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25 de novembro de 2024
[NOTA DO WEBSITE: Notícia que mostra como todo o planeta foi e é permanentemente contaminado por moléculas sintéticas que se presume, falsamente, quando lançadas que seriam inócuas. No entanto, os tempos atuais têm mostrado que sendo sintética já é um agravante como temos visto em todas as áreas onde elas são empregadas. Pensamos que tenha chegado o tempo de pararmos de ser irresponsáveis com o futuro das novas gerações e sermos mais congruentes com nossas tecnologias artificiais].
“Sur le Front” analisa vários tipos de poluição da água, antes de delinear os caminhos explorados pelos agricultores e fabricantes para torná-la menos imprópria para consumo.
Copo de água meio cheio. O próprio fato de a France Télévisions transmitir “Sur le front” é positivo, enquanto a programação sobre temas ambientais caiu 30% entre abril de 2023 e abril de 2024 em 19 meios de comunicação franceses (France 5 não é um deles), segundo o ‘Observatório dos Meios de Comunicação Social‘. Quanto ao resto… Saber que a água que bebemos está poluída é motivo de preocupação.
Os jornalistas da revista apresentada por Hugo Clément interessaram-se, portanto, por estes diversos poluentes. A começar pelos nitratos, que encontramos nos poços de água potável, como explica Mickaël Derangeon, vice-presidente do Atlantic’eau, serviço público responsável pela água potável em 148 municípios do ‘Oeste.
Em seguida, siga para Deux-Sèvres, onde está localizada a fábrica que produz a água engarrafada Fiée des Lois, vendida nas lojas Intermarché. Em meados de fevereiro, foram retiradas do mercado 12 mil paletes, após a identificação de moléculas de clorotalonil (nt.: essa molécula é um fungicida com cloro… sempre o cloro!) que ultrapassavam o limite de vigilância estabelecido pela agência regional de saúde.
Aqui é sobretudo o seu regresso às prateleiras, cinco meses depois, que levanta questões. Porque foi autorizado não após a despoluição da água, mas sim após uma desclassificação da molécula poluente pela Agência Nacional de Segurança Sanitária, que permitiu aumentar a taxa de presença tolerada na água de 0,1 micrograma por litro para 0,9 micrograma por litro . Esta degradação teve a mesma consequência na água da torneira poluída com clorotalonil. Embora 30% dos poços de captação tenham sido anunciados como contaminados em 2017, quase todos tornaram-se novamente consumíveis.
“Uma visão social”
Depois dos nitratos e do clorotalonil, “Sur le front” investigou também o Perrier Citron, os percloratos presentes em Pas-de-Calais, e o PFAS, também chamados de “químicos eternos/forever chemicals” e contidos, entre outros, nas panelas antiaderentes. Um último caso particularmente interessante.
Hugo Clément foi para Rumilly (Alta Sabóia), onde a Tefal (SEB) fabrica 35.000 panelas por ano, a maioria antiaderentes, e onde a fábrica financia o controle da poluição da água.
“Alguns ficariam tentados a dizer que se ele paga é porque tem algo a ver com isso”, afirma ao diretor do local, Frédéric Piskorski, que concordou em responder: “Não dizemos que não temos parte da responsabilidade. Tentamos ter uma visão social.»
Até 2012, a Tefal realmente usava PFAS tóxicos. Mas, desde então, só tem utilizado PFAS atóxicos (nt.: essa afirmativa vem sendo contestada já que se considera que toda a família dos perfluorados é danosa) – “PFAS cuja toxicidade não foi comprovada”, corrige Hugo Clément, fiel ao seu estilo, que também pode ser irritante: música de apocalipse, tom falso ultrajante, repetições múltiplas…
Contudo, a mensagem é simples: “Gastamos fortunas para limpar a nossa água potável, quando poderíamos investir na redução das fontes de poluição a montante.» Isto já está sendo praticado em Rennes, onde os agricultores que cultivam campos perto de poços de água potável já não utilizam agrotóxicos encontrados na água. Em troca, a sua produção é rotulada como “Terres de Sources” e é mais bem paga. O consumidor fica tranquilo.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2024