Líder Raoni entre presidentes.
https://climainfo.org.br/2024/09/04/cacique-raoni-bancos-devem-parar-de-investir-no-desmatamento/
ClimaInfo, 4 de setembro de 2024.
[NOTA DO WEBSITE: Ainda há esperança! E ela vem exatamente da riqueza e da diversidade das florestas humano-vegetais que resistem, apesar de toda a violência do supremacismo branco, com seu ethos, etno, cultural e humano, por terem em si a visão de mundo de sermos Seres Coletivos, como nos tem ensinado o nosso maior líder, o Admirável Raoni Metuktire. Que muitos de nós sejamos, os eurodescendentes, ‘contaminados’ e nutridos por Seres Coletivos que ainda nos clamam, amorosamente, das amazônicas Florestas Nacionais. Que, humildemente, nos curvemos, como não fizeram os nossas antepassados, à sabedoria da convivialidade da integração ética dos povos originários. Que nossos corações e mentes, sejam tocados pela singularidade e singeleza de todos aqueles que por séculos e talvez milênios, habitam os territórios que imaginamos que sejam só nossos, dos ‘brancos’].
Liderança histórica do movimento indígena, cacique Raoni reforça cobrança sobre instituições financeiras que seguem financiando o desmatamento da Amazônia.
Os Povos Indígenas são os maiores aliados da Amazônia, servindo como último bastião de proteção da floresta em seus territórios. Mas fora desses territórios os incentivos políticos e financeiros ainda vão no sentido contrário.
Em uma entrevista repleta de “puxões de orelha”, o cacique Raoni Metuktire, um dos maiores líderes indígenas do Brasil, conversou com a Bloomberg sobre o avanço do desmatamento e os efeitos das mudanças climáticas sobre a maior floresta tropical do planeta. Para ele, um dos obstáculos para a proteção da floresta é a persistência dos principais bancos do mundo em financiar atividades associadas ao desmatamento na Amazônia.
“Os bancos do seu país [Reino Unido] devem parar de enviar dinheiro para o Brasil, de investir no desmatamento. Devemos conversar juntos e cuidar do que resta da floresta, não apenas para o nosso bem, mas para o bem dos brancos e de todos”, disse Raoni no escritório da Bloomberg em Londres.
Raoni refletiu sobre como a floresta amazônica mudou em seus mais de 92 anos de vida. “A natureza estava ao nosso redor. Havia muitos animais. A floresta era grande. [Hoje] as pessoas já não desmatam 10 hectares de cada vez. Estão desmatando 10 mil hectares num fim de semana, com tratores”, disse. O Globo publicou a tradução da entrevista.
A cobrança de Raoni encontrou eco em um grupo de mais de 30 gestores de investimentos, representando cerca de US$ 8 trilhões de ativos. Em relatório publicado nesta 3a feira (3/9), o Institutional Investors Group on Climate Change (IIGCC) e a Finance Sector Deforestation Action (FSDA) reiteraram a necessidade dos principais bancos do mundo de interromper o financiamento a atividades que resultam no desmatamento.
“O desmatamento é uma questão crítica no centro do nexo natureza e clima. Os bancos têm um papel descomunal a desempenhar na economia global e têm o potencial de efetuar mudanças no enfrentamento do risco de desmatamento”, comentou Stephanie Pfeifer, CEO do IIGCC. A Bloomberg deu mais detalhes.
Em tempo 1: O Movimento Amazônia em Pé, que reúne mais de 20 mil ativistas e 350 organizações, redigiu uma carta na qual manifesta “profunda preocupação” com a situação das florestas públicas na Amazônia Legal. O documento reconhece os esforços do governo federal na proteção dessas áreas, mas cobra “mais ambição”, especialmente no que diz respeito à demarcação de Terras Indígenas. A carta será entregue à ministra Marina Silva durante a Cúpula Social do G20, programada para novembro no Rio de Janeiro. A notícia é da Folha.
Em tempo 2: O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou o prazo para que o governo federal apresente um plano de medidas de combate ao desmatamento na Amazônia. A decisão atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), já que o governo federal não conseguiu cumprir o prazo inicial, expirado no último dia 26. O novo prazo termina na próxima 2a feira (9/9). Folha e g1 repercutiram a decisão.
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