O que é uma Espécie Exótica e uma Exótica Invasora

O que é uma Espécie Exótica e uma Exótica Invasora. Ensinamento para se aplicar em nossa relação ecológica com nosso meio.

 

 

http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28434-o-que-e-uma-especie-exotica-e-uma-exotica-invasora/

Árvore de eucalipto. Foto: Wikimedia Commons

                                         Árvore de eucalipto. Foto: Wikimedia Commons

A Convenção sobre Diversidade Biológica define como Espécie Exótica, toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural, isto é, que não é originária de um determinado local.

Espécie Exótica Invasora ou, simplesmente, Espécie Invasora é definida como uma espécie exótica que prolifera sem controle e passa a representar ameaça para espécies nativas e para o equilíbrio dos ecossistemas que passa a ocupar e transformar a seu favor. Pode representar risco até às pessoas.

As Invasoras se adaptam às condições do ambiente no qual se inserem e, além de suas vantagens competitivas naturais, são favorecidas pela ausência de inimigos naturais (predadores), o que lhes permite se multiplicar e degradar ecossistemas. Elas competem com as espécies nativas por recursos como território, água e alimento. Em alguns casos, se alimentam das espécies nativas, o que agrava ainda mais seu impacto ao meio ambiente local.

A invasão de relativamente poucas espécies muito adaptáveis e competitivas sobre áreas distintas do globo tende a empobrecer e homogeneizar os ecossistemas, e, hoje, é a segunda maior ameaça à perda de espécies nativas, atrás apenas da redução/degradação de habitats. As Invasoras são responsáveis por declínios populacionais e extinções.

Invasões podem acontecer de maneira natural, entretanto, as atividades e movimentações humanas são a principal razão na introdução de espécies exóticas em praticamente todas as regiões do globo. À medida que novos ambientes são colonizados e ocupados pelo homem, plantas e animais domesticados são transportados, e proporcionam condições de dispersão muito além das capacidades naturais das Espécies Exóticas.

Fatores humanos como migração, colonização de novas terras, aumento de população e o intenso comércio internacional de animais de estimação e plantas ornamentais facilita a introdução de Exóticas. O desmatamento e a degradação de áreas verdes também abrem a guarda dos ecossistemas locais à invasões. Finalmente, as mudanças climáticas podem incentivar ou forçar a migração de espécies que tentam sobreviver.

As invasões favorecem a disseminação de doenças e pragas e também acarretam prejuízos para colheitas, degradam florestas, solos e pastagens.

As espécies invasoras representam um dos maiores desafios ambientais que o mundo enfrenta e combatê-las nem sempre é possível. Ao contrário de outros problemas ambientais que podem ser amenizados pelo tempo, as espécies invasoras com frequência se tornam dominantes e suas consequências negativas tendem a se agravar à medida que sua adaptação se completa.

O combate às invasoras, via de regra, é um procedimento complexo, custoso e sem resultados garantidos, fora o risco de efeitos adversos imprevistos. Houve caso em que a introdução de uma espécie inimiga da invasora, numa tentativa de eliminar esta, resultou na espécie que se esperava resolver o problema, ao invés, piorá-lo: a predadora ignorou a invasora e atacou as nativas mais abundantes e acabou por se tornar uma nova praga, responsável pela extinção de várias outras.

A prevenção das invasões ainda é a melhor medida, mas se ela não é mais possível a erradicação é a melhor alternativa, antes que o problema saia de controle. De acordo com o caso, pode ser que a erradicação de uma Exótica exija cooperação internacional.

Existem programas e convenções internacionais, nacionais e regionais dedicados à solução do problema. Entre os acordos multilaterais em vigor sobre o assunto estão a Convenção sobre a , o capítulo 11 da Agenda 21, a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), a Convenção Internacional sobre a Proteção de Plantas (IPPC) e as Recomendações da IUCN para a Prevenção da Perda de Biodiversidade Causada por Espécies Invasoras.

No Brasil, em 2005, o governo federal e parceiros criaram o Informe Nacional sobre Espécies Exóticas Invasoras que visa sistematizar e divulgar as informações já existentes sobre o tema. O Ministério do Meio Ambiente apenas começou a estudar e enfrentar este desafio, mas reconhece que ele é de grande magnitude e exige ação urgente.