Saúde: As escolhas de estilo de vida estão sabotando a fertilidade masculina

https://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2024/12/14/impact-of-lifestyle-factors-on-male-fertility.aspx

Dr. Joseph Mercola

14 de dezembro de 2024

[NOTA DO WEBSITE: Inacreditavelmente, a chamada ‘vida moderna’, ao confrontar com moléculas que teriam sido criadas para superarem os ‘equívocos da natureza’, estão comprometendo a própria vida da humanidade e de todos os outros seres vivos. A arrogância do supremacismo branco eurocêntrico, mostra-se ‘antropocista’ e por isso, suicida, autofágica e assassina de vidas que não têm o mínimo direito de escolha. É, sem dúvida, o tempo desta visão de mundo, eliminar sua pretensa superioridade cultural e civilizatória e olhar, com gratidão por ter conseguido, apesar de todos os seus esforços belícos, extinguir completamente outras visões de mundo que estão muito mais próximas da simplicidade e da humildade de se conhecerem com Seres Coletivos, onde todos são parte da mesma Comunidade Planetária].

Resumo

  • Obesidade, dieta pobre e estresse são contribuintes significativos para a infertilidade masculina, afetando a contagem de espermatozoides, a motilidade e a integridade do DNA. Pesquisas indicam que esses fatores levam a desequilíbrios hormonais e estresse oxidativo, que prejudicam a qualidade do espermatozoide;
  • A exposição a campos eletromagnéticos (EMF) de dispositivos como celulares está ligada à fragmentação do DNA no espermatozoides, reduzindo a motilidade e a viabilidade. Essa exposição aumenta o estresse oxidativo, prejudicando ainda mais a saúde reprodutiva;
  • Álcool e fumo têm efeitos prejudiciais na qualidade do sêmen ao interromper o equilíbrio hormonal e danificar as células espermáticas. Esses hábitos estão associados à redução da contagem de espermatozoides, motilidade e fertilidade geral;
  • Mudanças no estilo de vida, incluindo uma dieta saudável e exercícios regulares, melhoram as características do espermatozoide e a saúde reprodutiva. Os antioxidantes desempenham um papel na redução do estresse oxidativo, melhorando a qualidade do espermatozoide;
  • Entender o impacto das escolhas de estilo de vida na fertilidade masculina é crucial para lidar com o declínio da saúde reprodutiva. Medidas proativas ajudarão a melhorar as perspectivas de fertilidade e contribuirão para estratégias mais amplas de saúde pública.

Há um declínio significativo na contagem de espermatozoides nas últimas décadas, destacando uma tendência preocupante na saúde reprodutiva masculina.1 Embora as causas exatas permaneçam obscuras, certos fatores de estilo de vida aumentam o risco.

Entender a relação entre escolhas de estilo de vida e infertilidade masculina é crucial para lidar com o declínio global do potencial reprodutivo. Ao reconhecer os vínculos intrincados entre dieta, exposições ambientais e saúde reprodutiva, você poderá tomar medidas proativas para melhorar sua fertilidade.

Estudo abrangente relaciona escolhas de estilo de vida à infertilidade masculina

A infertilidade masculina é caracterizada pela incapacidade de conceber após um ano de relações sexuais regulares e desprotegidas. Essa condição abrange vários problemas, incluindo baixa contagem de espermatozoides, motilidade reduzida dos espermatozoides e morfologia anormal (formato) dos espermatozoides.

Homens que estão lutando contra a infertilidade frequentemente enfrentam sofrimento emocional, baixa autoestima e relacionamentos tensos, impactando sua qualidade de vida geral. No entanto, fazer mudanças significativas em seu estilo de vida pode ser a chave para lidar com essa condição generalizada.

Uma revisão recente publicada no periódico JBRA Assisted Reproduction investigou como vários fatores de estilo de vida impactam a fertilidade masculina, com foco especial na qualidade do espermatozoide e na saúde reprodutiva.2 A pesquisa analisou dados de mais de 217 artigos publicados entre janeiro de 2000 e dezembro de 2022, abrangendo um grupo diverso de homens afetados por problemas de infertilidade relacionados ao seu estilo de vida.

A população do estudo incluiu homens com infertilidade, com ênfase naqueles cuja saúde reprodutiva foi influenciada por fatores como obesidade, dieta inadequada, estresse, exposição a campos eletromagnéticos (EMF), tabagismo e consumo de álcool. As descobertas revelaram que essas escolhas de estilo de vida comprometem gravemente a contagem de espermatozoides, a motilidade, a morfologia e a integridade do DNA, todos os quais são essenciais para uma concepção bem-sucedida.3

“A contagem de espermatozoides, a motilidade, a morfologia e os danos ao DNA são todos comprometidos por fatores de estilo de vida, que também podem afetar a regulação endócrina das funções reprodutivas. O desejo de um casal por um filho será mais bem-sucedido se outros elementos contribuintes, como fatores genéticos, considerações clínicas e fatores de trabalho e ambientais também forem levados em consideração.” 4

Obesidade e má nutrição — dois fatores comuns de estilo de vida associados à infertilidade masculina

Uma das descobertas mais notáveis ​​foi a ligação entre obesidade e fertilidade reduzida. A obesidade está ligada à menor contagem de espermatozoides e danos ao DNA, pois leva a desequilíbrios hormonais que afetam a espermatogênese, que é o processo pelo qual os espermatozoides são produzidos. Descobriu-se que homens com sobrepeso e obesos tinham contagens de espermatozoides mais baixas, concentração de espermatozoides diminuída e volume de ejaculação reduzido.5

“Homens com sobrepeso têm três vezes mais probabilidade de ter uma contagem de espermatozoides menor que 20 milhões/ml do que homens com peso saudável, e isso indica oligozoospermia. Homens com IMC maior (>25 kg/m 2 ) tiveram uma contagem total de espermatozoides menor em comparação a homens com peso de IMC normal”, observaram os autores.

O estudo também destacou que a obesidade afeta diretamente o equilíbrio hormonal ao diminuir os níveis de testosterona livre e os hormônios essenciais para a produção de espermatozoides, como o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Além disso, o excesso de gordura corporal leva à adiposidade escrotal, que causa estresse pelo calor testicular e subsequente estresse oxidativo, prejudicando ainda mais a qualidade do espermatozoide.6

No entanto, os efeitos são bidirecionais, pois a infertilidade também leva à obesidade — De acordo com estudos, homens com qualidade de sêmen reduzida correm maior risco de desenvolver resistência à insulina, uma condição também intimamente associada a escolhas de estilo de vida. Essa conexão ressalta o impacto mais amplo dos fatores de estilo de vida na saúde geral e na função reprodutiva.7

Por outro lado, consumir uma dieta pobre, rica em alimentos processados, mas carente de nutrientes essenciais, aumenta o estresse oxidativo, levando à redução da qualidade do sêmen e danos ao DNA do espermatozoide.8 Dietas ricas em alimentos processados ​​e açúcares refinados levam a níveis mais altos de espécies reativas de oxigênio (ROS/reactive oxygen species), que danificam o material genético dentro das células espermáticas.

Esse estresse oxidativo prejudica a motilidade e a viabilidade do espermatozoide, dificultando que não só alcance mas fertilize o óvulo. De acordo com os pesquisadores:

“O aumento do estresse oxidativo testicular e seminal, bem como a fragmentação do DNA do espermatozoide e a diminuição da condensação da cromatina estão todos ligados à ingestão alimentar deficiente. Por exemplo, um estudo experimental mostrou uma diminuição na altura e no diâmetro do epitélio seminífero e dos túbulos seminíferos em camundongos alimentados com uma dieta rica em gordura, levando a alterações reprodutivas e metabólicas de longo prazo.” 9

Estresse, tabagismo e consumo de álcool também levam à infertilidade

O estresse psicológico também é conhecido por afetar negativamente a qualidade do espermatozoide. Um fator crucial pelo qual isso acontece pode ser devido às mudanças na produção e nas concentrações de certos hormônios do estresse, como cortisol e prolactina — estes prejudicam os parâmetros do espermatozoide.10

O estresse também impacta a espermatogênese — o processo de produção de espermatozoide — ao diminuir os níveis de testosterona.11 O estresse crônico leva a desequilíbrios hormonais que interrompem o delicado processo de desenvolvimento do espermatozoide, resultando em suas contagens mais baixas e redução de sua qualidade. O gerenciamento do estresse é, portanto, essencial para manter funções reprodutivas saudáveis.

Além disso, vícios como fumar e consumo excessivo de álcool diminuem ainda mais a qualidade do sêmen ao afetar o equilíbrio hormonal e a produção de espermatozoide. Essas substâncias interrompem o equilíbrio hormonal e danificam diretamente as células espermáticas, tornando mais difícil para os homens conceberem.

O consumo de álcool foi associado ao encolhimento testicular, redução da libido e mudanças desfavoráveis ​​nos parâmetros do sêmen.12 Enquanto isso, o tabagismo foi associado à diminuição da qualidade do sêmen e à espermatogênese prejudicada, reduzindo ainda mais a fertilidade. De acordo com o estudo:

“Os efeitos deletérios do tabagismo nos parâmetros do sêmen foram confirmados em um estudo de meta-análise. Foi descoberto que o tabagismo estava associado à diminuição do volume do sêmen (-0,25 mL), contagem total de espermatozoides (-32,2 milhões/mL), concentração (-7,1 milhões/mL), morfologia e motilidade normais (1,9%) em todos os 57 estudos (29.914 participantes) que examinaram o impacto dos fatores de estilo de vida na infertilidade masculina.” 13

Exposição a CEMs — Outro fator de risco significativo para infertilidade

Pode-se ter as legendas em português com a tradução mecânica. Não é o ideal, mas nos dá chances de conhecer esta entrevista.

Um fator furtivo que o torna infértil é sua exposição a campos eletromagnéticos (EMFs) e radiação de radiofrequência de tecnologias sem fio, como celulares e Wi-Fi. Na verdade, acredito que esta seja a razão mais significativa pela qual as contagens de espermatozoides estão diminuindo hoje.14

O estudo em destaque observa que a exposição a CEMs demonstrou afetar negativamente a motilidade e a viabilidade dos espermatozoides;15 homens que carregavam seus telefones nos bolsos das calças experimentaram níveis mais altos de fragmentação de DNA em comparação com aqueles que mantinham seus telefones nos bolsos das camisas. Os pesquisadores também observaram que a exposição a CEM aumenta as ROS/reactive oxygen species nas células de Leydig. Isso resulta em DNA de esperma danificado e motilidade de esperma reduzida, comprometendo a capacidade dos homens de conceber.

“O uso do celular por longos períodos, como 18 horas por dia, causou menor contagem de espermatozoides e células de Leydig em homens, especialmente aqueles que estão em idade reprodutiva”, afirmaram os autores.16 (nt.: para se entender o significado das células Leydig, ver o documentário ‘Agressão ao homem‘ e as informações fornecidas pela tradução abaixo).

Célula de Leydig: produz a testosterona, hormônio que vai ‘ensinando’ o feto masculino a se diferenciar do feminino. No desenvolvimento desta jornada, na fixação das características externas da genitália, há a necessidade da testosterona passar a dihidrotestosterona, o potente hormônio masculinizante DHT.

NOTA – quando se cita a importância das células de Leydig porque são elas que comandam a ação da testosterona no processo de masculinização dos fetos XY e depois durante a existência dos machos.

A pesquisa de Martin Pall, Ph.D., ajuda a explicar por que isso ocorre (recomendo assistir à nossa entrevista completa para uma explicação mais detalhada). Quase uma década atrás, ele descobriu um mecanismo até então desconhecido de dano biológico da radiação de micro-ondas. Suas membranas celulares contêm canais de cálcio dependentes de voltagem (VGCCs) que, quando ativados por micro-ondas, liberam cerca de 1 milhão de íons de cálcio por segundo.

Esse excesso massivo de cálcio intracelular estimula então a liberação de óxido nítrico (NO) dentro da sua célula e mitocôndria, que se combina com superóxido para formar peroxinitrito. Os peroxinitritos não só causam danos oxidativos, mas também criam radicais livres hidroxila, que são os radicais livres mais destrutivos conhecidos pelo homem.

Os radicais livres hidroxila dizimam o DNA mitocondrial e nuclear, suas membranas e proteínas, resultando em disfunção mitocondrial. Em um painel de especialistas em saúde infantil de 2013 sobre exposições a celulares e Wi-Fi.17 foi observado que “A barreira testicular, que protege o espermatozoide, é o tecido mais sensível do corpo… Além de sua contagem e função, o DNA mitocondrial do espermatozoide é danificado três vezes mais se exposto à radiação do celular.”

Exposição a toxinas ambientais afeta a saúde reprodutiva masculina

Uma revisão narrativa semelhante publicada no Journal of Personalized Medicine entra em detalhes sobre como as condições ambientais afetam sua fertilidade. De acordo com os pesquisadores, embora fatores como tabagismo materno durante a gravidez, dieta ruim e aumento das taxas de obesidade sejam contribuintes suspeitos, outros fatores ambientais também afetam significativamente a fertilidade masculina — particularmente a exposição a produtos químicos disruptores endócrinos (EDCs).18

O estudo enfatiza que a exposição ambiental a produtos químicos disruptores endócrinos (EDCs/endocrine disruptors compounds) comuns, porém tóxicos, como agrotóxicos, herbicidas, bisfenol A (BPA), ftalatos, bifenilos policlorados/PCBs e metais pesados (nt.: destaque em negrito dado pela tradução), desde os estágios pré-natais até a idade adulta, também desempenha um papel fundamental na redução da qualidade do espermatozoide.19

Os EDCs/endocrine disruptors compounds têm sido associados a vários problemas de saúde, incluindo problemas reprodutivos, distúrbios de desenvolvimento e certos tipos de câncer. Esses produtos químicos funcionam principalmente ativando receptores de estrogênio em suas células, semelhante a como os EMFs ativam canais de cálcio dependentes de voltagem. De acordo com os pesquisadores:

“Atualmente, há uma atenção crescente sobre o efeito potencial que os EDCs podem ter no controle homeostático normal e no sistema reprodutivo. Esses compostos são comumente encontrados em nossos alimentos, meio ambiente e produtos de consumo.

A exposição ao BPA foi associada à diminuição das concentrações de espermatozoides e aos seus parâmetros prejudicados, bem como a uma porcentagem elevada de imaturos e níveis reduzidos de testosterona. Além disso, os ftalatos são uma preocupação particular, pois são continuamente liberados no ambiente, pois não são quimicamente ligados aos plásticos.

A utilização de ftalatos aumentou notavelmente nas últimas décadas, e eles também podem ser encontrados em materiais como cosméticos, tintas e lubrificantes. A exposição a esses produtos químicos ocorre por ingestão ou inalação, ou eles podem ser absorvidos pela pele.” 20

Estratégias úteis para melhorar sua saúde reprodutiva

Tomar medidas proativas para tratar as causas subjacentes da fertilidade masculina reduzida melhorará significativamente a qualidade do espermatozoide e a saúde reprodutiva geral. Aqui estão as principais ações para você implementar:

•Otimize seu peso por meio de uma dieta saudável — Manter um peso saudável é crucial para aumentar a fertilidade. Consumir uma dieta balanceada também ajuda a regular os níveis hormonais, reduzindo problemas de infertilidade relacionados à obesidade e melhorando a qualidade do espermatozoide.

Carboidratos saudáveis ​​devem compor a maior parte de suas refeições, com 45% a 50% de sua ingestão calórica diária proveniente de fontes de carboidratos integrais, como frutas maduras e vegetais bem cozidos; a maioria dos adultos precisa de aproximadamente 200 a 250 gramas de carboidratos por dia para obter energia celular.

O ideal é que você consuma de 0,6 a 0,8 gramas de proteína por libra do seu peso corporal ideal, ou 15% das suas calorias diárias. Recomendo obter cerca de um terço da sua proteína de fontes de colágeno.

Gorduras saudáveis ​​devem compor de 30% a 35% de suas calorias diárias e devem vir de fontes saudáveis, como manteiga, ghee e óleo de coco. Evite óleos vegetais, como de sementes e grãos, pois eles são carregados com ácido linoleico, que é o ingrediente mais pernicioso em sua dieta.

Também recomendo equilibrar seus macronutrientes de forma eficaz.

•Gerencie seu estresse — O estresse crônico interrompe o equilíbrio hormonal e prejudica a produção de espermatozoide. Incorpore técnicas de redução de estresse em sua rotina diária, como meditação, ioga, exercícios de respiração profunda ou envolva-se em atividades que você gosta. Gerenciar o estresse efetivamente apoia níveis saudáveis ​​de testosterona e melhora a função reprodutiva geral.

•Reduza sua exposição aos EDCs Embora seja virtualmente impossível evitar toda a exposição química, sua dieta, cuidados pessoais e produtos domésticos comuns provavelmente representam o risco mais imediato para sua saúde e a de sua família. Isso é particularmente verdadeiro quando se trata de produtos químicos que desregulam os hormônios. Para uma lista de diretrizes para reduzir a exposição a esses produtos químicos, confira este artigo .

•Evite a exposição a CEM — Minimize sua exposição a CEM para proteger a motilidade e a viabilidade do espermatozoide. Evite manter laptops e celulares perto de seus órgãos genitais e considere desligar o Wi-Fi à noite. Criar uma zona livre de CEM em seu quarto ajuda a reduzir o estresse oxidativo nas células espermáticas, aumentando assim a fertilidade.

•Pare de fumar e evite álcool — Eliminar o fumo e reduzir o consumo de álcool são essenciais para melhorar a fertilidade masculina. Ao abandonar esses hábitos, você aumentará significativamente a saúde do seu espermatozoide e aumentará as chances de uma concepção bem-sucedida.

Fontes e Referências

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2024