Cerrado e suas veredas.
24.abr.2024
[NOTA DO WEBSITE: Importante trabalho de mostrar ao país o que o chamado ‘agronegócio‘, nos moldes do tudo para mim e nada para os outros, vem fazendo pelo norte e nordeste brasileiros. Agem no mesmo diapasão que já viemos vivendo desde o século XVI, com a invasão dos supremacistas brancos eurocêntricos. Pelo menos naquela época eles nem sabiam o que eram e o desastre que estavam gerando lenta e irreversivelmente para o Planeta quando se apossaram de vários continentes da Terra, em nome de um certo ‘deus’ que depois, e hoje mais do nunca, ficamos sabendo que era o venerável ‘dinheiro’. Agora os que praticam são também adepto da colonialidade sob a batuta do capitalismo indigno e cruel, isso porque nasceram por aqui mesmo, mas em lugar de alimentos, se adonam das terras para, ao adorar seu deus maior, produzirem as chamadas commodities que servem para nutrir porcos, galinhas, vacas, salmões e tudo o que previlegia a exaltação de seu ‘deus’. Triste que estamos cada vez mais dominados por esse bando de supremacistas auto-denominados patriotas e ligados ao progresso do Brasil!].
Reportagens mostram os impactos do desmate no bioma considerado a ‘caixa-d’água’ do Brasil.
Enquanto os olhos, em especial os estrangeiros, estão direcionados para a amazônia, o desmatamento não para de crescer em outra região: o Cerrado.
Em 2023, o desmate no bioma (que ocupa aproximadamente 24% do território nacional) superou o registrado na floresta amazônica (que cobre cerca de metade do país), algo que não acontecia desde 2017.
Área recém-desmatada de cerrado na divisa com a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, em Mateiros (TO), na região do Jalapão – Lalo de Almeida/Folhapress
O epicentro desse avanço é o chamado Matopiba, onde se encontram os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia —e para onde foi a reportagem da Folha, para mostrar as causas e os impactos profundos dessa alteração na paisagem. A região concentrou mais de 70% dos 11 mil km² de vegetação nativa perdidos no cerrado no ano passado, segundo dados oficiais do Inpe (Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais).
Em março, ao longo de 12 dias, a repórter Jéssica Maes e o repórter fotográfico Lalo de Almeida visitaram seis municípios, rodaram 2.850 km em estradas ladeadas por plantações de soja, milho e algodão, e realizaram um total de mais de 30 entrevistas, antes, durante e após a viagem.
O percurso da reportagem: o mapa bem acima, mostra o bioma em relação ao país. Já o da esquerda mostra dentro do bioma Cerrado, região do Mapitoba, os jornalistas percorreram. No da direita, mostra que estiveram, no sul, em Correntina, mais acima, em São Desidério e Barreiras, mais acima, à direita, em Gilbués e à esquerda, em Mateiros e São Félix do Tocantins.
O resultado desta apuração começa a ser publicado, nesta quinta-feira (25), na série “Cerrado Loteado“. Em quatro capítulos, as reportagens explicam como o avanço do agronegócio sobre a vegetação nativa encurrala comunidades, influencia o clima e ameaça a segurança hídrica da região e do restante do país.
Considerado por especialistas a ‘caixa-d’água’ do Brasil, o Cerrado abriga 8 das 12 bacias hidrográficas do país e é considerada a savana mais biodiversa do mundo. Além disso, é a casa de diferentes populações tradicionais, que dependem desse ecossistema e são pressionadas diariamente pelo avanço da destruição.
Fiz esse mesmo trajeto em 2022.
Literalmente o caos!
O FIM do mundo!
Cadeia é pouco.