19 de julho de 2023
[NOTA DO WEBSITE: Há tantas evidências do mal que essas moléculas artificiais causam à Vida de todos os seres que nos parece ser um crime corporativo a insistência na manutenção de sua presença no planeta].
Pelo menos 97% das amostras de sangue continham um tipo de PFAS conhecido como PFOS, associado a vários problemas graves de saúde.
Pesquisadores da Califórnia encontraram novas evidências de que vários produtos químicos usados na produção de plástico e em uma ampla gama de outras aplicações industriais estão comumente presentes no sangue de mulheres grávidas, criando maiores riscos à saúde das mães e de seus bebês.
Os pesquisadores disseram que suas descobertas se somam a um crescente corpo de evidências mostrando que muitos produtos químicos aos quais as pessoas são expostas rotineiramente estão levando a mudanças sutis, mas prejudiciais na saúde. O trabalho deve ser um “alerta” para os formuladores de políticas, disseram eles.
“Esta é uma questão tão importante”, disse Tracey Woodruff, professora e diretora do programa de saúde reprodutiva e meio ambiente da Universidade da Califórnia em San Francisco (UCSF). “É urgente que façamos mais para entender o papel que os produtos químicos têm nas condições maternas e nas desigualdades de saúde. Estamos sendo expostos a centenas de produtos químicos e esta pesquisa contribui para entender melhor o impacto que eles estão causando em nossa saúde”.
Os EUA têm a maior mortalidade materna no mundo desenvolvido. As taxas de mortalidade materna nos EUA dobraram entre 1999 e 2019, com maior mortalidade para mães negras.
No estudo financiado pelo governo, publicado na quarta-feira na revista Environmental Health Perspectives, uma equipe liderada por Woodruff e outros pesquisadores da UCSF disse ter encontrado vários produtos químicos nocivos, incluindo tipos de substâncias per e polifluoroalquil (PFAS), no sangue de 302 participantes grávidas do estudo, bem como no sangue do cordão umbilical de seus bebês.
Pelo menos 97% das amostras de sangue continham um tipo de PFAS conhecido como PFOS, que há muito tempo está associado a vários problemas graves de saúde, incluindo defeitos congênitos. As novas descobertas de PFOS em amostras de sangue materno ocorrem apesar do fato de que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) anunciou um acordo com a fabricante de PFOS, 3M, há mais de 23 anos para eliminar gradualmente o uso de PFOS.
Outros produtos químicos encontrados na maioria das mulheres grávidas incluíam ácidos graxos anormais e outros produtos químicos usados para fazer agrotóxicos, certos medicamentos e plásticos (nt.: observa-se que todas as moléculas que formam esses produtos aqui citados, são artificiais. No nosso entendimento, não sendo a Vida/Gaia/Terra/Natureza quem criou, ‘não sabe o que fazer delas’. Não sabe degradá-las aos seus elementos constituintes como faz com as naturais. Será que isso não tem nada a ver?)
Os pesquisadores disseram que muitos dos produtos químicos encontrados no sangue materno estão associados a um risco aumentado de diabetes gestacional, cujas taxas estão subindo nos EUA; pré-eclâmpsia, uma complicação grave e às vezes mortal da gravidez; e hipertensão relacionada à gravidez.
Os ácidos graxos de cadeia longa encontrados anteriormente só foram documentados em pessoas que sofrem da síndrome de Reye – uma condição grave que causa inchaço no fígado e no cérebro – mas não em indivíduos saudáveis, observaram os pesquisadores.
Esses tipos específicos de ácidos graxos encontrados no sangue dos participantes do estudo são uma área de particular preocupação porque pouco se sabe sobre seus impactos na saúde e eles são usados na produção de plásticos, disse Jessica Trowbridge, outra autora do estudo afiliada à UCSF.
O trabalho, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental e pela EPA, deve ser visto como um “alerta” para os formuladores de políticas sobre os efeitos da proliferação de produtos químicos plásticos e PFAS, Woodruff disse.
O trabalho de pesquisa surge ao mesmo tempo em que novos testes encomendados pelo Grupo de Trabalho Ambiental (EWG/Environmental Working Group) encontraram a “presença generalizada” de PFAS na água potável de dezenas de cidades dos EUA. Níveis elevados de PFAS foram descobertos em Austin, Denver e Los Angeles, bem como em comunidades menores, incluindo Glencoe, Illinois; Monroe, Nova Jersey; e em outros lugares.
No início deste mês, o US Geological Survey (USGS), uma unidade do Departamento do Interior dos EUA, informou que 45% da água potável dos EUA está contaminada com PFAS.
Existem mais de 12.000 tipos de produtos químicos PFAS, que às vezes são chamados de “químicos eternos/forever chemicals” porque não se decompõem naturalmente e persistem não apenas no meio ambiente, mas também nos corpos de animais e pessoas.
Os PFAS têm sido associados a problemas de saúde, incluindo câncer, diminuição da fertilidade e doença renal. Os produtos químicos, que têm sido usados para fabricar muitos bens de consumo populares, podem vazar para a água potável de instalações industriais, estações de tratamento de esgoto, aterros sanitários ou certas espumas de combate a incêndios.
Funcionários dos EUA propuseram padrões nacionais de água potável para seis tipos de PFAS, e a Agência de Proteção Ambiental (EPA) anunciou uma nova estrutura destinada a impedir que alguns novos produtos químicos PFAS entrem no mercado.
Os gigantes químicos 3M e Dupont, e outros fabricantes, concordaram recentemente com acordos que podem fornecer às comunidades afetadas bilhões de dólares para testar os produtos químicos tóxicos e removê-los de sua água potável.
- Esta história é co-publicada com o New Lede, um projeto de jornalismo do Environmental Working Group/EWG.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, agosto de 2023.