A energia que derrota o mercado. Entrevista com Jeremy Rifkin.

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“A verde é o único setor da nossa economia que ainda funciona, porque é o único que está alinhado para o futuro. Os outros segmentos estão em crise e todas as vezes que têm um momento de recuperação temporária e o motor da produção se coloca novamente em movimento com o velho sistema, os preços do e das matérias-primas dispararam para as estrelas, fazendo o mecanismo emperrar novamente: a segunda revolução industrial chegou ao fim, porque não soube calcular os limites físicos do planeta”.

 

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=49307
 
11/11/2011

 

Jeremy Rifkin acaba de publicar La terza rivoluzione industriale, o manifesto da sociedade que está se formando em torno dos valores da economia verde.

A reportagem é de Antonio Cianciullo, publicada no jornal La Repubblica, 09-11-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Comecemos pelos números. Até ontem, muitos consideravam a economia verde útil, mas secundária, um ator de segundo plano na cena econômica mundial. Hoje a situação mudou?

Sim, porque a Terceira Revolução Industrial está provando ser uma mudança epocal do nosso modo de produzir e de pensar. Algumas indústrias irão fechar, mas muitas outras vão abrir, e serão criadas centenas de milhões de postos de trabalho por causa da renovável distribuída nas casas, nos escritórios, na zona rural, por causa da realização de um ciclo de armazenamento de energia baseado no hidrogênio, por causa da substituição de velhas frotas de automóveis poluentes por veículos elétricos, por causa da criação de redes inteligentes [smart grid] capazes de fazer alta quantidade de energia viajar assim como as informações na web.

Uma revolução só para o futuro?

Ao contrário, é um processo que já começou. Dou-lhe só mais alguns exemplos. Nos , a eficiência energética das casas é extremamente baixa: aumentá-la custaria 100 bilhões de dólares por ano, mas permitiria que se economizasse energia em 163 bilhões de dólares por ano. E a mobilidade oferece oportunidades semelhantes. A Zipcar, a empresa mais importante de compartilhamento de carros, em uma década de atividade, abriu milhares de sedes para colocar os carros compartilhados à disposição dos seus clientes: ela cresce 30% ao ano e, em 2009, faturou 130 milhões de dólares.

No entanto, nem todo o movimento ambientalista apoia a economia verde. Há uma parte que contesta as instalações eólicas, solares e de biomassa em nome da paisagem.

Parece-me uma contradição destinada a ser superada pela evolução da economia verde. Nesse momento de transição, uma proporção significativa de energia renovável é produzida por grandes usinas porque estamos na fase de desenvolvimento inicial da indústria. Eu não me oponho por princípio às grandes instalações e acho que, em alguns lugares, elas podem ser construídas, mas estão destinadas a serem superadas pela lógica da Terceira Revolução Industrial. Uma revolução baseada no desenvolvimento de milhões de mini e microcentrais de produção energética que encontrarão lugar nos telhados e nas fachadas de boa parte dos edifícios.

Porém, a crise econômica, em muitos países, registrou uma detenção da economia verde.

Pararam as economias que não apontaram para o futuro. Mas para saber aonde o mundo vai, há um modo simples: olhar o que os jovens fazem. Os seus valores são os da internet: o direito de acesso ao conhecimento, a relação paritária, a troca de informações e de música, e em breve a troca de energia. A sua revolução é o ataque ao sistema baseado no autoritarismo, no poder hierárquico, na centralização. Eles querem uma sociedade que tenha como valores a transparência, a descentralização e o livre acesso às redes.

Uma possibilidade real?

Alguns governos que permaneceram presos ao velho modo de pensar, como os regimes ditatoriais da África mediterrânea, já foram eliminados porque o poder lateral construído pela geração da internet derrotou a arrogância das autocracias. O desenvolvimento do movimento dos indignados mostra que uma crítica radical à velha lógica industrial está crescendo rapidamente até nos países industrializados: há a necessidade de um conceito mais avançado e mais amplo de , que inclua os atos da vida cotidiana e uma redistribuição da riqueza.

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