
https://cen.acs.org/policy/chemical-regulation/Inhance-sues-EPA-keep-PFAS/103/web/2025/04
09 abr 2025
[NOTA DO WEBSITE: Mais uma empresa que emprega os ‘forever chemicals’ da 3M que gerou as moléculas perfluorados e que já sabia há décadas de seus efeitos nefastos, está em juízo para responder de como está contaminando as populações globais. Infelizmente são movimentos que surgem em função dos danos JÁ causados às pessoas. Imagina-se em relação a todos os outros seres vivos planetários. É o crime corporativo se ‘corporificando’ exatamente contra às corporações supremacistas e antropocentristas, convencidas que estão acima da Vida e que podem tudo. E para isso, escamoteiam-se em recursos obscenos e, no mínimo, desumanos].
A divulgação dos resultados dos testes de P&D/pesquisa&desenvolvimento causaria danos à concorrência, afirma empresa.
Inhance Technologies, uma pequena empresa sediada no Texas que fluoriza recipientes plásticos, luta para manter a confidencialidade dos dados de seus testes de P&D. Em uma ação judicial movida contra a Agência de Proteção Ambiental dos EUA em 2 de abril, a empresa alega que a divulgação de dados relacionados a substâncias perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas (PFAS) de cadeia longa em recipientes tratados causaria prejuízos concorrenciais significativos.
Por meio de seu programa de P&D, a Inhance aprimorou seu processo de fluoração de forma a reduzir a potencial formação de PFAS e implantou esse processo em cada uma de suas instalações de tratamento, disse a empresa na queixa, apresentada no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia.
A EPA identificou pela primeira vez a contaminação por PFAS em recipientes plásticos tratados pela Inhance em 2020 e começou a investigar o problema sob a Lei de Controle de Substâncias Tóxicas (TSCA/Toxic Substances Control Act) em 2022. Como parte desse processo, a agência ordenou que a Inhance enviasse todos os dados relevantes para a formação de PFAS nos recipientes tratados.
Em dezembro de 2023, a EPA ordenou que a Inhance parasse de produzir seis PFAS, três dos quais — ácido perfluorooctanoico, ácido perfluorononanoico e ácido perfluorodecanoico — são altamente tóxicos para a saúde humana. A Inhance contestou a ordem, que foi finalmente rejeitada pelo Tribunal de Apelações dos EUA para o Quinto Circuito em março de 2024.
Dois grupos ambientais, os Funcionários Públicos pela Responsabilidade Ambiental (PEER/Public Employees for Environmental Responsibility) e o Centro de Saúde Ambiental (CEH/Center for Environmental Health), estão buscando dados relacionados à presença de PFAS em recipientes plásticos tratados pela Inhance, bem como informações de clientes da empresa. Os grupos solicitaram os dados à EPA pela primeira vez, sob a Lei de Liberdade de Informação, em janeiro de 2023.
A EPA forneceu alguns dos documentos, mas editou bastante os dados dos testes, afirma Bob Sussman, advogado do CEH. “Foram fornecidas tão poucas informações de identificação, que entramos com um novo processo contra a EPA sob a Lei de Liberdade de Informação (FOIA/Freedom of Information Act) para obter essas informações”, diz ele.
Nesse momento, no início de 2024, a EPA iniciou um longo processo de revisão com a Inhance para determinar se os dados solicitados pelos grupos ambientalistas podem ser considerados informações comerciais confidenciais (CBICentral Bureau of Investigation) sob a TSCA. Os grupos ambientalistas alegam que os dados não podem ser considerados CBI, pois a divulgação é necessária para proteger a saúde pública e o meio ambiente.
A EPA ainda não tornou pública sua decisão, mas na queixa apresentada em 2 de abril, a Inhance afirma que “a EPA rejeitou o pedido da Inhance para reter dados de testes altamente confidenciais gerados por meio de seu programa proprietário de pesquisa e desenvolvimento”. A EPA não confirmou que rejeitou o pedido da Inhance. “Como prática de longa data, a EPA não pode comentar sobre nenhum litígio atual ou em andamento”, disse um porta-voz da EPA em um e-mail.
A Inhance fluoriza recipientes plásticos, principalmente aqueles feitos de polietileno de alta densidade (nt.: imagina-se quantos produtos de uso corriqueiro e cotidiano não estão contaminados pelos ‘forever chemicals’), para criar um revestimento resistente que impede a liberação de produtos químicos perigosos e a entrada de contaminantes ambientais. De acordo com a denúncia da empresa em 2 de abril, “a Inhance fluoriza mais de cem milhões de recipientes por ano, e setores como saúde, proteção de cultivos e equipamentos elétricos para uso externo dependem do processo de fluoração da Inhance para permitir que seus produtos sejam armazenados e comercializados com segurança”. A empresa presta esse serviço há mais de 40 anos.
A Inhance é a única empresa nos EUA que fluorina recipientes plásticos usando um processo que cria pequenas quantidades de impurezas de PFAS. A empresa não respondeu a um pedido de comentários da C&EN/Chemical & Engineering News (nt.: mídia sob a responsabilidade do lobby da American Chemical Society/ACS) sobre como seria prejudicada pela divulgação dos dados dos testes de PFAS pela EPA.
Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2025