Alimentos crus.

Tenho 85 anos. Exerço a medicina há 20 anos em Arosa, Suíça. Meu pai era médico rural e conheci os limites da medicina convencional convivendo com doenças crônicas já na minha juventude. De constituição bastante frágil, procurava ampliar as possibilidades da medicina convencional com métodos alternativos. Hoje, considero alimentação e jejum os mais importantes.

 

 

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Alimentos crus

O famoso médico suíço, Dr. Max Bircher-Benner (1867-1993), ouviu falar dos incríveis efeitos da alimentação crua. Experimentou e ficou perplexo com o resultado. Naquela época, todas as crianças com doença abdominal morriam. A clínica pediátrica do Hospital Universitário de Zurique encaminhou quatro crianças ao Dr. Bircher-Benner. Retornaram curadas. Sua alimentação consistia, principalmente, de bananas frescas, depois substituídas por maçãs frescas, com o mesmo resultado. Também as crianças diabéticas foram beneficiadas com uma dieta exclusiva de frutas frescas.

O Dr. Bircher-Benner apresentou ao Dr.Joseph Evers, na Alemanha, três pacientes que ficaram livres de esclerose múltipla, uma doença considerada incurável. O Dr. Evers começou, então, a tratar pacientes portadores de esclerose múltipla e outras doenças consideradas incuráveis, com resultados surpreendentes. Em reunião da Associação Alemã de Neurologia, o Dr. Evers apresentou suas radiografias e a estatística, mostrando que – ao iniciar a alimentação com frutas e verduras frescas dentro do período de um ano após o aparecimento dos sintomas – 94% dos portadores de esclerose múltipla ficavam curados. O Dr. Evers, falecido em 1975, não utilizava medicamentos, somente alimentação. Em seu livro “Warum Evers-Diät?” (Porque a dieta Evers?), ele afirma: “O sucesso é a melhor prova de que uma teoria está correta”.

O Dr. Honekamp, diretor clínico de uma clínica psiquiátrica alemã, documentou, em seu livro sobre a cura de doenças mentais com produtos naturais, como conseguiu curar pela alimentação crua, com poucas exceções, os pacientes internados em sua clínica. Entretanto, ele mostrou que a esquizofrenia crônica só pôde ser curada após quatro anos.

Tudo foi esquecido até recentemente, quando o físico Fritz Popp descobriu que os nutrientes vivos irradiam fótons. Essas pequenas partículas de luz aparentemente protegem o sistema imunológico e destroem células cancerígenas. Quando aquecemos os alimentos vivos, a irradiação se torna muito forte e depois cessa – os alimentos estão mortos. No livro “Biologie des Lichts” (Biologia da luz), publicado em 1984, ele descreve os princípios da irradiação extremamente fraca das células.

Uma enfermeira do hospital da Universidade de Zurique estava morrendo. Anos antes, haviam-lhe retirado um tumor maligno da mama. Mais tarde, apareceram metástases no fígado. Quando o tumor reapareceu por uma terceira vez, após duas quimioterapias, acreditavam que nada mais poderia ser feito. Era Natal e seus amigos vieram despedir-se dela. Uma amiga lhe falou da alimentação crua e logo trouxe frutas e hortaliças frescas. No dia seguinte, a enfermeira já pôde deixar a alta dose de morfina que estava tomando contra as dores e levantar. A cada dia, ficava de pé durante mais tempo.

Como podemos explicar este efeito imediato sobre tumores malignos? A pesquisadora em oncologia, Virginia Livingston, de San Diego, EUA, descreve em seu livro “The Conquest of Cancer” (A conquista do ) que os alimentos vivos, as frutas e as hortaliças contêm um ácido, um sub-produto da vitamina A, que também é produzido no fígado. Essa substância freia o câncer, mas é sensível ao calor. Cenouras cozidas no vapor só contém 1% a 2% da quantidade do ácido que as cenouras cruas contêm.

Recomendo aos pacientes em minha clínica – e eu mesmo me alimento desta forma:

Comer apenas o que nasce na natureza.
Disso, só comer aquilo que temos vontade, apenas na quantidade que o corpo pede e quando sentimos fome.
Consumir os alimentos assim como a natureza nos oferece, sem misturar, sem temperos, sem aquecer.
Sempre que possível, comer os alimentos isentos de agrotóxicos e adubos químicos.
Como podemos saber se uma fruta é saudável ou prejudicial? Só nosso instinto pode nos dizer isso. Cada ser vivo tem sua voz interior, inclusive as bactérias e os vírus. O ser humano é o único ser vivo que não segue sua voz interior, nós nos achamos superiores. Porém, se não seguimos esta voz, surge o efeito contrário, o vício. O adulto é viciado no fumo, em alimentos desnaturados, cozidos etc. Após um jejum, estes vícios desaparecem. O instinto, a voz interior, está de volta, como em um recém-nascido.

Se comemos alimentos cozidos, há um aumento dos glóbulos brancos após a refeição – como se tivéssemos ingerido veneno. Nosso sistema imunológico, neste caso, está ocupado de manhã até a noite enfrentando os tóxicos que introduzimos com a alimentação aquecida, em vez de se defender contra germes e destruir células cancerígenas.

Ao dar alimentação cozida para animais selvagens, saudáveis – como fizeram Mac Carrison na Inglaterra e o Prof. Kollath na Alemanha – estes adoecem com nossas doenças da civilização e morrem. Se acrescentamos vitaminas da farmácia, morrem alguns dias mais tarde. Entretanto, se os colocamos em liberdade para que voltem a se nutrir com alimentos vivos, seguindo o seu instinto, eles se recuperam. O mais interessante: animais, antes dóceis, tornam-se agressivos com nossa alimentação desnaturada e se agridem.

Ernst Bauer.

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