A armadilha do PET 2 – Garrafas PET não são aprovadas para serem reutilizadas para bebidas.

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O Carnaval acabou – o e o problema da de milhares de toneladas de plástico provenientes das fantasias, embalagens, sacos, copos e garrafas plásticas ficam. O meu artigo “A armadilha do PET”, originalmente publicado no portal EcoDebate e no Diário Liberdade algumas semanas antes do Carnaval, foi um grande sucesso. Ele atraiu milhares de leitores e fans e foi copiado em dezenas de sites do World Wide Web. Mas a temática Garrafa de PET não acaba com ele.

 

http://www.ecodebate.com.br/2014/03/10/a-armadilha-do-pet-2-garrafas-pet-nao-sao-aprovadas-para-serem-reutilizadas-para-bebidas-por-norbert-suchanek/

garrafa PET

“Ar condicionado em minutos: faça o seu com garrafa PET”, “Luminária feita com garrafa PET“, “Tomateiro em garrafa PET“, “Coruja de garrafa PET”, “Palco de garrafas PET”, “Como fazer uma horta com garrafa PET”, “Prancha feita de garrafa PET”,… Milhares de websites e jornais com a bandeira “verde” ensinam milhares de possibilidades de reutilizar garrafas de PET. Mas o pior uso de uma garrafa de PET é reutilizá-la como garrafa para água ou outras bebidas. E o pior do pior é usá-la para bebidas alcoólicas, como a nossa tradicional cachaça. Garrafas de PET são em geral produzidas para serem utilizadas uma única vez, são garrafas descartáveis. Por isto o material só é aprovado para ser usado, no máximo, uma vez para bebida de consumo humano. Já o primeiro uso mostra um risco de contaminação com elementos químicos da produção de PET, um risco que as autoridades de vigilância sanitária e da saúde do país ainda acham mínimo ou desprezível.

Mas cada reutilização da garrafa com uma nova bebida aumenta o risco. Substâncias tóxicas como o no PET podem entrar no líquido e em seguida podem causar doenças, como o . Especialmente quando o líquido está com um grau de álcool acelerado, como na cachaça, com uma média de 40 graus de álcool, o risco é ainda mais alto. Porque o álcool superior à 20% é mais agressivo e pode absorver os pequenos elementos tóxicos do plástico, como a substância orgânica Bisfenol-A (BPA), entre outras.

Para pessoas que gostam de uma boa cachaça de alambique de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo ou do Nordeste, reutilizar garrafas de PET é uma maldição. Muitos pequenos produtores deixaram de colocar a pinga num garrafão de vidro em troca da mais barata e mais leve garrafa de plástico. Mas além de criar um risco à saúde do consumidor – beba com moderação! – o PET não é um material inerte como o vidro. PET comum tem um risco alto de alterar o sabor da bebida e na verdade estraga a cachaça.

Espero que este artigo chegue as mãos dos produtores de cachaça, para salvar este patrimônio brasileiro e seus consumidores.

Norbert Suchanek, Correspondente e Jornalista de Ciência e Ecologia, é colaborador internacional do EcoDebate.

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