Resumo da história.
- Estudo recente detectou que a sacarina e o aspartame causam maior ganho de peso do que o açucar, desconectados com a ingestão de calorias;
- Pesquisa mostra repetidamente de que adoçantes artificiais que não têm ou têm baixa caloria, podem estimular nosso apetite, aumentando a fome por carboidratos e estimulando o armazenamento de gorduras e ganho de peso;
- O açucar verdadeiro permite ao nosso organismo que determine, com precisão, que recebeu calorias suficiente, ativando então a sinalização de saciedade. Sem receber estas calorias, nosso apetite é ativado pelo sabeor doce, mas como nosso corpo permance esperando que elas venham, a sensação de insaciedade permanece;
- O aspartame também pode causar ganho de peso em razão da fenilalanina e do ácido aspártico – os dois amino-ácidos que compõem 90% do aspartame — e são conhecidos de que rapidamente estimulam a liberação de insulina e leptina. Estes dois hormônios estão visceralmente envolvidos com a saciedade e a estocagem de gorduras. A insulina e a leptina são também hormônios que regulam nosso metabolismo.
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2012/12/04/saccharin-aspartame-dangers.aspx?e_cid=20121204_DNL_art_1
By Dr. Mercola
Estás usando adoçantes artificiais e optando por alimentos de baixa caloria, os chamados alimentos “diet”, num esforço de controlar seu peso?
Se sim, ficarás supreso de saber que uma pesquisa mostrou repetidamente que adoçantes artificiais, sem ou com baixa caloria, são tudo menos uma boa notícia para quem quer perder peso… Contrariando a crença popular, estudos têm demonstrado que os adoçantes artificiais, como o aspartame, podem:
- Estimular nosso apetite;
- Aumentar a fome por carboidratos; e
- Estimular o armazenamento de gorduras e o ganho de peso.
Agora, no entanto, outro estudo1 foi publicado, mostrando que a sacarina e o aspartame causam maiores ganhos de peso do que o açucar.
A crença de que os adoçantes artificiais adoçam alimentos e bebidas e que nos auxiliarão na perda de peso é uma decepção cuidadosamente orquestrada. Assim, se és uma das pessoas que optou por escolhas “diet” por estas razões, estás sendo extremamente enganados. Idem para os diabéticos, como recente pesquisa mostrou que o aspartame também piora a sensibilidade à insulina.
O fato destes produtos ainda estarem sendo promovidos como “diet”, contraria qualquer comportamento racional. Podemos perguntar: onde está o FTC/Federal Trade Commission (nt.: setor oficial dos EUA que trata do comércio) não ‘baixou a lenha’ sobre estas companhias por seu massivo marketing fraudulento?
Novo Estudo Nega Reivindicações dos Adoçantes Artificiais Manejarem o Peso .
O estudo em tela, publicado em janeiro de 2013 na edição do periódico Appetite2, foi conduzido pela equipe de pesquisa brasileira na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (nt.: ver – http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0195666312004138). Ratos foram alimentos com iogurte puro adoçado tanto com aspartame, sacarina ou açucar, com suas rações específicas, por 12 meses.
“Os resultos mostraram que a adição tanto de sacarina ou aspartame ao iogurte resultou no aumento de ganho de peso comparado ao adicionado com sacarose, mesmo com a ingestão total calórica ter sido similar entre os grupos”, escrevem os pesquisadores.3
A razão para o consumo calórico similar entre os grupos foi devido ao aumento da ingestão de ração pelos ratos que receberam iogurte adoçados artificialmente. Este tipo de compensação também havia sido detectado em estudos anteriores4, indicando que quando o corpo recebe uma pitada de sabor doce sem as calorias irem com ela, isso afeta de forma contrária os mecanismos de controle do apetite, causando então aumento da fome alimentar. Os autores concluem que:
“O maior ganho de peso foi promovido pelo uso de sacarina ou aspartame, comparado com a sacarose, e este ganho de peso não estava relacionado com a ingestão calórica. Especulamos de que o decréscimo no gasto de energia ou aumento na retenção de líquidos podem estar envolvidos”.
Na Verdade Ganha-se Peso, Consumindo Adoçante Artificial.
Uma revisão bibliográfica de 2010, publicada no Yale Journal of Biology and Medicine (YJBM)5, discutiu a neurobiologia de desejos por doce e o efeito inesperado dos adoçantes artificiais sobre o controle do apetite. Cita vários estudos prospectivos associados, de grande escala, que detectaram correlações positivas entre o uso de adoçantes artificiais e ganho de peso que contraria a “sabedoria convencional” de cortar calorias para a perda de peso. Por exemplo:
“O Estudo do Coração San Antonio6 examinou 3.682 adultos por um período de sete a oito anos na década de 80. Quando se congregou para a formação inicial do índice de massa corporal (nt.: em inglês – body mass index/BMI), gênero, etnicidade e dieta, os consumidores de bebidas adoçadas artificialmente efetivamente tiveram seus ‘BMIs ‘ mais altos no decorrer do processo, com a dose dependente da quantidade de consumo. O ganho médio dos ‘BMIs’ foi de +1.01 kg/m2 para o controle e 1,78 kg/m2 para as pessoas no terceiro quartil quanto aovconsumo de bebidas artificialmente adoçadoas.
A o estudo da ‘American Cancer Society’7, conduzido no início dos anos oitenta, incluiu 78.694 mulheres que eram altamente homegêneas com relação à idade, etnicidade, estatus socioeconômico e ausência de condições preexistentes. Um ano após, entre 2,7 % a 7,1% das usuárias regulares de adoçantes ganharam mais peso se comparadas às não usuárias unidas pelos peso inicial… O uso de sacarina também estava associada com ganho de peso em oito anos com 31.940 mulheres no estudo ‘Nurses’ Health Study’8, conduzido nos anos setenta”.
Experimentos detectaram que o sabor doce, independente de seu conteúdo calórico, aumenta nosso apetite. O aspartame foi constatado como tendo o efeito mais pronunciado, mas o mesmo se aplica a outros adoçantes artificiais, como o acessulfame de potássio e a sacarina.
A razão porque a glicose e a sacarose (açuçar comum) tendem a levam a um menor consumo de alimentos quando comparadas a adoçantes não calóricos é porque as calorias contidas nos adoçantes naturais provocam respostas biológicas para manter constante nosso consumo total de energia. Isto foi novamente evidenciado no estudo9 publicado no último ano que concluiu que:
“Os resultos sustentam a hipótese que consumir adoçantes não calóricos pode promover ingestão excessiva e ganho de peso corpóreo pelo enfraquecimento da relação predefinida entre o sabor doce e as consequências calóricas de ingerir”.
Em essência, o açucar verdadeiro permite que o organismo determine precisamente se está recebendo calorias suficientes, ativando assim a sinalização da saciedade. Sem as calorias, nosso apetite és ativado pelo sabor doce, mas como nosso corpo fica aguardando que elas venham, fazendo com que as sensações de fome permaneçam.
“A pesquisa humana precisa confiar em avaliações subjetivas e controle dietético voluntário. O modelo com roedores auxiliou a elucidar como os adoçantes artificiais contribuem no equilíbrio energético. Ratos condicionados com suplemento de sacarina tiveram ingestão energética total significativamente elevada e ganharam mais peso com aumento da adiposidade corpórea quando comparados com os controles condicionados à glicose. Os ratos condicionados à sacarina também reduziram a ingestão de sua ração depois de um alimento doce …
Evidência crescente sugere que os adoçantes artificiais não ativam as vias de recompensa do alimento da mesma forma como os adoçantes naturais… Por último, adoçantes artificiais, precisamente porque são doces, incentivam a ânsia e a dependência de açúcar… Retirar o uso generalizado de sabores doces da dieta do mundo pode ser a chave para reverter a epidemia de obesidade“, afirma a revisão do ‘YJBM’.10
Esta última é provavelmente a conclusão mais acurada que está por aí. Os norte-americanos, em particular, são dependentes do sabor ‘doce‘, que parece desencadear um complexo conjunto de sistemas biológicos, vias metabólicas e mecanismos que, no final, leva a um excesso no ganho de peso, se esse sabor vem carregado com calorias ou não.
Outro Mecanismo Frequentemente Ignorado, Dirigindo o Ganho de Peso dos Adoçantes Artificiais.
Outra razão para o potencial do aspartame causar ganho de peso é porque a fenilalanina e o ácido aspártico – os dois amino-ácidos que compõem 90% do aspartame – são conhecidos por rapidamente estimularem a liberação de insulina e leptina; dois hormônios que estão intrinsicamente envolvidos com a saciedade e o armazenamento de gorduras. A insulina a leptina são também os hormônios primários que regulam nosso metabolismo.
Assim, mesmo que não consumamos calorias na forma de açúcar, o aspartame pode ainda aumentar nossos níveis de insulina e leptina. Níveis elevados dos dois, por sua vez, são duas das forças motrizes da obesidade, da diabetes e de inúmeras doenças epidêmicas crônicas da atualidade. Ao longo do tempo, se nosso corpo é muito exposto à leptina, tornar-se-á resitente à ela, assim como também se torna resistente à insulina e uma vez que isso aconteça, nosso organismo pode deixar de “ouvir” as mensagens hormonais que o instrui a parar de comer, queimar gorduras e manter uma boa sensibilidade de nossas papilas degustativas, para os saberes doces.
O que acontece então?
Nós nos mantemos famintos; desejamos doces e nosso organismo armazena mais gorduras. A resistância à leptina também causa um aumento da gordura visceral, colocando-nos num círculo vicioso de desejos, estocagem de gorduras e num aumento crescente do risco de doenças do coração, de diabetes, da síndrome metabólica e muito mais.
Além disso, altas doses de fenilalanina podem diminuir importantes neurotransmissores como a serotonina,11 que também influencia a saciedade. Níveis decrescente de serotonina reduzem os sentimentos de saciedade, o que pode então levar à uma super-alimentação ou ao empanturramento. No final, a pesquisa nos mostra que os adoçantes artificiais nada mais são do que uma ilusão quando parece que chegam para serem uma ajuda para quem precisa de dieta. Parece que ao contrário do que as campanhas de marketing clamam, os adoçantes de baixa ou ausência de calorias possivelmente são mais para auxiliar a nos inflarmos de mais alguns quilinhos do que de perdê-los.
Qual é a Resposta para um Teimoso em Ganhar Peso?
A primeira coisa que precisamos entender é que a contagem de calorias é geralmente inútil para perda de peso. Isso porque as calorias NÃO tem igual orgirem e assim não terão os mesmos efeitos sobre nosso peso e saúde. E, como foi revisado acima, tentar enganar nosso corpo com adoçantes artificiais desprovidos de calorias não é a resposta. De fato, eles irão provavelmente piorar muito mais as coisas.
Em segundo, é importante percebermos que o combustível preferido para nosso organismo é a gordura, não os carboidrados. Mudança de uma dieta baseada em carboidratos para uma dieta baseada em proteína e gordura, vai ajudar a reequilibrar a química do nosso corpo e um efeito colateral natural disso é a perda de peso, e/ou melhorar o gerenciamento de peso assim que atingirmos um peso ideal. Uma explicação para isso é que não temos realmente mais gordura por comermos demais e fazermos muito pouco exercícios. Da mesma forma que não engordaremos por temos ingerido gorduras.
De fato, existem razões para acreditarmos que a saúde da maioria da população poderá ser beneficiada se tiver:
- Em torno de 60-70% de gorduras saudáveis em sua dieta, e
- Não mais do que uma grama de proteína por quilo de massa corpórea magra ou cerca de 0,5 grama de proteína por libra de massa corpórea magra. (Pode ser acrescida mais 25% se houver gravidez ou exercícios intensivos). Para determinar a massa corpórea magra, calcular o percentual de gordura corporal e subtrair de 100. Assim, se o percentual de gordura corporal for 20%, será 80% de massa corpórea magra. Então, multiplicar o atual peso para obter a massa corpórea magra em quilos ou libras.
O último livro do Dr. Richard Johnson, The Fat Switch, dissipa muitos dos mitos mais difundidos relativas à dieta e à obesidade. Ele descobriu o método que os animais usam para adquirir gordura antes dos tempos de escassez de alimentos, o que acabou sendo um poderoso benefício adaptativo. Sua pesquisa mostrou que a frutose ativa uma enzima chave, frutoquinase, que por sua vez, ativa uma outra enzima que faz com que células acumulem gordura. Quando esta enzima é bloqueada, a gordura não pode ser armazenada na célula.
Curiosamente, este é exatamente o mesmo “fat switch” que os animais usam para engordar no outono e a queimar gordura durante o inverno. A frutose é o ingrediente dietético que se transforma neste “switch”, fazendo com que células acumulem gordura, tanto em animais como em seres humanos.
Em essência, peso extrapolado ou excessivo poderia ser visto como um sintoma de uma proporção errada de macronutrientes. O organismo não está simplesmente sendo alimentando com o combustível certo. Não é necessariamente o resultado de comer muitas calorias, por si só, mas sim recebendo suas calorias de fontes erradas. Em termos simples, quando consumimos muito carboidrato e açúcar, desencadeamos uma cascata de reações químicas no corpo que provocam fome e deixam-nos cheio de desejo por doces.
Mesmo se tivermos os alimentos com a mais alta qualidade tanto crus como orgânicos, mas dispusermos de uma combinação que não é a ideal com calorias idênticas, provavelmente ganharemos peso. Então escutemos nosso corpo e se estivermos entre os dois terços da população com sobrepeso, consideremos seriamente a redução de carboidratos e substituí-los por vegetais fibrosos, reduzindo os níveis de proteína à quantidade discutida acima e substituindo aquelas calorias faltantes por gorduras saudáveis como o óleo de coco, azeitonas, azeite de oliva, abacate, manteiga de animais soltos no pasto e nozes. Também podemos tentar o jejum intermitente, que nos dará um salto radical inicial na nossa capacidade para normalizar o peso.
Fontes e Referências.
- 1 Appetite January 1, 2012, Volume 60, Pages 203-207
- 2 See ref 1
- 3 See ref 1
- 4 Behavioral Neuroscience 2008 Feb;122(1):161-73
- 5 Yale Journal of Biology and Medicine 2010 June; 83(2): 101–108
- 6 Obesity (Silver Spring, Md.) 2008;16:1894–1900
- 7 Preventive Medicine 1986;15:195–202
- 8 American Journal of Clinical Nutrition 1990;51:1100–1105
- 9 Quarterly Journal of Experimental Psychology 2011 Jul;64(7):1430-41
- 10 See ref 5
- 11 H. L. Wang et.al, “Effect of dietary phenylalanine and tryptophan on brain serotonin”, Arch Biochem Biophys April 1962; 97(1): 181-184.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, março de 2013.