Agricultura: Até 25% da vegetação nativa do Brasil pode estar degradada, mostra MapBiomas

Desmatamento e degradação ambiental.

https://climainfo.org.br/2024/07/08/ate-25-da-vegetacao-nativa-do-brasil-pode-estar-degradada-mostra-mapbiomas

ClimaInfo, 08 de julho de 2024.

[NOTA DO WEBSITE: Este levantamento feito pelo MapBiomas é simplesmente o retrato de como temos, os imigrantes eurodescendentes e de outras origens, como invasores, feito com aquilo que chamamos, cinicamente, de nosso País. Aqui dá se ver como definitivamente não temos nenhum sentimento de amor pelo nosso patrimônio pátrio. Assim fica comprovado, tristemente, aquilo que dizemos, de forma bruta e grosseira, ‘de que não nascemos aqui, mas sim fomos abortados neste espaço hoje chamado Brasil’. E parece haver uma comprovação disso com estes dados. Está aí, escrachado na nossa frente. E mais lamentável ainda é ter parte da população que se diz ‘nacionalista e patriota’. Mas será que isso não está demonstrando de que não sabemos onde estamos e o que estamos fazendo com as nossas riquezas? Verdadeiramente?].

Mata Atlântica é, em proporção ao seu tamanho, o bioma mais suscetível à degradação da vegetação nativa, que pode chegar a 24 milhões de hectares.

Mais da metade (64%) do Brasil está coberta por vegetação nativa. Contudo, entre 1986 e 2021, entre 11% e 25% dessa vegetação se apresentou suscetível ao processo de degradação. Isso corresponde a uma área que varia de 60, milhões de hectares, pouco maior que Minas Gerais, a 135 milhões de hectares, uma área maior que a do Pará, o segundo maior estado brasileiro.

Os dados fazem parte da nova plataforma de vetores de degradação do MapBiomas. A ferramenta permite gerar de forma inédita cenários sobre o impacto de diversos fatores que podem causar a degradação sobre a vegetação nativa em todo território brasileiro, destaca o Um só planeta.

O levantamento do MapBiomas se limita à vegetação nativa, não incluindo a degradação em áreas antropizadas, tais como lavouras e pastagens. Também não foram analisadas áreas de voçorocas, desertificação e expansão de areais. Ou seja, os números não refletem a totalidade da degradação no Brasil.

Proporcionalmente ao seu tamanho, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro que apresenta a maior área suscetível ao processo de degradação. Considerando o intervalo entre um cenário mais restritivo e outro mais amplo, esses valores podem variar entre 36% (12 milhões de ha) e 73% (24 milhões de ha) da área de vegetação nativa que ainda resta no bioma.

O intervalo com maior área absoluta degradada do Brasil fica no Cerrado. A degradação no bioma pode ir de 18 milhões de ha a 43 milhões de ha – de 19,2% a 45,3% da vegetação nativa remanescente, respectivamente.

No Pantanal, a área degradada pode variar de 800 mil ha (6,8%) até 2,1 milhões de ha (quase 19%). Embora seja um bioma que convive com o fogo, a incidência de incêndios nos últimos cinco anos fez com que 9% das formações florestais no Pantanal tenham sido degradadas, explica a Agência Brasil.

No Pampa, a área degradada pode ocupar mais da metade do que resta de vegetação nativa, de 1,7 milhão de ha (quase 19%) a 4,8 milhões de ha (55%). Já na na Caatinga pode haver 9 milhões de ha (pouco mais de 18%) a 27 milhões de ha (quase 54%) de vegetação possivelmente degradada.

A Amazônia, que é o maior bioma brasileiro, exibe percentuais baixos de degradação, de 5,4% a 9,8%. Em extensão, no entanto, os números a colocam na vice-liderança dos biomas mais degradados: de quase 19 milhões de hectares a 34 milhões de hectares – extensão menor apenas que a do Cerrado.

“É a primeira vez que a degradação [da vegetação nativa] pôde ser avaliada de forma mais ampla e em todos os biomas brasileiros, mas sabemos que esse processo ocorre em outros tipos de cobertura, como na agricultura e pastagem, além dos solos e na água, onde pretendemos avançar também com essas informações nos próximos anos”, explicou Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas.

CNNUOL e Metrópoles também repercutiram os dados de degradação do MapBiomas.