Saúde: Pesquisadores detectam níveis ‘alarmantes’ de microplásticos em amostras de cérebro humano

Na imagem BBB/brain blood barrier significa em português: barreira hematoencefálica (BHE), estrutura que protege o cérebro de moléculas ‘estranhas’.

https://www.ecowatch.com/microplastics-contamination-human-brain-health.html

Paige Bennett

22 de agosto de 2024

[NOTA DO WEBSITE: Nunca esquecer que as embalagens plásticas são as maiores vilãs nesta disseminação de micro-nanoplásticos em nossos corpos. E onde estão os ultraprocessados? Exatamente em embalagens plásticas! Ou seja, além de estar-se intoxicando com estas caricaturas alimentícias nossos filhos e filhas, seu conteúdo deve estar impregnado de micro-nanoplásticos. E mais, a embalagem vai ser jogada fora e espalhará mais plásticos pelo planeta. E este é o ciclo diabólico que enfiamos nossas crianças e mesmo nós, os adultos. E se a média do QI brasileiro está em torno de 83, quando deveria estar acima de 100, é ‘porque somos primitivos, gentinha de um país subdesenvolvido, corrupto’ e assim vai. Será que não captamos onde está a corrupção e quem corrompe e quem é vangloriado pela mídia e suas propagandas nefastas?].

É bem sabido que os microplásticos são generalizados, com cientistas encontrando microplásticos em tecido testicularpulmões e até mesmo sangue. Mas agora, pesquisadores descobriram pedaços de microplástico em amostras do cérebro humano em níveis mais altos do que o esperado.

Em um novo estudo pré-impresso publicado antecipadamente pela National Library of Medicine, cientistas analisaram o conteúdo de plástico nos fígados, rins e cérebros de corpos humanos autopsiados. Enquanto a equipe encontrou microplásticos em todos os órgãos, os cientistas estavam preocupados que a quantidade média de microplásticos nas 91 amostras de cérebro fosse entre 7 e 30 vezes maior do que a quantidade de microplásticos nas amostras de fígado e rim.

“É bem alarmante”, disse Matthew Campen, autor principal do estudo e professor de ciências farmacêuticas na Universidade do Novo México, ao The Guardian. “Há muito mais plástico em nossos cérebros do que eu jamais imaginaria ou me sentiria confortável.”

No estudo, os autores revelaram que 24 das amostras de cérebro que foram coletadas no início deste ano eram compostas por cerca de 0,5% de plástico. A quantidade de plástico encontrada nas amostras de cérebro de 2024 também foi cerca de 50% maior do que a quantidade de plástico nas amostras de cérebro de 2016.

Dos microplásticos detectados, os cientistas descobriram que o polietileno (nt.: o polímero que forma os conhecidos ‘sacos de super mercado’) era o mais prevalente. Conforme relatado pela Britannica, o polietileno é o polímero plástico mais amplamente usado globalmente e é comumente usado em embalagens e sacolas plásticas.

O estudo revelou ainda que os microplásticos estão se acumulando seletivamente no cérebro, causando um aumento na concentração de plástico no cérebro a longo prazo. Isso pode apresentar ligações entre microplásticos e certas doenças, mas mais pesquisas são necessárias para determinar os riscos.

“Os paralelos entre os dados atuais que mostram uma tendência crescente nas concentrações de MNP (nt.: sigla em inglês para identificar os micro e nanoplásticos = ‘micro (nano)plastic) no cérebro com a presença ambiental exponencialmente crescente de microplásticos e o aumento das taxas globais de doença de Alzheimer corrigida pela idade e demência relacionada, dado o papel potencial dos nanoplásticos aniônicos (nt.: são os nanoplásticos com carga negativa) na agregação de proteínas, acrescentam urgência à compreensão dos impactos do MNP na saúde humana”, concluiu o estudo.

O estudo se baseia em pesquisas anteriores, também lideradas por pesquisadores da Universidade do Novo México, que revelaram que os microplásticos ingeridos podem se mover do intestino para outros órgãos, incluindo o cérebro. Conforme relatado pela Reuters, os humanos ingerem uma média de 5 gramas de microplásticos por semana , ou cerca de 20 quilos na vida média de 79 anos, aumentando ainda mais as preocupações sobre os riscos de acumulação.

“Não sei quanto mais plástico pode se enfiar em nosso cérebro sem causar problemas”, disse Campen ao The Guardian.

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, agosto de 2024