Há 800 anos, povos indígenas que viveram na floresta amazônica da Guiana Francesa praticavam agricultura sem colocar fogo na mata. A conclusão é de um estudo arqueológico publicado nesta segunda-feira (9) no jornal científico “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
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Para chegar à descoberta, arqueólogos e paleontólogos analisaram vestígios de pólen, carvão e outros restos animais de mais de 2 mil anos. Com base nas amostras, eles puderam perceber qual foi o padrão de uso da terra, antes e depois da chegada dos primeiros colonizadores europeus, em 1492.
De acordo com a pesquisa, estes povos agricultores construíam pequenos montes agrícolas, que proporcionavam melhor drenagem, aeração do solo e retenção de nutrientes. A técnica seria ideal para as condições amazônicas, que combina secas e cheias. Além disso, a falta de queimadas conservaria matérias orgânicas.
Já após a chegada dos colonizadores europeus, o número de queimadas teria aumentado. A descoberta é oposta a pesquisas anteriores, que diziam que os focos de incêndio diminuíram após o ingresso dos europeus.
Para José Iriarte, coordenador do estudo, o método de cultivo agrícola sem queimadas, usado há 800 anos, “pode se tornar uma alternativa para a queimada de florestas tropicais”, usada para abrir novas áreas para agricultura. (Fonte: Globo Natureza)