https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2412714121
Maureen Cropper [email protected], Sarah Dunlop , Hudson Hinshaw,+2, e
Christos Symeonides
16 de dezembro de 2024
[NOTA DO WEBSITE: Esse material publicado pela Academia Nacional de Ciências dos EUA, é simplesmente assustador. Não só pelos dados em todos os níveis que informa, mas pelo desprezo das corporações com seus CEOs, acionistas, cientistas corporativos, responsáveis públicos pela proteção da sociedade, governantes, políticos, profissionais das áreas médicas e de saúde em geral, clérigos de todas as ordens e origens, continuarem impassíveis diante desses dados. Realmente assustador! Dos dados, só o que relaciona esses plastificantes a perda de mais de 11 milhões de pontos do QI das nossas crianças, já seria mais do que suficiente para estancarmos com tudo isso aí. Voltamos a refrisar de que todos conheçamos o material que está neste nosso site: ‘Amanhã, seremos todos cretinos?”. Aqui estão os números que mostram que caminhamos não mais inconscientemente para esse abismo].
Texto sintético abaixo publicado pelo EHN/Environmental Healthy News (https://www.ehn.org/plastic-chemicals-disease-burden-2670794894.html). Face a grandeza da informação, replicamos após, o trabalho científico publicado no – Proceedings of the National Academy of Sciences – e que fundamentou a seguinte publicação:
EHN – “Para destacar os custos dramáticos dos plásticos para a saúde, um estudo recente publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences examina as cargas de doenças causadas por três produtos químicos plásticos comuns em um terço da população mundial.
Resumidamente:
- Em 2015, o bisfenol A (BPA) foi associado a cerca de 5,4 milhões de casos de doença cardíaca isquêmica e 346.000 acidentes vasculares cerebrais.
- No mesmo ano, a exposição ao DEHP foi associada a 164.000 mortes entre pessoas de 55 a 64 anos.
- Uma classe de retardadores de chamas conhecidos como PBDEs contribuiu para uma perda de 11,7 milhões de pontos de QI em crianças nascidas de mães expostas em 2015.
- A eliminação da exposição ao BPA e ao DEHP teria salvado cerca de 600.000 vidas somente em 2015.
Citação chave:
“A proteção da saúde humana contra os perigos dos produtos químicos em plásticos exigirá uma mudança de paradigma na lei química nacional em vários países, incluindo os Estados Unidos, o Canadá e a UE. Exigirá uma abordagem mais precaucionária que priorize a proteção da saúde humana e não presuma mais que os produtos químicos são seguros.”
Por que isso é importante:
Mais de 16.000 produtos químicos são conhecidos por serem usados na produção de plásticos. Embora a conexão entre BPA, DEHP e PBDEs e os danos à saúde examinados neste estudo sejam bem estabelecidos, mais de 70% dos produtos químicos conhecidos em plásticos nunca foram testados quanto à segurança, e apenas 6% estão sujeitos a qualquer tipo de regulamentação. Os autores deste estudo destacam a alta probabilidade de que outros produtos químicos comuns tenham efeitos tóxicos que ainda não são reconhecidos, e enfatizam a necessidade de regulamentações que protejam a saúde humana de forma mais eficaz.”
Texto dos ANAIS DA ACADEMIA NACIONAL DE CIÊNCIAS
(Proceedings of the National Academy of Sciences)
Significado
Produtos químicos neurotóxicos e disruptores endócrinos em plásticos representam sérias ameaças à saúde humana. Ao examinar as exposições a três produtos químicos tóxicos encontrados em plásticos e seus impactos estimados à saúde, fornecemos evidências dos benefícios à saúde pela redução das exposições químicas em plásticos. Para o ano de 2015, estimamos que a eliminação das exposições ao BPA e DEHP em países que constituem um terço da população mundial teria salvado aproximadamente 600.000 vidas. Reduzir os PBDEs a níveis limite em 2015 para mulheres dando à luz em países que respondem por 20 por cento dos nascimentos globais teria economizado aproximadamente 11,7 milhões de pontos de Quociente de Inteligência (QI). Estimamos que o benefício econômico em 2015 das reduções nas exposições a esses produtos químicos é de US$ 1,5 trilhão em dólares PPP (nt.: paridade do poder de compra) de 2015.
Resumo
Mais de 16.000 produtos químicos são incorporados em plásticos para conferir propriedades como cor, flexibilidade e durabilidade. Esses produtos químicos podem lixiviar dos plásticos, resultando em ampla exposição humana durante o uso diário. Dois produtos químicos associados ao plástico — bisfenol A (BPA) e di(2-etilhexil) ftalato (DEHP) — e uma classe de produtos químicos — retardadores de chama bromados [éteres difenílicos polibromados (PBDEs)] — estão inquestionavelmente ligados a impactos adversos à saúde e impactos cognitivos. As exposições ao BPA estão associadas à doença cardíaca isquêmica (DIC) e acidente vascular cerebral, a exposição ao DEHP com aumento da mortalidade por todas as causas entre pessoas de 55 a 64 anos e exposições pré-natais ao PBDE em mães com perdas de QI em seus filhos. Estimamos as exposições ao BPA, DEHP e PBDE em 38 países que contêm um terço da população mundial. Descobrimos que em 2015, 5,4 milhões de casos de DIC e 346.000 casos de AVC foram associados à exposição ao BPA; que as exposições ao DEHP foram associadas a aproximadamente 164.000 mortes entre pessoas de 55 a 64 anos; e que 11,7 milhões de pontos de QI foram perdidos devido à exposição materna ao PBDE. Estimamos que os custos desses impactos à saúde sejam de US$ 1,5 trilhão em dólares de paridade de poder de compra de 2015. Se as exposições ao BPA e ao DEHP nos Estados Unidos tivessem sido nos níveis de 2015 desde 2003, 515.000 mortes a menos teriam sido atribuídas ao BPA e ao DEHP entre 2003 e 2015. Se os níveis de PBDE nas mães tivessem sido nos níveis de 2015 desde 2005, mais de 42 milhões de pontos de QI teriam sido economizados entre 2005 e 2015.
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Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, janeiro de 2025