Mais de 1,8 mil cabeças de gado são apreendidas pelo Ibama e retiradas da Terra Indígena Kayabi.

O Ibama realizou uma ação de fiscalização no interior da Terra Indígena Kayabi, localizada na divisa entre o Mato Grosso e o Pará, nos municípios de Apiacás/MT e de Jacareacanga/PA entre os dias 14 e 30/06.

 

http://www.ecodebate.com.br/2012/07/11/mais-de-18-mil-cabecas-de-gado-sao-apreendidas-pelo-ibama-e-retiradas-da-terra-indigena-kayabi/

 

boi pirata
Boi Pirata. Foto de arquivo Ibama

A área, que é de ocupação tradicional das etnias Kayabi, Munduruku e Apiaká, tem sido desmatada ilegalmente para grilagem de terras, e extração ilegal de diversos recursos naturais. Foram lavrados autos de infração que somam mais de R$ 8,5 milhões em multas e mais de 1,8 mil cabeças de gado foram apreendidas e retiradas da área, que já havia sido embargada pelo Ibama em fiscalizações anteriores.

A ação de fiscalização foi realizada no âmbito da Operação Verdes Veredas e teve como alvo área situada no município de Jacareacanga/PA. Durante a apuração das infrações foi constatada a utilização fraudulenta de Guias de Trânsito Animal (GTA) procedentes de propriedades rurais localizadas no município de Paranaíta/MT para escoamento dos bovinos produzidos ilegalmente no interior da Terra Indígena (TI). Foi apreendido ainda um trator agrícola, utilizado para manutenção das atividades pecuárias, cinco caminhões tipo boiadeiro, três motos, uma motosserra e duas armas de fogo.

Desde 2002 a área indígena tem sido alvo de irregularidades ambientais: os infratores promovem o desmatamento ilegal e, na sequência, dão início a um esquema para grilagem da terra e exploração dos recursos naturais. O Ibama constatou que a ação articulada visa a consolidação e expansão das áreas de invasão e identificou como incremento do desmatamento a formação de pastagem, descumprimento de embargo com atividade de pecuária, caça de animais silvestres e corte de espécies florestais protegidas, principalmente a castanheira.

As informações obtidas durante a ação serão encaminhadas para o Ministério Publico Federal para subsidiar a apuração dos crimes ambientais verificados e demais infrações penais vinculadas e a respectiva autoria. Segundo o chefe da divisão de fiscalização do Ibama em Sinop, Weriksson Trigueiro, as ações na área serão intensificadas para repressão das infrações ambientais e cessar a apropriação em larga e profusa escala dos recursos naturais da área protegida.

Ascom – Ibama
Foto: Ibama/MT.