Baccarelli et al. reportam que os sistemas imunológicos das pessoas que foram expostas à dioxina em 1976 (nt.: hoje estamos em agosto de 2013, 34 anos atrás!) pelo acidente da planta química na cidade de Seveso, norte da Itália, permanecem suprimido ainda hoje, tantas décadas depois do acidente. O padrão de supressão pode sugerir um aumento da vulnerabilidade a agentes infecciosos em razão da redução dos níveis da imunoglobulina G (IgG). (Nota do site: este acidente pode ser visto em links como -https://nossofuturoroubado.com.br/old/ingelheim.htm e https://nossofuturoroubado.com.br/old/implement.htm, onde a fábrica que produzia o conservante triclorofenol para produtos de beleza feminina da Hoffmann-La Roche, suíça, quando explode uma caldeira e forma este veneno de forma extensiva).
http://www.ourstolenfuture.org/NewScience/immune/2002/2002-0930baccarellietal.htm
Baccarelli, A, P Mocarelli, DG Patterson Jr., M Bonzini, AC Pesatori, N Caporaso e MT Landi. 2002. Immunologic Effects of Dioxin: New Results from Seveso and Comparison with Other Studies. Environmental Health Perspectives 110:1169 –1173
(Nota da site: vale a ressaltar de que esta substância chamada DIOXINA é conhecida desde a década de 50 e é considerada a substância mais tóxica jamais criada pelas atividades humanas, conforme se consta nos links acima. É considerada um subproduto tóxico não intencional que aparece em todos os produtos comerciais onde estão presentes o elemento químico cloro, temperatura e matéria orgânica de toda a espécie, como papel branqueado com cloro, todos os produtos que contenham a resina plástica PVC, agrotóxicos como herbicidas e inseticidas organo-clorados como o DDT, BHC, Aldrin e outros, bem como os produtos de uso cotidiano clorados. Quaisquer dúvidas podem ser esclarecidas pelo próprio site na janela de buscas, usando a palavra dioxina).
Imunoglobulinas são uma parte chave da resposta adaptativa dos sistemas imunológicos quanto a materiais exógenos (antígenos) que invadem o organismo, como os agentes infecciosos. As imunoglobulinas reagem quimicamente com os antígenos atenuando ou destruindo sua virulência. A imunoglobulina IgG é uma forma de imunoglobulina que engloba aproximadamente 75% das imunoglobulinas nos indivíduos saudáveis e por isso desempenham um papel na resistência normal às doenças. |
O que eles fizeram? Baccarelli et al. mediram a IgG e os níveis de dioxina em 62 indivíduos amostrados aleatoriamente de áreas mais fortemente contaminadas pela dioxina em razão do acidente, além de outras 59 pessoas selecionadas também de forma aleatória de área do entorno não contaminada. Eles então usaram procedimentos estatísticos para assegurassem a relação entre a IgG e a exposição à dioxina, enquanto controlaram as variáveis relevantes que poderiam gerar confundimentos.
O que eles descobriram? Os níveis de IgG foram mais baixos nas pessoas com alta contaminação de dioxina no sangue (quadro abaixo). As relações foram estatisticamente altamente significativas (p < 0.0002).
from Baccarelli et al. 2002 |
O que isso significa? A supressão da dioxina no sistema imunológico persiste juntamente com a contaminação ela mesma, décadas depois da exposição.
Se esta associação estatística é o resultado dos efeitos nefastos da exposição inicial à dioxina ou esta supressão do sistema imunológico é devida à força da persistência da dioxina não pode ser determinado pelas análises de Baccarelli et al. O resultado líquido, no entanto, é o mesmo. Pessoas expostas à dioxina são menos propensas a resistir com a mesma eficiência a agentes infecciosos quando comparadas com pessoas não expostas.
Como Baccarelli et al. discutem, estes resultados são destacadamente consistentes com a ampla variedade de outras pesquisas sobre ao enfraquecimento do sistema imunológico à dioxina, tanto em humanos como animais de laboratório.
“Numerosos estudos experimentais mostraram que a dioxina TCDD pode suprimir tanto as respostas imunológicas humorais como as mediadas pela célula (Birnbaum and Tuomisto 2000; Kerkvliet 2002). A inibição da secreção da imunoglobulina foi demonstrada em múltiplas espécies animais (Birnbaum and Tuomisto 2000; Nohara et al. 2002; Vorderstrasse et al. 2001), como também linfócitos humanos in vitro (Sulentic et al. 2000). Os pesquisadores Zober et al. (1994) detectaram uma incidência aumentada de doenças infecciosas e parasitárias em um pequeno estudo coorte retrospectivo de trabalhadores expostos à dioxina TCDD, mas os diagnósticos clínicos foram mal definidos”. |
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, agosto de 2013.