfego ao aumento dos riscos de doenças do coração.

A melhor sugestão que posso dar a quem vive em áreas pesadamente poluídas, é mudar-se, mas reconheço que esta não é uma opção muito prática.

Para a maioria das pessoas, é melhor focar a atenção no ambiente de vida mais próximo que se tem mais, se não total, controle sobre ele. Afinal, o que se colocou sobre, dentro e mantemos em torno do nosso corpo diariamente, vai ter um maior impacto sobre nossa saúde.

A Poluição do Trágefo Aumenta o Risco de Doença do Coração e de Ataque Cardíaco.

De acordo com um estudo alemão apresentado no congresso da EuroPRevent 2013, em Roma, a exposição, por longo prazo, ao fino particulado da poluição aérea está associada com aterosclerose ou engrossamento das artérias.1 Conforme o artigo mencionado:2

“O estudo foi baseado em dados do estudo alemão Heinz Nixdorf Recall Study (nt.: http://www.uk-essen.de/recall-studie/?L=1), um tipo coorte baseado na população… com uma média etária de 60 anos…

Os resultados mostraram que em 4.238 pessoas incluídas neste estudo, pequenas partículas do material particulado e a proximidade de grandes rodovias, ambas situações foram associadas a um aumento no nível de calcificação da aorta – para cada aumento do particulado acima de 2,4 micrômetros, o grau de calcificação aumentou em 20,7% e para cada 100 metros de proximidade do tráfego pesado, em 10%”.

Pesquisa anterior também identificou o ruído do tráfego como um fator de risco e este último estudo confirma que ambos, o particulado e a poluição sonora, são independentemente associados com uma aterosclerose subclínica.

De acordo com o Dr. Hagen Kälsch, que apresentou a pesquisa:

“Estes dois tipos maiores de emissões do tráfego ajudam a explicar as associações observadas entre viver perto de alto tráfego e a aterosclerose subclínica … O tamanho considerável das associações ressalta a importância da exposição em longo prazo tanto à poluição aérea como ao barulho do tráfego rodoviário como fatores de risco para aterosclerose”.

Curiosamente, ambos, ruído e material particulado, acredita-se que aumentam o risco cardiovascular através de vias biológicas similares, especialmente causando um desequilíbrio no sistema nervoso autônomo (nt.: em inglês – autonomic nervous system/ANS). Este sistema está intrincadamente envolvido com funções biológicas como a pressão arterial, os níveis de açúcar no sangue, coagulação e viscosidade.

Outro estudo feito por uma equipe de pesquisa francesa detectou que os principais poluentes do tráfego, com exceção do ozônio, estão fortemente associados com o aumento do risco de ataque cardíaco. Estes poluentes incluem:

  • Monóxido de carbono (CO)
  • Dióxido de nitrogênio (NO2)
  • Dióxido de enxofre (SO2)
  • Material particulado.

Reduzir a Poluição Aérea Pode Aliviar a Aterosclerose.

Um terceiro estudo, este feito por pesquisadores norte-americanos, publicaram no periódico PLoS Medicine,3 envolvendo quase 5.400 participantes, entre 45 e 84 anos, em seis cidades dos EUA. Nenhum deles tinha doença cardíaca. Os níveis de poluição aérea foram medidos nos lares de cada um deles e então comparados com as medições de ultrassom feitas em seus vasos sanguíneos. Mais tarde, ambos níveis foram então verificados pelos menos três vezes ao ano.

Em média, a espessura da artéria carótida aumentou em 0,014 milímetros por ano depois que outros fatores de risco como fumar foram contabilizados. Aqueles que tinham altos níveis de exposição a finos particulados da poluição do ar demonstraram engrossamento das duas camadas internas da artéria carótida (que suplementa sangue para a cabeça) mais rapidamente do que aqueles expostos a menores níveis de poluição. De acordo com os autores:

“Conectando estas descobertas com outros resultados da mesma população, sugerem que pessoas vivendo na mesma área poluída da cidade têm riscos de ataque do coração 2% maiores quando comparados com aqueles que vivem em áreas menos poluídas da mesma região metropolitana”.

As bos novas é que a redução de exposição, a particulados finos da poluição aérea, pode auxiliar no menor engrossamento da artéria carótida. Um comentário que acompanha este material do  PLoS4, exorta aos tomadores de decisões que despertem e exijam a aplicação dos padrões científicos do ar limpo no sentido de levar à redução dos custos de saúde pública:

“É sabido, desde o século passado, que ambiente com ar poluído pode desencadear morbidades cardíacas e uma avaliação comparativa de risco de disparadores estabelecidos de infartos do miocárdio, concluiu que uma fração bastante substancial desses eventos agudos e fatais pode ser atribuída aos níveis atuais de poluição do ar. No entanto, é importante entender as causas da aterosclerose, dado que sua prevenção ou desaceleração poderia atrasar e reduzir drasticamente a carga de doenças cardiovasculares… 

Em suma, o MESA (nt.:Multi-Ethic Study of Artherosclerosis – Estudo Multiétnico de Aterosclerose) além disso promove uma velha requisição especialmente aos tomadores de decisões, que os padrões do ar limpo devem ser cumpridos pelo menos com os níveis científicos propostos pela OMS/Organização Mundial da Saúde. E nós sabemos que isso funciona: melhor qualidade do ar, melhora a saúde – em coelhos, ratos e, igualmente, em homens e mulheres”.

Químicos de Produtos de Cuidado Pessoal Dominam na Atmosfera de Chicago.

Em notícia relacionada, o periódico Scientific American5, recentemente, publicou de que químicos detectados em produtos de cuidado pessoal como desodorantes, loções e condicionadores, estão sendo detectados em níveis “alarmantes”, nos ares de Chicago. Os químicos em questão, os  siloxanos cíclico (nt.: ou silicone cíclico), são conhecidos como sendo tóxicos para a vida aquática. De acordo com Keri Hornbuckle, professor de engenharia na Universidade de Iowa, estes compostos no ar são dominantes em torno de nós. Ele e sua equipe avaliaram amostras de ar do centro da cidade de Chicago, Illinois/IL (cidade onde resido) e em duas localidades em Iowa.6 Conforme a Scientific American:

“As concentrações foram 10 vezes maiores na atmosfera em Chicago do que em West Branch, Iowa, e quatro vezes mais altas do que em Cedar Rapids, também no Iowa. Mas se havia algum risco ao se respirar estes químicos, não se sabe. Não há estudos para se medir as exposições das pessoas ou investigar riscos potenciais à saúde. No ar de Chicago, o composto mais prevalente, conhecido com D5 (nt.: a sigla do ciclopentasiloxano), estava em níveis três vezes maiores do que o policlorado bifenilo (PCBs) normalmente aí presente. Os PCBs são químicos persistentes banidos nos anos 70 (nt.: no Brasil são conhecidos pelo nome de Ascarel e foi o óleo que contaminou no final do ano de 2012, o sul da Ilha de Santa Catarina). O D5 (nt.: da família dos siloxanos cíclicos) é o mais comumente utilizado em sabonetes, loções, xampus e condicionadores”.

Outro químico (nt.: também dos siloxanos) conhecido como D4, é comumente empregado em graxas, detergentes, selantes, adesivos e plásticos. De acordo com a Environmental Protection Agency (EPA), o D4 é tóxico para a vida selvagem e para certas espécies, incluindo a truta arco-íris, sendo tóxico nos níveis detectáveis em nosso ambiente. Em estudo com animais, o composto vem demonstrando causar tumores e problemas reprodutivos. Como outros químicos, ele age como um estrogênio fraco. O D5, por outro lado, vem mostrando causar problemas nos sistemas nervoso e imunológico além do fígado em animais. Apesar disso, nenhum país do mundo atualmente regulamenta qualquer um destes químicos.

Novo Relatório Mostra que os Batons e os ‘Gloss‘ Contêm Metais Tóxicos.

Um recente estudo publicado online no site do periódico Environmental Health Perspectives confirma descobertas anteriores que conecta batons (lipstick) à exposição a metais pesados.7 Cientistas da Califórnia detectaram nove metais tóxicos em 32 batons e ‘gloss‘ testados, incluindo:

  • Chumbo;
  • Cádmio;
  • Cromo;  e
  • Alumínio.

Conforme os pesquisadores, alguns metais foram detectados em níveis muito elevados, o suficiente para “provocar preocupações potenciais quanto à saúde”. Embora nenhuma marca comercial tenha sido identificada, eles advertiram ao público para “tratar estes resultado como aplicável a todos os batons”. Conforme suas descobertas, uma mulher que frequentemente usa batons ou gloss pode ingerir tanto quanto 87 miligramas do produto a cada dia. Uma “usuária média” pode ingerir em torno de 24 miligramas por dia. Numa média geral, 10 de 32 produtos testados podem exceder, em cada um deles, o nível “seguro” de cromo que vem sendo conectado a certos tumores. Alto uso pode resultar em ‘overdose‘ de alumínio, cádmio e manganês.

Dez Varejistas Motivados a Descontinuar o Uso de Produtos Potencialmente Tóxicos.

Para combater a exposição a químicos tóxicos, os grupos ambientalistas e de cuidado com a saúde estão lançando uma campanha nacional focando os 10 maiores varejistas motivando-os a pararem a venda de produtos contendo materiais potencialmente tóxicos e desenvolverem um plano para abandonarem o uso destes químicos listados dentro dos próximos 12 meses (nt.: maio de 2014).8

Aproximadamente 12 grupos assinam esta campanha, incluindo o Breast Cancer Fund (nt.: Fundo do Câncer de Mama) e a Union of Concerned Scientists (nt.: União de Cientistas Conectados). Os varejistas selecionados são Kroger, Walgreens, Home Depot, CVS Caremark, Lowe’s, Best Buy e Safeway. Mais de 100 químicos estão apontados na lista da campanha de banimento e estes químicos podem ser detectados em centenas, senão milhares de produtos, incluindo:

  • Pisos de PVC ou vinil;
  • Tecidos livres de vinco;
  • Produtos de cuidado pessoal;
  • Móveis e tecidos resistentes a manchas;   e
  • Embalagens de alimentos.

Químicos Comuns a Evitar.

Alguns dos químicos prejudiciais mais conhecidos que a maioria da população está exposta no dia a dia, são:

    • BPA e BPS: Bisfenol A (Bisphenol-A/BPA) podem ser detectados em ampla variedade de produtos plásticos, tais como garrafões d’água, pratos de micro-ondas, resinas e selantes odontológicos, alimentos e bebidas enlatadas e brinquedos infantis. É um potente disruptor endócrino que pode também interferir com os hormônios da tiroide. Dano cerebral, decréscimo da inteligência, deficit de atenção e desordem de atividade além de autismo foram também detectados como sendo efeitos colaterais potenciais.

A Califórnia recentemente agregou o BPA à sua lista de “químicos perigosos”,9 o que significa que qualquer produto que utilize este químico será, provavelmente, exigida uma advertência no rótulo sobre sua presença.

O Bisfenol S (nt.: em inglês – Bisphenol-S/BPS) mostrou ter atividade hormonal comparável ao estradiol, o estrogênio humano mais potente.10 Ele também é capaz de incrementar a sinalização mediada pelo estradiol celular, tornando-se um disruptor endócrino extremamente potente. Além disso, pesquisas recentes têm mostrado que o BPS pode induzir a apoptose (morte celular) e interferir com a secreção celular de prolactina (PRL) — um hormônio que regula centenas de funções biológicas, incluindo o metabolismo, a reprodução e a lactação.

    • Ftalatos: Outro químico usado na fabricação de plásticos. É ele que faz com que plásticos, como o polivinil cloreto (PVC), tornem-se mais flexíveis e resilientes. Eles são também um dos disruptores endócrinos mais dominantes que já foi descoberto. Estes químicos vêm se tornando incrivelmente associado a mudanças no desenvolvimento do cérebro masculino como também com defeitos genitais (genital defects), anormalidades metabólicas e redução da testosterona em bebês e adultos.
    • PFOA: Utensílios de cozinha com película antiaderente são a fonte primária dos perigosos químicos perfluorados (perfluorinated chemicals/PFOAs) que vêm sendo conectados ao câncer, defeitos de nascimento e doenças da tiroide. Recomendo fortemente que todos eliminem seus utensílios culinários com película antiaderente jogando-os fora e trocando por panelas de cerâmica ou de vidro. Minha escola pessoal é por cerâmica em razão de serem mais duráveis e fáceis de serem limpos, não havendo praticamente riscos de exposição a químicos prejudiciais.
    • Formaldeído: Este químico (Formaldehyde), mais conhecido como fluído de embalsamento, serve a numerosos propósitos em produtos manufaturados. É na verdade frequentemente usado em tecidos para lhes dar uma variedade de “propriedades de fácil cuidado”, sendo também um componente comum de produtos de madeira prensada (nt.: madeira tipo compensada). O formaldeído (nt.: para se saber a diferença entre formol e formaldeído ver o link – http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=795 – ou seja, cuidado com o produto comercial Lysoform!) tem demonstrado causar câncer em animais e pode causar câncer em humanos. Outros efeitos adversos sobre a saúde inclui fadiga, erupções cutâneas e reações alérgicas. Escolhendo somente materiais naturais para roupas e mobiliário podemos nos auxiliar no corte de exposição a este químico.
    • PBDEs: Estes químicos usados como retardadores de chamas estão sendo conectados a alterarem os níveis da tiroide, decrescendo a fertilidade e a numerosos problemas com o desenvolvimento quando a exposição ocorre no útero. Os PBDEs são comumente encontradas em itens domésticos como estofados, televisores e computadores pessoais. Felizmente, muitos estados dos EUA baniram agora o uso dos PBDEs, assim há algum progresso em direção à redução da exposição.

Outro fonte comum de PBDEs são os colchões (nt.: de adultos à criança)e já que um terço de nossas vidas é passado na cama, tornando-se uma significativa preocupação quanto à saúde. Dos fabricantes de colchões não estão sendo exigido rotular ou descrever que químicos seus colchões contêm. Assim, o melhor é procurar por colchões 100% lã, livre de tóxicos. Outra opção viável é procurar colchões que usam a fibra sintética chamada Kevlar, material usado para proteção de tiros em lugar de químicos à prova de fogo (nt.: ressalte-se que estes produtos são necessários porque tudo num colchão é sintético e originário do petróleo ou de origens inflamáveis como o etanol, vai do tecido ao conteúdo da espuma).

Limitar a Exposição Química é Importante para Otimização da Saúde.

Enquanto se faz a mudança para remover e reduzir as substâncias químicas em casa, lembrar-se que uma das maneiras de redução significativa da carga tóxica é prestar atenção ao que se come. Alimento integral de origem biológica, biodinâmica, juntamente com alimentos fermentados, são realmente a chave para o sucesso e, como um bônus adicional, quando se come direito, está-se também otimizando o sistema de desintoxicação natural do corpo, o que pode ajudar a eliminar as toxinas de que o corpo encontra de outras fontes.

Poluição ambiental é um problema enorme, mas para a maioria não há muitas alternativas imediatas para solucioná-la. O melhor tempo gasto é focando em nosso ambiente: a casa e todos os produtos que usamos ou entramos em contato diariamente. Fazendo-se uma limpeza nestas situações podemos ter um longo caminho para redução da carga tóxica e, daí, diminuímos o risco de problemas de saúde induzidos por esta química.

 

Fontes e Referências