O modelo prática agroflorestal desenvolvida pela Cooperafloresta junto às famílias agricultoras dos Assentamentos de Reforma Agrária do Sul e Sudeste do país expande fronteiras dentro do país, com a realização de um estágio em uma agroflorestal do Distrito Federal. Trata-se de mais uma frente de atuação da segunda etapa do Projeto Agloflorestar, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental.
http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2014/07/05/106777-associacao-congrega-praticas-agloflorestais-de-todo-o-pais.html
Representantes das famílias agricultoras de assentamentos de sete municípios (cinco deles no Paraná e dois em São Paulo, Apiaí e Ribeirão Preto), que têm a rubrica da Cooperafloresta – em áreas nas quais a Associação atua – estão em campo trocando experiências em uma olericultura agroflorestas em Brasília.
Integrantes do ‘Projeto Flora: Florestando a Reforma Agrária – Cultivando Agrobiodiversidade no PR’ (também patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental) para o qual a Cooperafloresta presta assessoria técnica, também fazem parte do grupo .
“Os intercâmbios para trocas de conhecimentos entre as famílias agricultoras agroflorestais de todo o País é um dos pilares para o sucesso deste modelo de manejo, que necessita de apoio, assessoramento técnico nos processos de organização, formação e, principalmente, na capacitação das famílias agricultoras”, explica o engenheiro agrônomo Nelson Eduardo Correa Neto, coordenador do Projeto Agroflorestar.
Nelson, que também é técnico da Cooperafloresta, ainda enfatiza que “aferir o sucesso das agloflorestas e suas amplas possibilidades, a exemplo desta em que estamos realizando este estágio, torna-se ainda mais motivador para os participantes, que já se engajaram nesta proposta modelo, mas tornam-se multiplicadores, cada qual em seu assentamento. Nossa meta é intensificar os intercâmbios visando à maior produtividade e saciando os anseios diversos das famílias agricultoras”, completa Nelson Eduardo Correa Neto.
Olericultura Agroflorestas no Distrito Federal – Trata-se de uma área que abrange o cultivo agroflorestal de um grande número de hortaliças, que são cultivadas em uma sucessão de tempo diversa priorizando as da estação. “Nesta Olericultura Agroflorestas conseguimos demonstrar manejos agroflorestais diversos, que seguem o mesmo Modelo Agroflorestal, explica Nelson, que completa:
“O material vegetal pré-existente é cortado e disposto de forma ordenada e com arranjo definido no solo, sem a utilização de fogo. Ao longo do tempo, há um manejo intensivo da vegetação, especialmente na poda e na disposição do material podado no solo. Desta maneira, o aproveitamento da matéria orgânica pela vida do solo é ainda maior que nas clareiras naturais. A água entra melhor na terra, com muito alimento gerado pelas folhas, madeiras e raízes. A grande diferença reside na diversidade do solo, clima e a sucessão de tempo no cultivo de hortaliças”, esclarece o coordenador do Projeto Agroflorestar.
Sistemas Agroflorestais em Assentamentos de Reforma Agrária – Atualmente, cerca de 180 famílias agriculturas assentadas, distribuídas nos municípios de Morretes, Antonina, Paranaguá, Serra Negra (Litoral do Paraná), Lapa (Região Metropolitana de Curitiba/PR), Ribeirão Preto e Apiaí (ambos em São Paulo) estão adotando a produção agroflorestal, tornando seus lotes em um modelo viável para uma produção alternativa à monocultura e um exemplo de reforma agrária bem-sucedida.
Cada localidade com suas peculiaridades climáticas e comunidades diversas, estão se integrando em torno de um só objetivo: proteção e recuperação ambiental aliadas ao resgate da dignidade de vida das famílias.
“Percebemos que o êxito da agrofloresta em cada localidade é fundamental para o sucesso do próprio assentamento, potencializando sua proposta de reunir recuperação ambiental e produção. O que nos deixa exultante é perceber que as lideranças e famílias locais de cada um dos assentamentos estão se apropriando, cada vez mais, do Projeto Agroflorestar da Cooperafloresta e sua proposta”, comemora o engenheiro Nelson.
“Apesar dos assentados já terem conhecimento sobre o respeito ao meio ambiente em razão do engajamento na causa da Reforma Agrária, na maioria dos lotes, a exemplo dos de Ribeirão Preto, as terras estão desgastadas pelo uso de agrotóxicos, heranças deixadas pelo cultivo da cana de açúcar”, finaliza Nelson Correa Neto.
(Fonte: Cooperafloresta)