Pesquisa da USP muda alimentação de gado e obtém carne mais saudável.

Um estudo da USP de Pirassununga (SP) desenvolveu uma carne bovina mais saudável. Pesquisadores da Faculdade de Engenharia dos Alimentos enriqueceram a ração servida ao gado com minerais e vitaminas. Com isso, os nutrientes passaram para a carne. Após um teste feito em um asilo, ficou comprovada a diminuição do nível de colesterol em 13% nos idosos. Empresas já demonstraram interesse, mas ainda não há uma previsão de quando o produto estará à venda nos supermercados.

 

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Durante três meses, os bois comeram quatro tipos de ração. Uma enriquecida com óleo de canola. A outra mistura teve vitamina E e selênio, um mineral. A terceira dieta recebeu os três suplementos, enquanto um grupo de animais comeu só a ração tradicional, à base de milho e soja.

Depois do abate, as carnes foram analisadas no laboratório e os resultados comprovaram um produto mais saudável. “Houve a redução do colesterol na carne e nós esperamos que esse mesmo processo aconteça com os idosos que irão consumir o alimento”, disse a pesquisadora Lisia Bertonha.

Segundo o professor Marcus Antonio Zanetti, a ideia foi reduzir a gordura saturada, que é ruim e pode causar doenças cardiovasculares, e aumentar a gordura insaturada, por meio da utilização do óleo de canola. “Aumentamos também o teor de ômega 4 na dieta e paralelo a isso elevar o nível de selênio e vitamina E, dois importantes antioxidantes”, explicou.

Benefícios – A carne fortificada dura pelo menos um dia a mais na geladeira. O alimento apresentou ainda uma quantidade de selênio seis vezes maior que a carne comum, o que traz benefícios.

“Pode-se evitar doenças inflamatórias e melhorar a imunidade dos idosos. Existem pesquisas que têm comprovado que podem até reduzir o câncer a longo prazo, já que ele combate radicais livres”, explicou a pesquisadora.

O estudo também avaliou os efeitos da carne no homem. Idosos de um abrigo em Leme (SP) comeram o alimento três vezes por semana, durante três meses e aprovaram o sabor.

Os pesquisadores encontraram no sangue dos idosos uma alta concentração de selênio, o que aumenta a imunidade. Segundo o professor da USP, a nova carne ajuda a suprir a quantidade diária recomendada do mineral. “Um bife de 100 gramas já seria suficiente para o individuo que atingisse as suas necessidades darias totais de selênio”, disse.

Alimentos – O selênio está presente no farelo de trigo. Os nutricionistas recomendam a ingestão de uma a duas colheres de sopa por dia. O melhor é colocar o farelo sobre o prato de comida.

A castanha do pará é o alimento mais rico em selênio, basta comer uma por dia. Outra fonte importante de selênio são os peixes de água salgada. O ideal é consumir uma porção de filé ou posta de 120 gramas, no mínimo, duas vezes por semana.

(Fonte: G1)