Relatório aponta para um ‘declínio alarmante’ da biodiversidade nos rios e lagos da Europa.

Aproximadamente 44% de todos os moluscos de água doce, 37% dos peixes de água doce e 23% dos anfíbios estão sob ameaça na Europa. A nos rios e lagos da Europa está encolhendo. Poluição, pesca excessiva, perda de hábitat e a introdução de espécies invasivas ameaçam um grande número de peixes, moluscos, lesmas e plantas, segundo um novo relatório da Comissão Europeia.

 

http://www.ecodebate.com.br/2011/11/25/relatorio-aponta-para-um-declinio-alarmante-da-biodiversidade-nos-rios-e-lagos-da-europa/

 

Publicado em novembro 25, 2011

 

A situação para os animais terrestres não é muito melhor. Reportagem em Der Spiegel.

A Comissão Europeia alertou nesta semana sobre um “declínio alarmante” na herança natural do continente, com um novo relatório sobre espécies ameaçadas. Os peixes de água doce, anfíbios, plantas vasculares e, acima de tudo, os moluscos estão sob ameaça particular, segundo a “Lista Vermelha Europeia”, que investigou a saúde de cerca de 6 mil espécies.

“Os ecossistemas de água doce europeus estão realmente sob séria ameaça, o que exige uma ação urgente de conservação”, disse a coordenadora do estudo, Annabelle Cuttelod, em uma declaração.

A poluição, pesca excessiva, perda de hábitat e a introdução de espécies não nativas são todas responsáveis pelo declínio das espécies aquáticas na Europa, segundo uma nova pesquisa, realizada juntamente com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Aproximadamente 44% de todos os moluscos de água doce, 37% dos peixes de água doce e 23% dos anfíbios estão atualmente sob ameaça, ele apontou.

Enquanto isso, os animais que vivem próximos e dependem das fontes de água, cada vez menores e mais sujas, também sofrem. Cerca de 20% dos moluscos terrestres, 19% dos répteis, 15% dos mamíferos e libélulas, e 13% dos pássaros também estão ameaçados, mostrou a pesquisa.

O esturjão está entre a espécie mais ameaçada de peixe, com sete das oito variedades da Europa entrando na categoria “criticamente ameaçada”. As espécies são divididas entre oito categorias: pouca preocupação; quase ameaçada; vulnerável; criticamente ameaçada; regionalmente extinta; extinta na natureza; e extinta.
Pequenas vitórias

As plantas também não foram poupadas, com quase 500 espécies vasculares sob ameaça. Os animais dependem das variedades silvestres das plantações cultivadas pelos seres humanos, mas muitas delas foram negligenciadas pelos conservacionistas, apontou a Comissão Europeia. Uma prima da beterraba cultivada, a Beta patula, que aumenta a resistência a vírus, agora está classificada como “criticamente ameaçada”. Plantas comuns como beterraba, trigo, aveia e alface também apresentaram, “níveis preocupantes de ameaça”.

Apesar dessas preocupações, há alguns desenvolvimentos positivos graças aos esforços de conservação de espécies como a Diretriz para Hábitat e Natureza da União Europeia de 2000, apontou o estudo. Após a proteção rígida da planta corsa Centranthus trinervis, que cresce em apenas um local conhecido, ela passou de “criticamente ameaçada” para “ameaçada”. Lesmas antes ameaçadas da Ilha da Madeira se beneficiaram com os controles sobre espécies invasivas de plantas e sobre as populações de cabras e ratos.

A Lista Vermelha Europeia é compilada usando critérios da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas global da UICN, mas se concentra nas ameaças regionais e ajuda nos esforços de conservação direcionados. Em maio passado, a União Europeia adotou uma “Estratégia de Biodiversidade” visando impedir o declínio das espécies até 2020. As metas incluem, entre outras coisas, a implantação de legislação adicional para conservação, melhores proteções e infraestrutura mais verde.

Tradução: George El Khouri Andolfato

Reportagem de Der Spiegel.