O site da agência oficial National Oceanic and Atmospheric Administration/NOAA faz suas avaliações como algo mítico sobre o Grande Remendo de Lixos do Pacífico (Great Pacific Garbage Patch). Recomenda-se que se leia já que a NOAA reserva este tipo de postagem para fatos de grande importância pública como mudanças climáticas (climate change) e sereias (mermaids). No entanto, sempre está havendo uma falha na explanação da agência federal: o quanto exatamente de lixo plástico viemos jogando aos oceanos?
http://www.onearth.org/earthwire/ocean-plastics
A quantidade de plástico que temos descarregado em nossos oceanos a cada ano, pode se alongar na metade da extensão até o planeta Marte. Efetivamente.
Graças a um estudo publicado nos últimos tempos no periódico Science, podemos, finalmente, ter uma estimativa. Estás bem sentado? Nós, os Seres Humanos, liberamos entre 5,3 milhões e 14 milhões toneladas de plásticos aos oceanos anualmente. Aqui temos alguma perspectiva sobre este número que é bem difícil de ‘engolir’. Nove milhões toneladas de plásticos equivale a 136 bilhões garrafas plásticas de leite (nt.: sistema pouco empregado no Brasil). Empilhando-as poderíamos alcançar praticamente a metade da distância até o planeta Marte. (OK—somente quando sua órbita está mais próxima da Terra). Nove milhões de toneladas é também o equivalente a uma pilha de cinco sacolas plásticas de supermercado cheias de plásticos na medida de um pé (nt.: mais ou menos uns 30 centímetros) na linha da costa de todo o mundo.
“Este é um número que me choca”, diz Jenna Jambeck, professora de engenharia da Universidade da Georgia que liderou este estudo. “Fiz, inclusive, os meus estudantes checarem duplamente estes cálculos”.
Mesmo assim, os autores dizem que podem estar até subestimados. Eles limitaram seus cálculos ao plástico que chega das comunidades localizados em torno de 50 quilômetros da linha da costa em 2010, porque não existiam dados confiáveis para o lixo plástico vindo dos fluxos d’água dos continentes. Isso é uma omissão provavelmente significativa. O rio Danúbio que vem do interior da Europa sozinho libera aproximadamente 1.700 Toneladas de plástico (1,700 tons of plastic) para o mar, a cada ano.
Um trabalho feito em 2013 estimou a quantidade total de plástico boiando no mar em algo como 269.000 toneladas (269,000 tons). Se isso for verdade, para onde vão as 9 milhões de toneladas de plástico produzidas a cada ano? Os oceanos poderiam ser eficientes no metabolismo químico do plástico descartado, mas não nesta escala. Ou os estudos podem simplesmente ser incompatíveis, no entanto mais pequisas deverão ser necessárias para explicar esta divergência.
No entanto, qualquer número que se escolha, existe muito plástico (too much plastic) em nossos oceanos. Os pesquisadores, depois deste trabalho de agora, compilaram seus dados por país, levando-nos a saber onde detectar o problema para remediá-lo. Quanto à Ásia, há necessidade de uma posição concreta. O continente sozinho é responsável por mais de 63% de todo o plástico liberado para os oceanos, anualmente. Das dez piores nações relaxadas e porcalhonas, somente duas (Egito e Nigéria) estão fora da Ásia. A China é longe o pior poluidor, produzindo mais do que um quarto do plástico marítimo do mundo.
Os Estados Unidos é considerado o 20° maior culpado (a não ser que se considere a União Europeia como um todo). Isso pode ser respeitável, desde que é a maior economia (largest economy) do mundo bem como tem a terceira maior população (third-largest). Somos, entratanto, a única economia completamente desenvolvidos presente nos vinte primeiros. Dos sete países com a maior costa marítima do que os Estados Unidos, somente dois (Indonésia e Filipinas) liberam mais plástico nos oceanos.
Nosso manejo do plástico precisa efetivamente ser melhorada. Atualmente reciclamos só 14% das embalagens plásticas, de acordo com um recente relatório do Natural Resources Defense Council (NRDC report)(Disclosure).
“A poluição dos plásticos tem imensos custos econômicos para os contribuintes e os governos locais”, diz Darby Hoover, principal especialista de recursos junto ao NRDC. “Embalagens recicláveis pós-consumo com o valor estimado de $11,4 bilhões, são colocadas em aterros anualmente nos Estados Unidos em vez de serem recicladas”.
Em um discurso no ano passado, o Presidente Obama discursou como “somos a primeira geração que sente o impacto das mudanças climáticas e a última que pode fazer alguma sobre isso (last generation that can do something about it)”. Isso é mais ou menos a verdade dos plásticos nos oceanos. Não havia menção deste problema na literatura científica até o início dos anos setenta. Hoje, pequenas peças de plástico asfixiam ou obstruem o trato gastro-intestinal (choking or obstructing the gastrointestinal tracts) das aves marinhas, tartarugas marinha e muitos outros mamíferos dos mares.
Como podemos alterar este quadro? Exigirá uma combinação de diminuição da produção de plásticos e um melhoramento do manejo dos lixos. Qualquer opção, por ela mesma, não pode nos levar a baixar algumas milhões de toneladas de plástico do oceano a cada ano.
Assim, pararmos de comprar embalagens para viagens, e, para ser justo com as tartarugas marinhas, reciclar tudo o que se usar. Porque por menos que façamos algumas grandes mudanças importantes, o montante que está indo para o oceano é susceptível de aumentar em uma ordem de magnitude em 2025, de acordo com estudo de agora. Em outras palavras, vamos jogar o absurdo volume de 140 milhões de toneladas de plástico no oceano. (Ou poderíamos usá-lo para construir uma acesso para Marte. Mas, isso é só uma sugestão).
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, agosto de 2015.