Trabalhadores rurais colhem morangos em Oxnard em fevereiro de 2021. (Brian van der Brug/Los Angeles Times)
25 de outubro de 2024
[NOTA DO WEBSITE: Cada vez fica mais explícito de que a química sintética está indo muito além do imaginado pelos ‘cientistas’, por nossa ‘infeliz’ capacidade fisiológica dos seres humanos serem, ‘naturais’! O que quer dizer isso? De que como as ‘pragas’ -que não são, é um preconceito humano; as ervas ‘daninhas’ -nada mais do que a vegetação originária do ambiente invadido ou plantas que a Vida estimula que procurem sanar as violências humanas; e mesmo as ‘doenças’ fúngicas -nada mais do que um sintoma de todas as violências que os seres humanos imputam ao sistema imunológico dos vegetais; são tão ‘naturais’ como cada um de nós, os chamados seres ‘humanos’; os ‘homo sapiens’, etc. e tal. Assim, estamos sendo ‘atacados’ e ‘eliminados’ pelos ‘defensivos agrícolas’ -nunca defensores, mas tóxicos no campo=agrotóxicos, como pretendem os ‘seres’ = meritocratas, supremacistas antropocêntricos, brancos e cruéis. Impunemente, imaginam que ‘controlam’ as formas de vida que simplesmente mostram a sua incompetência. Existe outras vias? No nosso humilde ponto de vista, sim! ‘Só’ deveriam trocar o verbo de ação ‘controlar’ para o afetivo conviver. Só isso? É. Mas para isso, deveriam, com humildade, se conectarem com os ambientes onde estão. É só ver o que nos ensina, humildemente, o dr. Valdely Knupp!].
Dos extensos vinhedos da Bay Area aos campos de morango da Costa Central e aos pomares do Vale Central, a Califórnia continua sendo um gigante agrícola, produzindo mais frutas, vegetais e nozes do que qualquer outro estado do país.
Mas todos os anos, os produtores da Califórnia aplicam mais de 85 milhões de quilos de agrotóxicos nas plantações, em um esforço para defendê-las de ervas daninhas, fungos, insetos e outras pragas (nt.: infelizmente o tipo da prática que não é, no sentido verdadeiro, agricultura. Quando se entra em conflito com a vida do ambiente, inclusive envenenando o que se produz, não se pode considerar como agricultura que se dirigiria a gerar. Isso aqui é um negócio para produzir dinheiro via prática agrícola).
Agora, reguladores estaduais relatam que encontraram níveis detectáveis de agrotóxicos flutuando no ar em diversas grandes regiões agrícolas.
Embora autoridades estaduais insistam que nenhuma das amostras excedeu os limites de segurança, ambientalistas e ativistas anti-agrotóxicos dizem que os compostos representam um risco muito maior do que o estado está disposto a reconhecer (nt.: se reconhecemos que esses venenos que estão ‘flutuando’ na atmosfera, seriam disruptores endócrinos, a dose ou as quantidades pouco influem já que eles imitam hormônios e esses agem, fisiologicamente, em níveis infinitesimais).
“Esses são produtos químicos que são projetados, muitas vezes, para serem biologicamente ativos”, disse David Andrews, um cientista sênior do Environmental Working Group, uma organização sem fins lucrativos. “Os agrotóxicos, em geral, estão ligados a uma gama incrível de problemas de saúde, do câncer à interrupção hormonal e ao impacto no sistema imunológico. A Califórnia é uma grande produtora de safras de alimentos, e há preocupações significativas sobre as disparidades raciais e sociais na exposição aos agrotóxicos.”
De acordo com um novo relatório estadual, o Departamento de Regulamentação de Agrotóxicos da Califórnia, ou CDPR, coletou amostras semanais de ar no ano passado em Oxnard, Santa Maria, Shafter e Watsonville, e encontrou-os em quase 80% das amostras.
Oito deles foram encontrados nas estações de monitoramento do ar, incluindo 1,3-dicloropropeno, um fumigante e provável carcinogênico humano usado para matar pragas que danificam as plantações no solo. Foi encontrado em todos os quatro locais de monitoramento. Pelo menos um tipo de agrotóxico foi encontrado em 163 das 207 amostras.
Grupos ambientalistas dizem que os testes demonstram que esses produtos químicos estão se espalhando para comunidades próximas e sendo inalados por transeuntes. Os compostos foram associados a uma variedade de efeitos sobre a saúde, incluindo doenças respiratórias, problemas neurológicos e alguns tipos de câncer, eles dizem.
“As pessoas precisam deixar o estado saber que não podemos continuar cultivando alimentos envenenando os vizinhos”, disse Jane Sellen, codiretora da Californians for Pesticide Reform. “A fumigação é simplesmente insustentável. Ela chega a todos os lugares, se espalha por quilômetros e fica por aí por dias. Ela causa câncer, e não há como evitá-la. E vemos isso nesses resultados de monitoramento do ar.”
Todos os agrotóxicos detectados estavam abaixo dos limites de saúde estabelecidos pelo estado, o que significa que é “improvável que sejam prejudiciais à saúde humana”, de acordo com o relatório de monitoramento do ar do CDPR (nt.: aqui está claro que este organismo oficial está ainda atrelado aos velhos paradigmas da toxicologia convencional e nada sabem sobre as doses fisiológicos por serem disruptores endócrinos).
O relatório surge no momento em que reguladores estaduais avaliam o uso de cloropicrina, um fumigante de solo irritante para os pulmões, que foi medido pouco abaixo dos limites estaduais em agosto de 2023 em Oxnard — uma cidade que se autointitula a capital mundial do morango.
“Monitorar o ar em comunidades com alto uso de agrotóxicos é essencial para manter a Califórnia segura para todos”, disse a diretora do CDPR, Julie Henderson. “Estou encorajada ao ver que todas as concentrações de agrotóxicos de 2023 estão abaixo dos nossos níveis de triagem de saúde. Ainda estamos avaliando as concentrações de cloropicrina e estamos comprometidos em continuar coletando e revisando nossos dados rigorosamente para identificarmos as áreas de potencial preocupação, linhas de tendência ou anomalias que indiquem a necessidade de investigação ou ação mais próxima.”
Os defensores do meio ambiente, no entanto, acusaram o estado de minimizar os resultados da amostragem de ar. Eles argumentam que a exposição prolongada a esses produtos químicos, mesmo em pequenas quantidades, não é segura.
Estudos recentes descobriram que o uso de agrotóxicos é mais prevalente em comunidades predominantemente latinas na Califórnia, ressaltando um risco maior para trabalhadores agrícolas e moradores rurais.
Para aumentar as preocupações, todos os quatro locais de monitoramento do CDPR estão localizados em escolas.
De acordo com a lei estadual, agrotóxicos não podem ser aplicados a menos de um quarto de milha de escolas e creches durante o horário escolar. Empresas que manuseiam pesticidas devem notificar as escolas se espalharem produtos químicos nessas áreas.
Os resultados coincidem com uma briga maior sobre se os limites de pesticidas do estado são protetores. Em particular, grupos ambientais e reguladores estaduais entraram em choque sobre os limites estaduais para 1,3-dicloropropeno.
Em 2022, o Office of Environmental Health Hazard Assessment (OEHHA) estabeleceu um limite para trabalhadores de 0,04 partes por bilhão para 1,3-dicloropropeno. Isso é 14 vezes menos do que o limite proposto pelo CDPR, que foi ferozmente contestado e será reexaminado nos próximos meses.
“Este é o terceiro agrotóxico mais usado na Califórnia”, disse Sellen. “Ninguém ouviu falar dele. Ninguém está prestando atenção. E é assustador. Quando eles dizem, ‘Não se preocupe, todos os níveis estavam abaixo do nível de preocupação’, esse não é o nível legal definido pela OEHHA.”
Mas em vez de estabelecer limites regulatórios mais rigorosos, alguns gostariam de ver uma mudança completa no uso de agrotóxicos. As 3.000 fazendas orgânicas do estado mostraram que é possível, de acordo com Sellen.
“Na Califórnia, podemos cultivar sem usar esses produtos químicos”, disse Sellen. “Por toda a história humana, fizemos exatamente isso até os últimos 50 anos ou mais. A maneira como a agricultura é praticada na Califórnia não é sustentável e precisa mudar.”
O CDPR apresentará o monitoramento do ar em uma reunião pública virtual.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, outubro de 2024