Publicidade infantil: estudo sobre impactos econômicos de proibição reacende debate.

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Um estudo feito a pedido da empresa Maurício de Sousa Produções (MSP) calcula que a cadeia produtiva do setor de conteúdo infantil terá prejuízos de cerca de R$ 33 bilhões e fechamento de 700 mil empregos, caso seja acatada a resolução 163 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da e do Adolescente), que considera abusiva toda a publicidade e comunicação.

 

http://www.ecodebate.com.br/2014/12/16/publicidade-infantil-estudo-sobre-impactos-economicos-de-proibicao-reacende-debate/

 

Publicidade infantil abusiva está proibida por resolução de conselho (mojzagrebinfo/ CC0 Public Domain)

 

Um estudo feito a pedido da empresa Maurício de Sousa Produções (MSP) calcula que a cadeia produtiva do setor de conteúdo infantil terá prejuízos de cerca de R$ 33 bilhões e fechamento de 700 mil empregos, caso seja acatada a resolução 163 do Conanda(Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que considera abusiva toda a publicidade e comunicação mercadológica dirigida à criança e ao adolescente.

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O levantamento feito pela consultoria GO Associados , divulgado na última semana, afirma que as perdas salariais chegariam a R$ 6,4 bilhões e haveria um recuo de R$ 2,2 bilhões na arrecadação do governo. Monica Sousa, filha do cartunista e criador da Turma da Monica – a maior produtora de conteúdo infantil do país –  defende que a medida é prejudicial.  “Essa maneira de pensar que proibição é melhor do que tudo, que a família não tem condição de avaliar, eu vejo como uma forma de subestimar a família”, disse durante o lançamento da pesquisa.

Para a publicitária Nádia Rebouças, que integra o Rebrinc (Rede Brasileira Infância e Consumo)e o Conselho do Instituto Alana, o estudo faz uma “avaliação catastrófica” da mudança para assustar o mercado e impedir o avanço da resolução. Ela compara as novas regras da publicidade infantil com a proibição dos anúncios de cigarro, ocorrida no início dos anos 2000.

“Era impossível de se pensar que ia destruir a propaganda, o patrocínio da Fórmula 1, dos esportes – porque nós éramos um país que tinha o cigarro ligado ao esporte profundamente. Então, isso não mudou? Alguém faliu? Deixou-se de vender cigarro? Não. Apenas a sociedade escolheu que isso não é um valor para ser anunciado e repetido em um país em que as crianças ficam em frente a televisão por seis horas (por dia), em média.”

Nádia defende que a sociedade brasileira está passando por um momento de profunda transformação de valores em que os pais estão se conscientizando cada vez mais sobre o que é adequado para seus filhos, mas que a mudança não se dá de maneira uniforme.  “Nós não podemos acreditar que o nível de informação de todos os pais é igual para que eles tenham a autonomia de dizer sim ou não ao produto. Não é essa a realidade do país”, diz.

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Além disso, ela destaca que a publicidade infantil implica em outros problemas, além do estímulo ao consumo exagerado. “Controlar a publicidade infantil resolve problemas da saúde, não só de , que reflete em vários outros, mas como problemas de sensualidade precoce. O problema é que por na ponta do lápis o custo dessa decisão para o lado social é muito complexo”.

Fonte: EBC

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