Acidificação dos oceanos cresce 26% nos últimos 200 anos, diz relatório.

O pH dos aumentou 26% em média nos últimos 200 anos, ao absorver mais de um quarto das emissões de CO2 geradas pela atividade humana, adverte um relatório publicado nesta quarta-feira (8), em Seul. Pesquisadores ligados à Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) analisaram centenas de estudos existentes sobre este fenômeno para redigir o documento que apresentaram em Pyeongchang (Coreia) por ocasião da 12ª reunião da convenção das Nações Unidas sobre a proteção da biodiversidade.

 

 

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O relatório destaca a gravidade do fenômeno, que apresenta uma rapidez sem precedentes e um impacto muito variado, que seguirá aumentando nas próximas décadas. “É inevitável que entre 50 e 100 anos as emissões antropogênicas de dióxido de carbono elevem a acidez dos oceanos a níveis que terão um impacto enorme, quase sempre negativo, sobre os organismos marinhos e os ecossistemas, assim como sobre os bens e serviços que proporcionam”, destacam os cientistas.

A acidez dos oceanos varia naturalmente ao longo do dia, das estações, do local e da região, mas também em função da profundidade da água. “Os ecossistemas das costas sofrem uma maior variabilidade do que os que estão em alto mar”, destacam os pesquisadores.

Alguns trabalhos revelam que a fertilização de certas espécies é muito sensível à acidificação dos oceanos, enquanto outras são mais tolerantes.

Os corais, moluscos e equinodermos (estrelas do mar, ouriços e pepinos do mar, por exemplo) estão particularmente afetados por esta mudança, que reduz seu ritmo de crescimento e sua taxa de sobrevivência, mas algumas algas e microalgas podem se beneficiar, do mesmo modo que alguns tipos de fitoplânctons.

O relatório destaca o impacto sócio-econômico já visível em algumas regiões do mundo: na aquicultura do noroeste dos Estados Unidos e na criação de ostras.

Os riscos para as barreiras de coral nas zonas tropicais também são uma “enorme preocupação, já que envolvem a subsistência de 100 milhões de pessoas, que dependem destes habitats”.

Segundo os pesquisadores, “apenas a redução das emissões de CO2 permitirá deter o problema”.

(Fonte: G1)