As autoridades bolivianas preparam os detalhes para a investidura do presidente Evo Morales (foto), que acontecerá nas ruínas de Tiahuanaco, hoje, um dia antes que o chefe de Estado inicie oficialmente seu terceiro mandato consecutivo até 2020. Morales, reeleito nas eleições de outubro com mais de 61%, será ungido líder dos povos indígenas, em Tiahuanaco, a 71 quilômetros de La Paz, a capital do antigo império pré-colombiano com o mesmo nome – cuja cultura se desenvolveu entre os anos 1580 antes de Cristo e 1172 de nossa era -, após ser submetido a uma série de rituais para entrar em contato com as fontes de energia do lugar.
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/539195-evo-lider-dos-povos-indigenas
A reportagem é publicada por Página/12, 21-01-2015. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/vDtZGB |
O sítio onde Morales assumirá a presidência, que é Patrimônio da Humanidade desde 2000, tem grande significado espiritual para o mundo andino e por isso foi escolhido pelo governo boliviano em 2006, 2010 e neste ano para as investiduras indígenas do mandatário. A cerimônia começará com um ritual de limpeza deMorales, que depois será vestido com um ch’uku (gorro cerimonial de quatro pontas) que contará com uma figura do sol banhada em ouro e uma túnica ou unku tecida em fibra de vicunha, que também terá um peitoral banhado nesse metal precioso. Além disso, o mandatário portará um báculo e calçará sandálias.
A cerimônia continuará com a visita do governante ao Museu Lítico de Tiahuanaco, onde está o antigo monolito Bennet, de 7,8 metros de altura e 20 toneladas de peso. Em meio a rituais dirigidos por “amautas” (sábios aimarás), Morales caminhará rumo ao que resta da pirâmide de Akapana e, em seguida, ao templo de Kalasasaya, onde está a Porta do Sol, para receber os mandatos indígenas na escadaria do local.
Uma guarda indígena formada por 600 aimarás vigiará o evento, com a missão de cuidar do presidente, disse um dos líderes indígenas de Tiahuanaco, Clemente Chiquipa, segundo a agência estatal ABI.
“São 300 mulheres e 300 homens organizados na Guarda Originária. Já estamos prontos e na madrugada do dia 21 de janeiro assumiremos nossos postos ao redor do centro cerimonial”, apontou Chiquipa. Também está prevista a renúncia coletiva dos 20 ministros de Morales, como é habitual ao finalizar cada ano de gestão do Executivo boliviano. A renúncia em bloco do gabinete sempre acontece no dia 21 de janeiro, um dia antes da celebração do Dia do Estado Plurinacional, data festiva decretada em 2010 para recordar a chegada de Morales ao poder, pela primeira vez em 2006.
É provável que o mandatário divulgue na sexta-feira os nomes do gabinete com o qual iniciará seu terceiro mandato. Amanhã acontece a posse oficial de Morales e de seu vice-presidente, Alvaro García Linera, na sede do Parlamentoem La Paz, em um ato no qual se aguarda a presença de “seis a sete presidentes”, anunciou esta semana o governante.
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