Uma obra orçada em 16 bilhões, mas que passados dois anos já ultrapassou a margem de R$ 30 bilhões. Esta é a realidade da Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira, no Rio Xingu, Pará. Com quase um ano de atraso, os gastos públicos com o empreendimento ainda podem ser maiores, segundo noticiou o Estado de S.Paulo no domingo, 13 de maio.
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Obra tem quase um ano de atraso. Usina deve entrar em funcionamento em dezembro de 2014. Foto: minplanpac
Além do orçamento da obra ter sido superado, também estaria comprometida a rentabilidade do negócio. A margem de retorno real caiu de 10,5% ao ano, em 2010, para 6,5%, agora, em 2013. Arrematada pela Norte Energia em um leilão em abril de 2010, a usina tem previsão inicial para entrar em atividade em dezembro de 2014, mas falta 70% da obra a serem construídos. A empresa Norte Energia disse que os valores foram corrigidos em R$ 28 bilhões.
Fator condicionantes
No inicio de 2013 foi noticiado pelo EcoD que a Hidrelétrica do Belo Monte poderia ter o andamento comprometido por não ter cumprido suas condicionantes. A Norte Energia, ao ter o licenciamento ambiental da obra, se comprometeu em implantar um sistema de saneamento básico nos municípios paraenses de Altamira, Vitória do Xingu, Belo Monte e Anapu.
Como forma de ressarcimento social e ambiental, a empresa teria que fornecer esgotamento sanitário, abastecimento de água, aterro sanitário, remediação (recuperação e revitalização da área) do lixão e drenagem urbana a estas localidades, mas até janeiro a Norte Energia não cumpriu o acordo.
A usina deve gerar 11.233 megawatts (MW) no Rio Xingu, mas além dos gastos financeiros, a obra tem sido alvo de ações da sociedade civil por impactos ambientais e sociais. Entre os índios do Xingu, cerca de oito etnias, já se somam 15 invasões.
* Publicado originalmente no site EcoD.