Agrotóxicos: Herbicida Roundup associado a vários tipos de câncer

https://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2025/08/18/glyphosate-roundup-linked-to-multiple-cancers.aspx

Dr. Joseph Mercola

18 ago 2025

[Nota do Website: Cada vez se expande mais o quanto o herbicida/roundup vem há décadas comprometendo a saúde de toda a humanidade. E a população não tem ideia de como está sendo envenenado literalmente. Será que não está na hora de por aqui também começarmos com as ações judiciais contra as Monsanto da vida da mesma forma que nos EUA onde são mais de 11 mil ações por ressarcimento pelo envenenamento dos que foram atingidos pelo glifosato?].

Resumo

  • Um estudo internacional descobriu que a exposição ao glifosato ao longo da vida, mesmo em doses consideradas “seguras”, causou múltiplos tipos de câncer agressivos em ratos, incluindo leucemia, tumores da tireoide e cânceres da bainha nervosa.
  • Os tumores apareceram mais cedo e foram mais disseminados em ratos expostos a formulações comerciais de herbicidas como o Roundup, sugerindo que os chamados ingredientes “inertes” aumentam a toxicidade.
  • O estudo revelou uma relação dose-resposta, o que significa que quanto mais glifosato os ratos consumiam, maior era o risco de câncer — refletindo o tipo de exposição crônica que os humanos enfrentam por meio de alimentos e água.
  • O glifosato causou danos sistêmicos ao DNA e interrompeu os hormônios, criando condições ideais para a formação e disseminação do câncer.
  • Você pode reduzir o risco mudando para alimentos orgânicos, incluindo trigo e aveia, evitando herbicidas do tipo Roundup, apoiando a desintoxicação e o reparo intestinal com alimentos integrais e usando um filtro de água que remove o glifosato.

O glifosato está em toda parte — do trigo nos cereais à água da torneira. Originalmente desenvolvido para matar ervas daninhas, este herbicida tornou-se um pilar na agricultura moderna, pulverizado em milhões de hectares todos os anos. É usado não apenas em culturas geneticamente modificadas (GM), como milho e soja, mas também em aveia, trigo e leguminosas convencionais pouco antes da colheita (nt.: a intenção é que todas as plantas morram ao mesmo tempo, facilitando principalmente a colheita mecânica. É a ‘técnica’ da dessecação, aliás recomendada pela Embrapa), o que significa que até mesmo quem não consome alimentos transgênicos está exposto. Se você consome alimentos processados ​​ou embalados, o glifosato quase certamente está presente em sua dieta diária.

Durante anos, o produto químico foi cercado de controvérsia. Ações judiciais e relatórios independentes associaram o glifosato ao linfoma não-Hodgkin e outras doenças graves, mas os órgãos reguladores continuaram a defender sua segurança (nt.: ver o documentário que trata dessa discrepância). Estudos financiados pela indústria argumentaram que não havia evidências confiáveis ​​de que ele causasse câncer. Enquanto isso, os níveis de exposição diária continuaram aumentando, sem nenhuma iniciativa significativa para reavaliar os riscos.

Mas a conversa está mudando. Um novo estudo, projetado para simular a exposição ao longo da vida, no mundo real, está lançando uma luz forte sobre o quão perigoso esse herbicida realmente é.1 Não se trata apenas da presença de tumores — trata-se de quando eles aparecem, como se espalham e os órgãos que atingem. A pesquisa aponta para algo muito mais alarmante do que nos foi dito. O que ela revelou nos força a reconsiderar o que a exposição “segura” realmente significa.

Glifosato causou cânceres raros e agressivos em doses legais

Um estudo internacional publicado na Environmental Health se propôs a responder a uma questão fundamental: a exposição ao longo da vida ao glifosato, o ingrediente ativo do Roundup, causa câncer, mesmo em doses consideradas seguras pelos reguladores? 2

Cientistas do Instituto Ramazzini, na Itália, juntamente com especialistas em toxicologia de vários países, expuseram ratos ao glifosato e a dois herbicidas à base de glifosato desde o momento da concepção até os 2 anos de idade. O objetivo era simular a exposição crônica real ao longo de toda a vida, usando doses baixas, médias e altas que refletissem o que os humanos poderiam encontrar por meio da dieta, água ou uso residencial.

•O estudo encontrou tumores em múltiplos órgãos, alguns raramente observados em ratos. Os animais foram divididos em grupos expostos apenas ao glifosato, Roundup Bioflow, RangerPro ou a nenhum tratamento. O que os pesquisadores descobriram foi alarmante e sem precedentes: tumores malignos apareceram em órgãos que normalmente não são propensos ao câncer em ratos, como as glândulas suprarrenais, os ovários e o sistema nervoso.

Tumores também se desenvolveram na tireoide, no fígado e nos órgãos hematopoiéticos, com alguns animais desenvolvendo múltiplos cânceres simultaneamente. O estudo constatou que mesmo o grupo com a menor dose — equivalente ao limite legal dos EUA para glifosato na água potável — apresentou um aumento acentuado na incidência de tumores em comparação com os controles não tratados.3

•Mortes por leucemia ocorreram mais cedo e foram mais comuns em ratos expostos — Entre as descobertas mais impressionantes estava o início precoce e a frequência da leucemia em animais tratados com glifosato. A leucemia é um tipo de câncer que afeta o sangue e a medula óssea e, neste estudo, quase metade de todas as mortes por leucemia ocorreram antes de os ratos completarem 1 ano de idade, um período equivalente à primeira infância em humanos.

Os ratos de controle não apresentaram casos de leucemia, enquanto os animais tratados desenvolveram não apenas leucemia, mas também outras doenças malignas agressivas, como schwannomas malignos (tumores da bainha nervosa), carcinomas de fígado e tumores da glândula adrenal.

O glifosato interfere na sinalização do DNA e dos hormônios

Segundo os autores do estudo, o glifosato provavelmente desencadeia o câncer por meio de múltiplos mecanismos biológicos. Um dos principais mecanismos é o estresse oxidativo, o que significa que o glifosato causa uma superprodução de moléculas nocivas chamadas radicais livres, que danificam o DNA e os componentes celulares.4

O herbicida também interrompeu a função endócrina, interferindo nos hormônios que regulam o crescimento, o metabolismo e a saúde reprodutiva. Essas alterações hormonais alimentam o crescimento de cânceres sensíveis a hormônios, como os da tireoide e dos órgãos reprodutivos.

•Danos ao DNA são um mecanismo fundamental por trás dos cânceres associados ao glifosato — A equipe de pesquisa documentou quebras na fita de DNA em vários tecidos, indicando que o glifosato danifica o código genético do corpo.

Esse tipo de dano, se não for reparado adequadamente, prepara o terreno para mutações que levam ao crescimento celular descontrolado — ou seja, tumores. O dano ao DNA não foi isolado em um órgão ou sistema; foi sistêmico. Quando os processos de reparo do DNA estão sobrecarregados ou defeituosos, o câncer se torna muito mais provável.

•Formulações comerciais causaram mais cânceres do que o glifosato isoladamente — Os grupos que receberam apenas glifosato desenvolveram tumores, mas os animais expostos ao Roundup Bioflow e ao RangerPro desenvolveram mais tumores — e em taxas mais elevadas. Isso sugere que os chamados ingredientes “inertes” em herbicidas comerciais não são inertes de forma alguma.

Esses aditivos, conhecidos como surfactantes, ajudam o glifosato a penetrar nas folhas das plantas, mas provavelmente também aumentam sua capacidade de atravessar membranas celulares em animais e humanos. Os pesquisadores descobriram que os coformulantes amplificaram a toxicidade do glifosato, tornando esses produtos mais perigosos do que o glifosato isoladamente.

•A dose importava: maior ingestão de glifosato significava mais câncer — O estudo mostrou um padrão claro de dose-resposta. Em termos simples, quanto mais glifosato os ratos recebiam, maior a probabilidade de desenvolver câncer. Os grupos de doses médias e altas apresentaram significativamente mais tumores malignos do que os grupos de doses baixas ou controles não tratados. Os tumores também apareceram mais cedo em animais que receberam doses mais altas, encurtando a expectativa de vida e aumentando o sofrimento.

Como se proteger do glifosato e reduzir o risco de câncer

Você não é impotente contra o glifosato — longe disso. Depois de entender como e onde esse produto químico aparece na sua vida, você pode tomar medidas diretas para limitar sua exposição e ajudar seu corpo a se recuperar dos seus efeitos. Se você já sofre de fadiga, desequilíbrio hormonal ou inflamação crônica, isso se torna ainda mais importante. Quanto mais cedo você agir, mais controle terá sobre seus resultados de saúde a longo prazo.

Se você é pai ou mãe, precisa prestar atenção especial, pois o glifosato prejudica mais gravemente os organismos em desenvolvimento. Mas mesmo que você esteja apenas tentando proteger seu intestino, cérebro ou sistema imunológico, remover essa substância química da sua vida faz uma diferença mensurável. Aqui estão cinco maneiras de agir agora:

1.Coma alimentos orgânicos e elimine trigo, aveia e leguminosas convencionais. Estes são alguns dos alimentos mais contaminados no mercado americano, pois o glifosato é usado como dessecante — um agente de secagem — logo antes da colheita. Se você come muita massa, cereais ou assados, provavelmente está ingerindo uma dose constante desse produto químico.

Mude para alternativas orgânicas sempre que possível ou, no mínimo, escolha marcas sem OGM e testadas para glifosato. Procure rótulos verificados por terceiros que testem resíduos de glifosato — não apenas alegações “naturais”, que muitas vezes não significam nada.

2.Pare de usar Roundup ou produtos similares em sua casa — Se você estiver borrifando herbicida na entrada da garagem, na cerca ou no jardim, estará trazendo glifosato para o seu ambiente. Animais de estimação e crianças são especialmente vulneráveis. Abandone o Roundup e use alternativas como herbicidas à base de vinagre ou cobertura morta. Você não precisa expor seus pulmões e pele a um agente cancerígeno só para controlar os dentes-de-leão.

3.Fortaleça seus processos de desintoxicação com glicina — Para eliminar o glifosato do seu corpo, você precisa inundar seu organismo com glicina, um aminoácido que compete com o glifosato pela absorção e ajuda a expulsá-lo pela urina.

O Dr. Dietrich Klinghardt recomenda começar com 1 colher de chá (4 gramas) de glicina em pó duas vezes ao dia durante algumas semanas, e depois diminuir para 1/4 de colher de chá (1 grama) duas vezes ao dia. A glicina é barata, tem sabor naturalmente doce e é fácil de misturar na água ou nos alimentos. Para melhores resultados, tome-a próximo às refeições que contêm resíduos de glifosato.

4.Reconstrua seu intestino e reduza a inflamação — O glifosato danifica as bactérias intestinais benéficas e aumenta a permeabilidade intestinal — o que muitos chamam de “intestino permeável” — o que enfraquece seu sistema imunológico e prepara o terreno para doenças autoimunes.

Elimine óleos vegetais inflamatórios, como canola e soja, que contêm ácido linoleico (AL), que prejudica as mitocôndrias. Troque os óleos vegetais por sebo, ghee ou manteiga de vacas alimentadas com capim e concentre-se em consumir carboidratos leves, como arroz branco e frutas, para reforçar a energia celular necessária para curar o intestino.

5.Use um filtro de água que remova o glifosato — Se você mora em uma área agrícola ou bebe água da torneira municipal, há uma boa chance de que o glifosato esteja presente no seu abastecimento. Procure filtros que declarem especificamente que removem o glifosato — nem todos os filtros o fazem. Um sistema de filtragem para toda a casa é o ideal, mas se você estiver alugando ou com orçamento limitado, um filtro de bancada de alta qualidade ainda é melhor do que nada. Água limpa é um dos pontos de partida mais fáceis e impactantes.

Tomar essas medidas não tem a ver com medo — tem a ver com controle. Fazer escolhas inteligentes todos os dias reduz seus riscos e melhora o funcionamento do seu corpo. Quando você reduz sua carga tóxica, tudo funciona melhor — dos seus hormônios ao seu sistema imunológico e aos seus níveis de energia.

Perguntas frequentes sobre glifosato e câncer

P: O que o novo estudo revelou sobre o glifosato e o risco de câncer?

R: Um grande estudo internacional publicado na Environmental Health descobriu que a exposição ao longo da vida ao glifosato, mesmo em doses consideradas legais e “seguras”, causou vários tipos de câncer agressivos em ratos.

Tumores se desenvolveram em órgãos raramente afetados por câncer em animais, incluindo glândulas suprarrenais, ovários e sistema nervoso. Alguns tipos de câncer surgiram precocemente, e animais expostos a formulações comerciais de glifosato desenvolveram mais tumores do que aqueles expostos apenas ao glifosato.

P: Como o glifosato causa câncer?

R: O estudo descobriu que o glifosato desencadeia o câncer por meio de múltiplos mecanismos, incluindo danos ao DNA, estresse oxidativo (acúmulo de radicais livres nocivos) e interferência na função hormonal. Esses efeitos preparam o terreno para mutações, crescimento tumoral e inflamação sistêmica, todos os quais aumentam o risco de desenvolver câncer.

P: Onde o glifosato é mais comumente encontrado em alimentos e água?

R: O glifosato é comumente pulverizado em culturas transgênicas, como milho e soja, mas também em culturas não transgênicas, como trigo, aveia e leguminosas, pouco antes da colheita. Isso significa que está frequentemente presente em alimentos do dia a dia, como cereais, massas, assados ​​e homus. Também foi detectado na água potável, principalmente em regiões agrícolas.

P: Que tipos de câncer foram associados ao glifosato no estudo?

R: Os ratos expostos desenvolveram vários tipos de câncer, incluindo leucemia, tumores hepáticos, câncer de tireoide, tumores malignos da bainha nervosa e câncer de glândula adrenal. Muitos desses tumores surgiram mais cedo e em maior número em comparação com os animais não expostos. Alguns dos cânceres ocorreram em múltiplos órgãos simultaneamente.

P: Como posso reduzir minha exposição ao glifosato?

R: Você pode tomar medidas imediatas para reduzir sua exposição ao glifosato e proteger sua saúde. Comece escolhendo trigo, aveia e leguminosas orgânicos, pois essas culturas estão entre as mais contaminadas. Elimine o Roundup e herbicidas similares de sua casa e jardim para evitar o contato direto e a dispersão no ar. Apoie o processo de desintoxicação do seu corpo com glicina.

Reconstrua e fortaleça seu intestino eliminando óleos vegetais inflamatórios. Por fim, instale um sistema de filtragem de água comprovadamente eficaz na remoção de glifosato. Essas medidas não apenas reduzem sua carga tóxica, como também aumentam a capacidade do seu corpo de se curar e se defender ao longo do tempo.

Referências

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, agosto de 2025

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